Festas de fim de ano: se você gosta de uva passa, cuidado!

Festas de fim de ano: se você gosta de uva passa, cuidado!

Ingrediente é famoso por polêmicas, pois há quem goste e quem odeie. No entanto, independentemente de seu paladar, tenha cuidado com a contaminação!

Arroz com uva passa? Farofa utilizando esse ingrediente? Ou uva passa na maionese? Há quem goste e quem odeie, não é mesmo? O tema até já se transformou em piada relacionada às festas natalinas. No entanto, mesmo que sua família seja da turma que adora a uva passa em qualquer prato, é preciso cuidado: uma grande quantidade do produto foi bloqueada por causa de contaminação.

De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), nos últimos meses o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov), da Superintendência Federal de Agricultura no Estado de São Paulo (SFA/SP), proibiu a comercialização de mais de 140 toneladas de uvas passa importadas. A interceptação das cargas ocorreu em postos de fronteira do Porto de Santos e do Porto Seco de Foz do Iguaçu (PR) pela Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro/Mapa).

Os produtos bloqueados superaram o limite permitido de ocratoxina A (conhecida sob a sigla OTA), uma substância produzida por alguns tipos de fungos. Em condições ambientais adequadas, ela pode estar presente em itens alimentares, como cereais, frutos secos, café, cacau, uvas, e em processados, como vinho, cerveja ou suco de frutas. No entanto, excedendo o limite permitido de micotoxina torna-se tóxica, sendo prejudicial à saúde.

“Essa micotoxina pode ocorrer desde a produção até o armazenamento das frutas secas. Existe um limite permitido para sua presença estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de até 10µg/kg. Excedido esse limite de ocratoxina A, o consumo pode levar a sintomas como letargia, diarreia, doenças como insuficiência renal e até mesmo o câncer”, alerta Soraya Margem, especialista da PROTESTE.

Cuidado redobrado ao comprar uva passa

De acordo com o auditor fiscal da operação, Tiago de Dokonal Duarte, já foram bloqueadas cargas com mais de nove vezes o limite máximo permitido de ocratoxina. “O Mapa está atuando com rapidez para esses bloqueios e a vigilância sanitária municipal também foi acionada. Estamos trabalhando com todo o empenho para que nenhum produto contaminado chegue à mesa do consumidor”, avisa. 

passas

Vale destacar que todas as cargas bloqueadas tinham como destino a região metropolitana de São Paulo. Os bloqueios ocorreram entre junho e setembro deste ano. A SFA/SP coordena a ação em conjunto com as vigilâncias sanitárias municipais, para garantir a correta destinação das cargas contaminadas. Depois de todos os trâmites judiciais, se confirmada a presença da ocratoxina acima dos limites, a carga será destruída ou devolvida para a origem, a critério do detentor.

Conforme a Resolução Nº 7, de 18 de fevereiro de 2011, do Ministério da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ficam regulados os limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos, atendendo aos critérios de desempenho estabelecidos pelo Codex Alimentarius, ou Código Alimentar. Trata-se de uma coletânea de padrões, diretrizes e códigos de conduta publicada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial do Comércio (OMC), para proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas justas no comércio de alimentos. 

De acordo com a Instrução Normativa SDA/Mapa nº 09/2002, lotes importados de amendoim, milho, amêndoas, pistache, frutas secas e milho de pipoca, incluindo os seus subprodutos, somente poderão ser liberados para a comercialização no Brasil após a análise de micotoxinas feita por laboratórios credenciados pelo Mapa.

“Quando for comprar frutas secas, opte por marcas confiáveis e sempre observe a data de fabricação/embalagem. Quanto mais nova for esta data, maior qualidade sensorial e menores os riscos de contaminação por micotoxinas”, alerta Soraya.

Faça sempre as melhores escolhas para a sua saúde e o seu bolso! E se tiver problema de consumo, envie uma reclamação! SAIBA MAIS arrow_right_alt