Pare de fumar! Você conhece os riscos do tabagismo?

Pare de fumar! Você conhece os riscos do tabagismo?

Apesar de todos os comprovados riscos à saúde, muitas pessoas ainda recorrem ao tabaco, seja para controlar fatores como estresse e ansiedade, seja por dependência à nicotina.

O cigarro causa dependência psicológica e química e é responsável pelo surgimento (ou avanço) de várias doenças, especialmente respiratórias e cardiovasculares. Apesar disso, justamente por causa da necessidade sentida pelos usuários, a decisão de abandonar o tabagismo nem sempre é fácil. 

No entanto, é necessário ter consciência dos riscos. “A fumaça do cigarro causa broncoconstrição e esse efeito dura, em média, uma hora. Em asmáticos tal efeito é potencializado. Além disso, a irritação da mucosa estimula a produção de muco. O fumo ainda pode causar tuberculose, infecções pulmonares, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e até mesmo favorecer a ocorrência de câncer de pulmão ou laringe”, explica Bárbara Guerra, especialista da PROTESTE. 

“No sistema cardiovascular, a nicotina provoca a constrição em alguns vasos, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial. Já o monóxido de carbono causa deficiência na oxigenação dos tecidos”, completa.

Entenda os riscos do tabagismo

Além desses problemas, Bárbara alerta que o fumo pode causar várias doenças e agravar algumas condições preexistentes, tais como:

  • hipertensão arterial;
  • aneurismas arteriais;
  • úlcera do aparelho digestivo;
  • infecções respiratórias;
  • trombose vascular;
  • osteoporose;
  • catarata;
  • impotência sexual (no homem);
  • infertilidade (na mulher);
  • menopausa precoce.

Em mulheres grávidas ou que amamentam, os riscos afetam a criança que está sendo gerada. No caso da lactação, a nicotina pode passar para o leite, causando taquicardia nos bebês. O risco é maior de acordo com a quantidade de nicotina consumida. 

Já durante a gestação, as substâncias tóxicas do cigarro passam para a circulação da mãe e, por meio da placenta, atingem o feto. Os principais riscos, nesse caso, são de abortamento espontâneo, má-formação fetal, baixo peso no recém-nascido, dificuldades respiratórias e distúrbios neurológicos ou psicológicos.

Além de todos esses riscos, os fumantes também são mais vulneráveis à Covid-19. 

Confira os benefícios de parar de fumar

“Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de adoecer. Até mesmo para quem fuma há muito tempo ou apresenta alguma doença relacionada ao fumo, parar de fumar é benéfico, pois permite que o organismo se recupere dos danos causados pelo cigarro. Em caso de doenças já instaladas, evita a sua progressão”, destacou Bárbara.

A especialista lembra que, ao parar de fumar, a dificuldade pode ser maior nos primeiros dias (fase de abstinência), mas essa sensação tende a se amenizar. Os benefícios, segundo ela, mais do que justificam esse período incômodo:

  • 20 minutos depois de fumar, sua pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
  • após 2 horas, não há mais nicotina no seu sangue;
  • após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
  • após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
  • após 2 dias, o seu olfato já identifica os cheiros e o seu paladar já degusta a comida melhor;
  • após 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora;
  • após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
  • após 10 anos, o risco de sofrer infarto do coração será igual ao de quem nunca fumou, e o risco de desenvolver câncer de pulmão cai à metade;
  • após 20 anos o risco de desenvolver câncer de pulmão será quase igual ao de quem nunca fumou.


Veja as dicas para abandonar o tabagismo

Depois de meses ou anos de vício, realmente abandonar o cigarro não é uma tarefa fácil. Porém, existem inúmeros benefícios, que inclusive se estendem à sua família e amigos, que são os chamados fumantes passivos. Por isso, vale a pena seguir as dicas para parar de fumar!

Programe uma data

É importante escolher uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. “Este dia não precisa ser de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar algo ao ar livre, de preferência, ou que goste de fazer para se distrair e relaxar”, aconselha Bárbara.

Busque tratamento especializado

Os tratamentos podem ter abordagem comportamental, com aconselhamento adequado a cada tipo de perfil (fumante que decidiu parar de fumar, ou quem teve recaída, ou ainda quem não tomou a decisão de parar), ou farmacológica.

O segundo caso (com medicamentos) costuma ser usado como um apoio, em situações bem definidas, para alguns pacientes que desejam parar de fumar. “Ela tem a função de facilitar a abordagem cognitivo-comportamental, que é a base para a interrupção do fumo, e minimizar as manifestações, quando severas, da síndrome de abstinência nos fumantes”, explicou Bárbara.

Atualmente, os medicamentos considerados eficazes são nicotínicos (com liberação lenta de nicotina, tais como gomas de mascar e adesivos) e não-nicotínicos. Importante ressaltar que a escolha da via de tratamento deve ser feita por um médico especializado e, se possível, acompanhada de psicoterapia, que ajudará a controlar outras condições preocupantes, tais como quadros de depressão ou outras dependências, como alcoolismo.

Por conta própria

No site do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, gerido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), são apresentados dois métodos para quem deseja parar de fumar por conta própria:

  • parada imediata, ou seja, a partir da data escolhida a pessoa apenas interrompe o uso do tabaco;
  • redução gradativa da quantidade diária de cigarros. Neste caso, o planejamento para diminuição depende do fumante, mas, para garantir o sucesso da iniciativa, a estratégia não deve se alongar por mais do que duas semanas.

Caso a iniciativa por conta própria não dê certo, o próprio INCA recomenda buscar ajuda especializada. Para saber onde encontrá-la em seu estado, verifique o Programa Nacional de Controle do Tabagismo. 

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