Alimentação e diabetes: prevenção e cuidados

Alimentação e diabetes: prevenção e cuidados

Hábitos alimentares para prevenir a doença vão muito além do controle do açúcar no sangue

Um cardápio equilibrado e a prática de exercício físico são elementos indispensáveis para o bem-estar. Eles ajudam a regular as funções do corpo e inclusive previnem  doenças. Por exemplo, você sabia que existe uma relação direta entre alimentação e diabetes? Pois é, as escolhas à mesa têm impacto na sua saúde.

O artigo de hoje explica como os alimentos influenciam no controle da diabetes mellitus. Continue a leitura para saber quais produtos incorporar à dieta e quais evitar. Conheça, ainda, os impactos que a deficiência de insulina pode trazer ao seu organismo.  

O que é diabetes

A diabetes é uma doença crônica caracterizada pela elevação do açúcar no sangue. Isso acontece quando o corpo não libera insulina em quantidade suficiente.

A insulina, um hormônio produzido no pâncreas, tem uma função importante no processo digestivo. Ela determina se a glicose dos alimentos vai virar “combustível” para as atividades do corpo ou se será armazenada na forma de gordura, como reserva de energia, por exemplo.

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Havendo dificuldade na produção desse hormônio, o açúcar se acumula na corrente sanguínea. Com o tempo, a sua inadequação pode afetar a visão, os rins, o coração e até os pés.

Diabetes tipo 1

Existem diferentes tipos de diabetes. No Tipo 1, o sistema imunológico ataca as células do pâncreas, de forma que pouca ou nenhuma insulina é liberada no sangue.

O diabetes tipo 1 costuma aparecer na infância ou na adolescência e acompanha a vida toda.

O tratamento envolve aplicação de insulina, além de medicamentos para controlar a concentração de glicose na corrente sanguínea. Um plano alimentar personalizado e a prática de atividades físicas também são ações necessárias para prevenir as consequências ruins da diabetes tipo 1.

Diabetes tipo 2

O Tipo 2 atinge cerca de 90% das pessoas com diabetes. Mais comum na fase adulta, embora também acometa crianças, ele se caracteriza pela perda da capacidade de usar adequadamente a insulina no organismo.

O excesso de peso e a má alimentação, com consumo elevado de açúcares e gorduras, são considerados fatores de risco para a doença. Por isso, o planejamento alimentar e a prática regular de exercício físico costumam ajudar – tanto na prevenção quanto no controle do quadro. Em casos mais graves, é preciso recorrer a medicamentos ou injeção de insulina.

Diabetes gestacional

Existe, ainda, um tipo de diabetes que afeta entre 2% a 4% das grávidas. É que, durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais que alteram as concentrações da insulina. Desse modo, o pâncreas precisa trabalhar ainda mais para equilibrar a produção do hormônio, o que nem sempre acontece da maneira esperada.

Quando a ação do pâncreas falha nesse período, tem-se um quadro chamado de diabetes gestacional. 

O diabetes gestacional pode trazer complicações para a mãe e para o bebê, como crescimento excessivo e obesidade na vida adulta.

Uma orientação nutricional adequada auxilia na prevenção e no tratamento. Para mais informações sobre os diferentes tipos da doença, consulte o site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Relação entre alimentação e diabetes

A diabetes mellitus, muitas vezes, está relacionada à genética. Se você tem casos de pessoas diabéticas na família, provavelmente, terá uma predisposição ao surgimento da doença.

Porém, fatores como a má alimentação devem ser considerados. Isso porque, quanto mais açúcar o indivíduo consome, mais insulina o pâncreas precisa produzir. A longo prazo, o organismo pode desenvolver resistência à insulina e desse modo, a glicose não chega até as células e se eleva na corrente sanguínea.

Os grandes vilões são os alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgados, doces e refrigerantes. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, esses produtos concentram alta quantidade de açúcar e gordura, além de serem pobres em nutrientes essenciais.

Mas não basta cortá-los do cardápio. Os carboidratos fornecem energia para o corpo. Ou seja: eliminá-los da dieta seria bem complicado. É preciso equilíbrio. Em vez disso, recomenda-se optar por itens mais saudáveis, como os alimentos de baixo índice glicêmico. Eles têm mais fibras, favorecendo assim a digestão, equilibrando os níveis de açúcar e de insulina no sangue.

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Alimentação para diabéticos

Com a educação nutricional, o diabetes tende a melhorar. Nenhum alimento é proibido, contanto que você consuma na medida certa.

A dica de ouro é consultar o nutricionista. Varie o cardápio, priorizando alimentos frescos ou minimamente processados. A contagem de carboidratos também pode ser uma estratégia para os pacientes, pois oferece um equilíbrio entre a quantidade de comida ingerida e a quantidade de insulina necessária. Ela ainda auxilia na construção de um padrão alimentar, com o objetivo de ampliar as possibilidades de consumo. 

Confira abaixo uma lista de alimentos recomendados e outra com os produtos que você deve controlar:

Alimentos recomendados para diabéticos

– Integrais (arroz, macarrão, farinha de trigo, flocos de aveia e quinoa);

– Leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha e soja);

– Legumes (alface, tomate, rúcula, acelga, abóbora, vagem e cebola),

– Carnes magras (peixes brancos, frango e carne bovina com pouca gordura);

– Frutas fibrosas inteiras, com bagaço e casca (maçã, morango, laranja, mamão, pera, pêssego e tangerina);

– Gorduras boas (abacate, coco, azeite de oliva extravirgem, óleo de abacate e manteiga);

Oleaginosas (castanhas, amendoim, avelãs, nozes e amêndoas);

– Queijo branco (ricota, Minas e cottage, entre outros);

– Leite desnatado;

– Iogurte sem adição de açúcar.

Alimentos que pessoas com diabetes devem evitar

– Açúcar de mesa de qualquer tipo (branco, demerara ou mascavo);

– Mel;

– Balas, chocolates e guloseimas em geral;

– Geleias de frutas e compotas;

– Produtos de confeitaria e pastelaria (bolos, doces, pães etc.);

– Produtos de pastifícios (massas);

– Bebidas lácteas, achocolatados e iogurtes com preparados de frutas;

– Tubérculos em geral (batata, inhame, aipim);

– Carnes processadas (presunto, peito de peru, salsicha, linguiça, bacon, mortadela e salame);

– Refrigerantes;

– Bebidas alcoólicas;

– Bebidas industrializadas (refrescos, vitaminas, energéticos e isotônicos esportivos);

– Sucos naturais – eles têm índice glicêmico mais elevado que as frutas inteiras, devido à ausência do bagaço, rico em fibras.

Guia-do-consumidro

Prevenção da diabetes com a alimentação

Mesmo quem não tem diagnóstico de diabetes deve se preocupar com a alimentação diária. Um cardápio equilibrado ajuda a prevenir essa e diversas outras complicações, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto do miocárdio.

De acordo com o Departamento de Nutrição da SBD, um prato saudável é dividido em quatro partes iguais. Duas delas devem ser preenchidas com salada crua ou cozida. A terceira porção é dos carboidratos, de preferência integrais. O espaço restante fica para as proteínas, que podem ser de origem animal (carnes magras) ou vegetal (leguminosas como feijão, grão-de-bico e lentilha).

Outras dicas de alimentação para prevenir diabetes incluem:

– Fracionar as refeições em pequenas porções ao longo do dia, com intervalos de três horas entre elas;

– Nos lanches, preferir pães e cereais integrais, que têm mais fibras;

– Variar o consumo de frutas, verduras e legumes;

– Consumir frutas com bagaço, evitando os sucos naturais concentrados;

– Ingerir peixes, aves e carnes preparadas no forno ou grelhadas (nada de frituras, hein?);

– Preferir leite e derivados com baixo teor de gordura (desnatados ou semidesnatados);

– Beber bastante água para manter a hidratação.

Lembre-se: as dicas acima não substituem o acompanhamento profissional. Para desenvolver um plano alimentar que atenda às necessidades específicas de seu organismo, consulte-se com um nutricionista.

Exercício físico ajuda a prevenir e tratar a diabetes

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) a pedido da SBD revelou um dado preocupante: nove em cada dez entrevistados acreditavam que cortar o açúcar era a única medida necessária para evitar o diabetes. Somente 30% dessas pessoas associavam a prática de atividades físicas à prevenção da doença.

Na verdade, como visto ao longo do artigo de hoje, o vínculo entre alimentação e diabetes é bem mais complexo. Ele envolve a escolha de fontes de energia carboidratos saudáveis, que vão se transformar em açúcar no organismo aos poucos. A associação com proteínas, gorduras e fibras também é importante para retardar a absorção dos carboidratos, dando tempo para a insulina agir corretamente.

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Quanto à atividade física, esse é um hábito mais que bem-vindo. O treino regular contribui para aumentar a massa muscular, que produz substâncias reguladoras do metabolismo. Ainda, serve para reduzir a gordura corporal – e, com menos tecido adiposo, a resistência à insulina diminui.

As sociedades médicas recomendam pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica por semana (bicicleta, corrida, dança etc). O ideal é dividir esse tempo para nunca ficar mais de dois dias sem treino. A musculação, duas vezes por semana ou mais, funciona como complemento à prática.

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