Colchão ortopédico é uma boa escolha?
Dores lombares, torcicolos e até alterações mais graves, como hérnia de disco, podem ser causadas pela escolha errada do colchão; confira como comprar um modelo adequado.
Uma boa noite de sono faz toda a diferença para o bem-estar e qualidade de vida. No entanto, para isso, além de manter uma boa postura ao dormir, a escolha do colchão é fundamental. Uma dúvida de muitos consumidores é se realmente o modelo ortopédico é uma boa opção para amenizar os desconfortos.
Para responder a essa pergunta é necessário, primeiro, compreender o que é um colchão ortopédico. Atualmente, há modelos de espuma, com diferentes densidades, molas (ensacadas ou não), viscoelástico, pillow top e os chamados ortopédicos, que é aquele cuja espuma cede com a pressão do corpo, mas apenas o suficiente para deixar a coluna reta, sem afundar demais. Ou seja, é um produto que contribui para manter a coluna alinhada de forma correta durante o sono.
No entanto, é importante entender que esse tipo de colchão não é uma solução eficiente para resolver problemas já existentes, tais como curvaturas na coluna (lordoses, cifoses e escolioses). Em outras palavras, ele não deve ser utilizado como tratamento. Aliás, vale destacar que, no passado, os colchões conhecidos como ortopédicos continham uma camada de espuma fina, envolvendo uma estrutura de madeira – o que, em tese, ajudaria a manter a coluna na posição certa.
Hoje já se sabe que esse modelo não é o mais indicado para que a coluna vertebral permaneça alinhada, uma vez que as diferentes partes do corpo fazem pressão distinta sobre o colchão. Assim, a estrutura rígida da madeira não permite que o colchão se adapte às curvas do corpo, causando dores e desconforto.
Então, como escolher um bom colchão ortopédico?
Uma das recomendações mais importantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos do Repouso (INER), é escolher um modelo adequado a seu biotipo. Para tanto, o instituto criou uma tabela que mostra a densidade ideal para cada perfil (quem dorme sozinho e quem divide o colchão com um parceiro, idade, altura e peso). Além disso, o órgão fiscaliza a qualidade dos produtos disponíveis no mercado.
É importante também observar a certificação do produto e o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que regula tanto os colchões fabricados em espuma quanto os de mola. Além disso, a escolha do travesseiro adequado faz grande diferença.
Embora a designação ortopédica não faça muito sentido diante de tantos detalhes, quem quiser comprar um colchão capaz de promover maior conforto ortopédico precisa ter atenção a alguns detalhes. Confira!
- Escolha um modelo com densidade adequada ao seu peso. Alguns estudos indicam que esse fator pode causar alterações posturais, que interferem na qualidade de vida, por causarem dores e desconforto.
- O tipo de colchão utilizado, assim como a posição escolhida para dormir e a forma de se levantar também são fatores apontados pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia como causadores de dores e problemas ortopédicos.
- Além disso, é importante observar as orientações do fabricante sobre a necessidade de virar ou não o colchão, prevenindo deformações causadas pela posição do usuário, ao permanecer na posição deitada.
- Um colchão duro demais (caso de muitos modelos designados como ortopédicos) pode causar danos à coluna e desconforto. Por isso, é fundamental escolher uma densidade que possa ceder de forma adequada às curvaturas corporais.
- Por fim, é importante observar que os colchões têm prazo de validade (em média, de 5 anos). Por isso, a substituição é necessária, para evitar danos à coluna e problemas mais sérios de saúde.