Diabetes: atividade física faz a diferença

Diabetes: atividade física faz a diferença

A adoção de hábitos saudáveis e a prevenção são fundamentais para evitar o agravamento da diabetes; em novembro, várias ações lembram da importância disso.

A diabetes e suas possíveis complicações podem trazer graves consequências à saúde. Há risco de as altas taxas de glicose afetarem a capacidade de filtragem dos rins, causarem fraqueza e dores de estômago ou mesmo lesões nos pés, de difícil cicatrização. Além disso, a doença pode afetar o funcionamento do coração ou das artérias e até comprometer a visão.

Por isso, o diagnóstico precoce e, com a confirmação da doença, a adoção de cuidados adequados, com mudança de estilo de vida, fazem toda a diferença. A alimentação correta, aliada à atividade física, são fatores determinantes para a qualidade de vida do paciente com diabetes.

Tais cuidados fazem parte das ações da campanha Novembro Azul Diabetes, cujo objetivo principal é promover várias ações para conscientização sobre a doença. Neste ano, a Sociedade Brasileira de Diabetes está promovendo a primeira corrida virtual, ao longo de todo o mês de novembro, com o propósito de desmistificar a doença e alertar para a prevenção. 

“A atividade física é muito importante para o controle da doença”, destaca o endocrinologista Roberto Zagury, coordenador do Departamento de Diabetes, Exercícios e Esportes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Os exercícios melhoram a qualidade de vida e podem ser considerados remédios para o controle de várias doenças, inclusive a diabetes. Com a atividade física, várias condições melhoram, como a hipertensão arterial, e com o tempo o paciente reduz a necessidade de alguns medicamentos”, afirma.

Por essa razão, a SBD apoia a iniciativa Correndo pelo Diabetes, que, na primeira quinzena de novembro vendeu todas as inscrições, o que representa um grande sucesso da iniciativa. O evento, segundo Zagury, é uma forma de promover a conscientização e atividade física, estimula o autoconhecimento, a amizade, a autonomia e o acolhimento dos participantes. 

exercicio diabete
Cuidados para a prática de exercícios físicos

De acordo com Zagury, os pacientes diabéticos precisam adotar alguns cuidados na prática de exercícios físicos, minimizando possíveis riscos. Confira as dicas do especialista.

Teste de esforço

“Nem sempre o paciente precisa realizar esse teste. Cabe ao profissional que o acompanha avaliar a real necessidade. Os médicos precisam ter muita cautela para não desestimularem, ou colocarem possíveis dificuldades, para o início da prática esportiva”, explica. 

Segundo ele, os testes são importantes no caso de indivíduos com sintomas de doenças cardíacas (tais como falta de ar, dor no peito, batimentos descompassados do coração, entre outros), com outras condições de saúde associadas (que já sofreram eventos cardíacos ou que tenham comprometimento renal) ou, ainda, quem pretende praticar exercícios de alta intensidade. 

“De modo geral, se não houverem outros fatores de risco, os pacientes com diabetes devem iniciar as atividades físicas de forma gradual, aumentando a intensidade aos poucos. Além disso, qualquer desconforto deve ser relatado ao médico”, orienta.

Testes de glicose

“A realização de testes de glicose, para quem usa insulina, é imprescindível”, diz Zagury. Segundo ele, o ideal é que esses testes sejam realizados antes e depois do treino. Em caso de treinos mais longos, o paciente deve realizar um teste durante a atividade física. “Se a pessoa for caminhar por 20 minutos, isso não é necessário. Mas, se fizer atividade física por mais de 45 minutos, 1 hora, o ideal é que realize um teste durante o treino”, ressalta. 

Isso ocorre porque, com a atividade física, o portador de diabetes pode ter hipoglicemia. “Existem algumas estratégias para evitar isso, como a redução da dose de insulina rápida pré-treino, de acordo com orientação de seu médico”, diz. Para Zagury, a realização de testes de glicose (antes, durante e depois do treino) é essencial para prevenir possíveis riscos. “Outro detalhe é que, quando o paciente aplica insulina, precisa aguardar cerca de 90 minutos para iniciar atividades físicas”, complementa.

Alimentação pós-treino

Para recuperar a energia após o treino, normalmente a recomendação é de consumo de carboidratos. No entanto, no caso de pacientes diabéticos, isso pode ser um problema. “Uma alternativa é usar carboidratos complexos, com absorção lenta pelo organismo. Se o objetivo da pessoa é emagrecer, é essencial buscar orientação médica e nutricional para saber a quantidade adequada e o tipo de carboidrato que pode ser consumido”, explica.

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Consumo de açúcar

Assim como os carboidratos, o consumo de açúcar, pelos diabéticos, deve ser controlado. “A orientação da SBD é de que o consumo de açúcar de mesa seja, no máximo, correspondente a 10% do total de calorias consumido pelo indivíduo”, afirma. “Porém, é importante ressaltar que o açúcar faz parte do preparo de vários alimentos e, por isso, deve ser usado com muita parcimônia”, frisa.

Como alternativa, Zagury sugere o uso de adoçante, especialmente a sucralose, mas também com muito cuidado. “O ideal é adaptar o paladar e reduzir o uso tanto de açúcar quanto de adoçantes”, diz.

Confira as principais inovações para o controle de diabetes

De acordo com Zagury, as três principais novidades para o controle da doença, infelizmente, por enquanto não são acessíveis para boa parte da população. Apesar disso, são inovações importantes, que promovem maior qualidade de vida e, no futuro, podem contribuir de forma mais efetiva no controle da doença. Confira:

  • insulina inalável, que funciona como uma insulina rápida. No entanto, existem algumas restrições de uso. Para saber se pode utilizá-la, o paciente deve fazer um exame simples, chamado espirometria;
  • dispositivos de aferição da glicemia fluido-intersticial, que são sensores aplicados na parte de trás do braço do paciente, com duração de duas semanas, cuja leitura pode ser feita por um smartphone. Um dos grandes benefícios, além de evitar as picadas frequentes, é o fato de permitir que o médico controle remotamente os resultados de seus pacientes;
  • bombas de insulina, que são cada vez mais eficientes e modernas, mas cujo custo é elevado para grande parte da população. 
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