Água mineral: marcas nacionais são de excelente qualidade
PROTESTE analisou lotes de 12 marcas de água mineral sem gás; confira os detalhes do teste!
A água mineral está presente no dia a dia das famílias, e os dados comprovam isso. De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), os brasileiros estão consumindo, cada vez mais, a água mineral envasada.
Embora a água que chega a sua casa distribuída pelas companhias de saneamento básico seja tratada e própria para o consumo, ela pode sofrer contaminação durante a distribuição (na caixa d’água, por exemplo). Se você, por exemplo, perceber cheiro e gosto ruins na água que consome, como aconteceu recentemente com moradores do Rio de Janeiro, o ideal é substituí-la pela água mineral até que o problema seja normalizado.
O Brasil é rico em fontes de água mineral e hoje é considerado o 4º maior produtor mundial de água mineral envasada, com 7% de participação no mercado global. Pensando nisso, a PROTESTE elaborou um teste de qualidade com lotes de 12 das principais marcas disponíveis no mercado.
Neste artigo, além de conhecer os resultados do nosso teste, você vai entender melhor o que exatamente caracteriza uma água mineral, seus benefícios para a saúde e a importância de observar as informações nos rótulos das embalagens. Confira!
O que é a água mineral?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em seu regulamento técnico para águas envasadas, define três categorias para a comercialização e distribuição. As diferenças entre esses produtos ajudam a compreender o que caracteriza a água mineral:
- Água Mineral Natural: obtida diretamente de fontes naturais ou por extração de águas subterrâneas. É caracterizada pelo conteúdo definido e constante de determinados sais minerais, oligoelementos e outros constituintes considerando as variações;
- Água Natural: obtida da mesma forma que a anterior, mas a quantidade de sais minerais e outros constituintes é inferior ao mínimo estabelecido para a mineral;
- Água Adicionada de Sais: diferentemente das outras, os minerais encontrados nessa água são adicionados em laboratório, onde ela é preparada e envasada para consumo. Alguns dos componentes que podem ser incluídos, por exemplo, são o bicarbonato de sódio ou sulfato de magnésio, desde que se respeite os níveis mínimos e máximos estabelecidos pela ANVISA. Ela não deve conter açúcares, adoçantes, aromas ou outros ingredientes.
O consumo diário de água é extremamente importante para a hidratação do organismo, regulando desde o transporte de nutrientes até a temperatura corporal. Segundo a nutricionista da PROTESTE, Fernanda Taveira, a quantidade ideal varia de acordo com o peso de cada pessoa.
Ela explica que é necessário consumir cerca de 30 ml de água por quilo. Ou seja, um indivíduo que pesa 80kg, por exemplo, precisa de 2,4 litros diários do líquido. A ingestão adequada de água é capaz também de evitar a formação de cálculos renais e reduzir o inchaço.
Se a água mineral for consumida, então, melhor ainda! Isso porque ela traz outros benefícios relacionados às substâncias encontradas em sua composição, como o magnésio, que atua nos músculos e no sistema nervoso.
Entretanto, alguns minerais, como o sódio, quando consumidos em excesso podem impactar a saúde. Por isso, analisar os rótulos das embalagens de água mineral é uma forma de entender o que está sendo ingerido.
O que procurar no rótulo da água mineral?
A Portaria nº 470, de 24 de novembro de 1999, estabelecida pelo então Ministro de Estado de Minas e Energia, é quem resolve as principais questões técnicas envolvendo a rotulagem das embalagens de água mineral.
Em seu artigo 2°, ela define as informações que obrigatoriamente devem ser inseridas nos rótulos. Entre elas, destacamos:
- o nome da fonte de onde a água é extraída;
- o local dessa fonte (o município e o estado);
- as características físico-químicas;
- a composição química, expressa em miligramas por litro.
Esse último item é o que o consumidor deve observar na hora da compra para se certificar dos níveis de algumas substâncias na composição da água mineral envasada.
A Resolução nº 274, de 22 de setembro de 2005, determina limites para a quantidade de substâncias químicas na composição. Se o nível máximo de um desses componentes for ultrapassado, pode representar riscos à saúde dos consumidores.
Abaixo, confira o limite máximo permitido para substâncias inorgânicas (leia a Resolução para conferir os demais):
- Antimônio: 0,005 mg/L;
- Arsênio: 0,01 mg/L;
- Bário: 0,7 mg/L;
- Boro: 5 mg/L;
- Cádmio: 0,003 mg/L;
- Cromo: 0,05 mg/L;
- Cobre: 1 mg/L;
- Cianeto: 0,07 mg/L;
- Chumbo: 0,01 mg/L;
- Manganês: 0,5 mg/L;
- Mercúrio: 0,001 mg/L;
- Níquel: 0,02 mg/L;
- Nitrato: 50 mg/L;
- Nitrito: 0,02 mg/L;
- Selênio: 0,01 mg/L.
Os fabricantes de água mineral devem também inserir na embalagem do produto a frase “Contém Fluoreto” sempre que a fórmula contiver mais de 1 mg/L da substância ou “Contém Sódio” quando a composição possuir mais de 200 mg/L de sódio.
Eles ainda devem avisar que o produto não é recomendado para lactantes e crianças com até sete anos de idade se o nível de fluoreto for maior que 2 mg/L.
A PROTESTE avaliou lotes de 12 marcas de água mineral nacionais
Agora que você compreende o que exatamente define uma água mineral, os benefícios de seu consumo e as informações que devem ser exibidas em seus rótulos, com certeza está mais bem preparado para tomar suas decisões de compra. Certo?
Para ajudar ainda mais você em suas escolhas, a PROTESTE realizou um teste de qualidade com 12 lotes das principais marcas de água mineral do mercado brasileiro. Detalhes sobre esses lotes e as legislações que serviram como base para a análise podem ser encontrados clicando aqui.
Nos tópicos a seguir, você confere como o estudo foi realizado e tem acesso aos resultados encontrados por nós. Já avisamos: eles indicam que as marcas nacionais de água mineral são de excelente qualidade.
Confira os detalhes do teste
Para avaliar a qualidade das principais marcas de água mineral (sem gás) disponíveis no mercado, a PROTESTE realizou um teste comparativo de lotes de 12 marcas: Bonafont, Crystal, Igarapé, Imperatriz, Minalba, Naturágua, Pureza Vital, Ouro Fino, Pedra Azul, Petrópolis, São Lourenço, Schin.
As análises laboratoriais e sensoriais foram realizadas por Laboratório devidamente credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foram avaliados os seguintes parâmetros:
- Rotulagem;
- Microbiologia;
- Análises físico-químicas;
- Análise sensorial.
Rotulagem
Foram verificadas a denominação de venda, marca comercial, nome da fonte, local da fonte (Município e Estado), classificação da água, nome do laboratório, número e data da análise da água, forma de expressão da composição química, dentre outros parâmetros. De maneira geral, estavam todos de acordo com a legislação.
Não foi possível identificar o lote na água mineral Igarapé. Além disso, a Resolução Anvisa nº 259/2002 (item 6.5.3) recomenda que o lote seja iniciado sempre com a letra L.
Foram feitas análises de metais pesados, microbiológicas e de diversas substâncias químicas que podem representar risco à saúde do consumidor.
Microbiologia
Todas as águas minerais avaliadas estiveram em conformidade e, portanto, não foi encontrada a presença de bactérias causadores de infecções (detecção e enumeração de Clostrídios sulfito redutores, Coliformes totais, Enterococcus spp., Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa).
Metais pesados
Não foi encontrado nenhum metal pesado (arsênio, cádmio e chumbo) nas águas minerais sem gás.
“Essa informação é de grande importância, pois a presença deles pode comprometer a qualidade da água, ao reduzir a capacidade autodepurativa, devido à ação tóxica ao organismo. Além disso, o acúmulo dessas substâncias no corpo, ao longo do tempo, pode afetar severamente as funções cerebrais, os rins, coração, sistema digestivo, endócrino e reprodutor, e inclusive levar ao câncer”, diz Fernanda.
Substâncias orgânicas, inorgânicas, agrotóxicos, cianotoxinas e desinfetantes
Foram analisadas todas as substâncias químicas que podem representar risco à saúde do consumidor, exigidas pela legislação da Anvisa (RDC n° 274/2005). “A boa notícia é que essas substâncias avaliadas não estavam acima do limite permitido por lei, garantindo, assim, segurança para a saúde do consumidor”, ressalta a especialista.
Fluoreto e Sódio
“Diferentemente do que muitos imaginam, o sódio não está presente somente nos alimentos industrializados. Está também nas frutas, nos legumes e, inclusive, na água mineral. Quando consumido em quantidades adequadas (< 2000mg), o sódio regula o volume dos fluidos corporais e tem uma grande atuação na função neuromuscular do organismo, mas em excesso, gera retenção líquida como também pode levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica”, explica Fernanda.
Na água mineral, o sódio costuma ser encontrado em pequenas quantidades, mas somado à quantidade da substância ingerida por meio dos alimentos ao longo do dia, pode impactar a saúde.
Sendo assim, como destacado anteriormente, se o sódio estiver numa concentração maior a 200 mg/L, o consumidor deve ser informado no rótulo por meio da frase “Contém sódio”. Nos lotes das águas minerais avaliadas, a concentração de sódio foi, em média, de 14,4mg/L. Tais concentrações encontradas estão de acordo com a legislação.
A legislação vigente exige que o fabricante também informe caso o produto tenha excesso de fluoreto acima de 1 mg/L. Em média, as águas minerais avaliadas apresentaram 0,2mg/L de fluoreto.”Níveis de fluoreto dentro do recomendado são uma das formas de prevenir cáries. Porém, quando acima de 2 mg/L podem levar ao surgimento de fluorose dental e óssea”, informa a nutricionista. Todos os lotes testados encontram-se em conformidade.
Análise sensorial
Em nosso teste, verificamos que houve variação quanto à aceitação das águas minerais entre os consumidores que participaram da análise sensorial, conforme os critérios estabelecidos pela ABNT NBR ISO 11136:2016. Eles avaliaram atributos como a cor, odor e sabor das amostras descaracterizadas para evitar qualquer falha de confidencialidade.
A marca Bonafont foi a preferida dos participantes. Em seguida, vieram Minalba, Pedra Azul, Ouro Fino, Naturágua, Igarapé, Imperatriz, São Lourenço, Petrópolis, Schin e Crystal. A que teve menor aceitabilidade foi o lote da Pureza Vital.
Qual a melhor marca de água mineral do Brasil?
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