Animais podem auxiliar em tratamentos de saúde
Cavalos e cães podem ser treinados para ajudar na superação de problemas como epilepsia, depressão e câncer
Você sabia que os animais podem ser um auxílio importante em tratamentos de saúde e psicológicos? Cavalos e cães, por exemplo, podem ser treinados para ajudar na superação de problemas como epilepsia, depressão, câncer e outras doenças físicas e emocionais.
Atualmente, esse tipo de trabalho vem sendo cada vez mais valorizado. O auxílio de animais pode ser utilizado em diversos contextos e para vários perfis de pacientes, como crianças, adultos e idosos.
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Terapia complementar
Essa forma de atuação é vista como uma terapia complementar. Ou seja, é usada como um adicional a outras ações terapêuticas. Ainda não existe um grande número de estudos que comprovem os resultados positivos da terapia assistida por animais.
Porém, algumas pesquisas já demonstram que vale a pena, sim, apostar nesse trabalho. Algumas delas mostraram, por exemplo, que a terapia com animais melhorou a motivação pessoal de pessoas com esquizofrenia e outros transtornos da saúde mental.
Outros estudos confirmaram que a interação regular com cães treinados em terapia trouxe melhoras em comportamentos sociais. Houve evolução em questões como a sensibilidade e o foco. Além disso, foi identificada a diminuição de comportamentos negativos em crianças com transtornos sociais e incapacidades.
Já houve também a constatação de que essa interação é capaz de aumentar a capacidade de concentração e de uso de habilidades comunicativas em crianças. Além disso, esse trabalho poderia promover habilidades sociais entre aquelas que têm dificuldades.
Eficácia
A ação desses animais também já ajudou pacientes hospitalizados a reduzirem os sentimentos negativos em relação à internação. Por exemplo, adultos em tratamento de câncer que puderam interagir com os pets treinados revelaram redução da ansiedade.
Por outro lado, os pacientes psiquiátricos hospitalizados apresentaram maior diminuição do nível da dor quando estavam sob os cuidados dos bichinhos, em comparação a outro grupo de crianças que se mantiveram relaxando por 15 minutos, em silêncio.
Os médicos explicaram que os animais trouxeram sensação de bem-estar aos pequenos pacientes, causada pela liberação de endorfinas. Também houve aumento dos linfócitos, que melhoram a resposta do sistema imunológico.
Bons resultados entre autistas
Esse modelo de terapia também produz efeitos bastante significativos na socialização de crianças com autismo. Um estudo comparou o tratamento de autistas com e sem a ajuda de animais.
O resultado foi que crianças que tiveram o contato com os bichinhos apresentaram um aumento maior da interação social. Também foi observado melhor avanço no uso da linguagem do que os outros pacientes.
A informações é confirmada por Vanessa Breia, psicóloga e professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A terapeuta desenvolve projetos de educação inclusiva e há 15 anos trabalha com intervenções assistidas por cavalos e cães.
Ela explica que os cães oferecem condições mais amigáveis e previsíveis para as crianças com autismo. Com isso, elas tendem a ficar mais relaxadas e disponíveis para a interação social. “O que se inicia com o cão e os terapeutas e depois se amplia para outras pessoas”, ressalta.
Capacidade de compartilhar emoções
Vanessa conta que, nos atendimentos, ela explora a capacidade que os cães têm de compartilhar emoções com as pessoas. E, no caso das crianças com autismo, essa interação apresenta inúmeras vantagens. “Os cães não oferecem uma sobrecarga ao seu sistema sensorial, porque não falam. Isso parece contraditório, mas a verdade é que favorece muito a comunicação, que é algo bem mais amplo do que a linguagem verbal”.
A psicóloga ressalta ainda que, como os cães costumam ter comportamentos mais previsíveis do que as pessoas, isso reduz bastante a ansiedade nos autistas. “Assim, há uma melhora nos comportamentos repetitivos, nas possíveis desorganizações em relação ao ambiente, a outras pessoas e a si próprios”, explica.