Saiba por que a mortalidade pela aids está caindo

Saiba por que a mortalidade pela aids está caindo

Taxa caiu 16% em relação a 2014; Ministério da Saúde enfatiza, contudo, a importância da prevenção para redução das mortes pela doença

A taxa de mortalidade pela aids passou de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017, uma queda de 16%. As informações são do mais recente Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. Primeiramente, o documento atribui a melhora ao tratamento universal e ampliação do acesso à testagem. Em segundo lugar, cita a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

Contudo, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, alertou para a necessidade de continuar conscientizando a população sobre o tema. “Só com uso de preservativos, vamos evitar e combater o HIV e a aids”, explicou o ministro.

Segundo o boletim, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil. Portanto, um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção de aids era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes. Já em 2017, de 18,3, queda de 15,7%. Na comparação com 2014, a redução é de 12% – de 20,8 para 18,3 casos por 100 mil habitantes.

“É a primeira vez em 20 anos que temos uma queda tão expressiva nas taxas da mortalidade”, comemora a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken. Ela lembra que da última vez que o país registrou quedas tão expressivas, foi entre 1996 e 1997, com a chegada do coquetel.

Menos bebês infectados pelo vírus

Adicionalmente, o boletim traz outra boa notícia. Trata-se da diminuição significativa da transmissão vertical do HIV. Ou seja, quando o bebê é infectado durante a gestação. A taxa de detecção de HIV em bebê reduziu em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 por cada 100 mil habitantes. Isso se deve ao aumento da testagem na Rege Cegonha, que contribuiu para a identificação de novos casos em gestantes.

Assim, em 2017, a taxa de detecção foi de 2,8 casos por 100 mil habitantes. Nos últimos 7 anos, houve redução de 56% de infecções de HIV em crianças expostas infectadas pelo HIV após 18 meses de acompanhamento. Adicionalmente, os novos dados ainda mostram que 73% das novas infecções de HIV ocorrem entre no sexo masculino. Além disso, 70% dos casos entre homens estão na faixa de 15 a 39 anos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza teste rápidos para a detecção do vírus nas unidades de saúde do país. Em 2018, foram distribuídos 12,5 milhões de unidades. A partir de janeiro também haverá na rede pública a oferta do autoteste de HIV para populações-chave e pessoas/parceiros em uso de medicamento de pré-exposição ao vírus. O autoteste de HIV já é vendido nas farmácias privadas do país.