Custos de internação podem comprometer patrimônio familiar

Custos de internação podem comprometer patrimônio familiar

Com uma saúde pública deficiente, rede particular fica sendo única alternativa aos brasileiros, mas custos são proibitivos

Os problemas da saúde no Brasil já são conhecidos. Falta de leitos, de médicos, remédios, equipamentos, além de emergências superlotadas, são alguns deles. O subfinanciamento do sistema de saúde pública é um grave problema que o Brasil precisa resolver. Além disso, a formação dos médicos nem sempre é boa – tanto na rede pública quanto na particular –  e muitos pacientes ainda enfrentam discriminação.

No caso de ser necessária uma internação, a situação é ainda mais grave, pois conseguir um leito em um hospital público, sobretudo nos grandes centros, é tarefa que requer um mix de fé e sorte.

A alternativa, nesse caso, fica sendo a rede particular. No entanto, os custos de internação são muito altos. Uma diária simples de um paciente em 2018 tinha um preço médio de R$ 1,1 mil. Para se ter uma ideia do que isso representa, a internação total de um paciente com quadro de infecção generalizada pode custar até R$ 25 mil, incluindo medicamentos e equipamentos.

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No caso dos planos de saúde, os custos são proibitivos para a maior parte da população. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde individuais e familiares das 100 maiores operadoras têm custos que variam de R$ 60 a R$ 1.800. Vale lembrar que os preços são crescentes, conforme a idade do segurado. Além disso, nem todas as doenças e exames são cobertos.

Quase 70% dos brasileiros não têm plano

As dificuldades de pagar um plano de saúde podem ser verificadas nos números. Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 69,7% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular – seja individual ou empresarial. Segundo o levantamento, esse percentual é ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E, atingindo 77%.

Um outro problema relacionado aos planos de saúde é a escassez de planos individuais. Hoje a maior parte da oferta das operadoras são de planos coletivos, que só podem ser contratados por empresas ou associações profissionais. Isso prejudica o consumidor, já que essa é a única modalidade que tem percentual máximo de reajuste de preço definido pela ANS. Além disso, a operadora não pode rescindir o contrato, a não ser em caso de fraude ou falta de pagamento.

Em resumo, hoje não é possível contar com a saúde pública e usar a rede particular pode comprometer o patrimônio de uma família. Por outro lado, os planos têm custos proibitivos ou não atendem completamente o consumidor. Esse é um problema que precisa ser discutido pela sociedade civil, empresas e governos.