Mal da vaca louca: caso é reconhecido no Brasil

Mal da vaca louca: caso é reconhecido no Brasil

Map confirma o caso do mal da vaca louca, mas tranquiliza com relação a segurança da carne

A atenção à qualidade da carne é fundamental na hora da compra. Frequentemente, a PROTESTE dá dicas de como avaliar o produto ou, mesmo, testa o que está no mercado (Revista 219). Porém, todo um processo de segurança é necessário, e aí que entram em ação os órgãos reguladores. Em fevereiro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAP) confirmou o caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (Mal da “vaca louca”), no município de Marabá, no Pará. Acompanhe as medidas.

Cenário brasileiro

O Brasil já sofreu com a doença, principalmente nos anos 80 e 90, mas hoje a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) classifica o país com o menor grau de risco para a doença: “insignificante”. O último caso foi registrado em 2021, inclusive com as importações suspensas, mas em três meses a situação foi normalizada.

Atualmente, estão em andamento providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras, e os órgãos afirmam que não há motivo de preocupação e alarde.

O que é o mal da vaca louca

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença do sistema nervoso dos bovinos. A enfermidade é fatal e acomete animais adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Portanto, uma vaca que era calma e de fácil manejo, se torna agressiva – daí o apelido da doença.

A princípio, uma proteína infecciosa (prion) gera a enfermidade. O príon está naturalmente presente no cérebro de vários mamíferos, inclusive no ser humano, contudo, ele pode se tornar patogênico adotando uma forma anormal e multiplicando-se demasiadamente.

A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) divide a doença em duas versões:

  • Clássica: a doença está presente nos alimentos contaminados. Nos últimos anos a ocorrência diminuiu acentuadamente, como resultado da implementação bem-sucedida de medidas de controle eficazes.
  • Atípica: são as formas de ocorrência natural e esporádica. A taxa é baixa na população bovina. Ocasionalmente, os animais mais velhos apresentam a doença.

Caso recente

Enfim, o resultado encontrado no Pará foi o atípico, ou seja, se manifesta espontaneamente na natureza. Os órgãos de monitoramento tranquilizam que, até o momento, não há evidências risco de disseminação entre o rebanho ou de contágio ao ser humano – “a versão clássica geraria mais preocupação de controle”, esclarece Rafael Moura, Coordenador do Centro de Alimentação e Saúde da PROTESTE.

Durante os últimos 20 anos de monitoramento da doença, o país não identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por meio da alimentação.

Mesmo com a ocorrência isolada, o Ministério tomou medidas como precaução para gerenciar o risco de exposição na cadeia alimentar. Seguindo o protocolo de segurança, o órgão suspendeu a exportação da produção brasileira, inclusive, para a China.

Números de exportação

Em 2022, o Brasil exportou US$ 11,8 bilhões de carne bovina fresca. Desse total, a China foi o destino de US$ 8 bilhões.

Em setembro de 2021, o governo federal suspendeu as exportações de carne bovina para o país após a identificação de dois casos atípicos da doença no Brasil, seguindo o protocolo com o país asiático. A situação normalizou três meses depois.

Consumo no Brasil

O Ministério da Agricultura frisou que a confirmação do caso não afeta a carne para consumo no mercado brasileiro e nem representa risco aos consumidores.

Doença no ser humano

No homem, existem duas doenças que têm relação com príon infeccioso. O príon pode se desenvolver naturalmente e ser acometido por uma doença degenerativa chamada de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), que nada tem a ver com o mal da vaca louca. Normalmente, ela atinge principalmente idosos.

Outra forma, é comer a carne infectada e, consequentemente, adquirir o príon infeccioso, desenvolvendo uma variante doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), aí sim conhecida como “vaca louca”. Não há casos registrados no Brasil.

De qualquer maneira, o risco de humanos desenvolverem o mal da vaca louca existe no consumo de partes contaminadas do cérebro, da medula cervical, da tonsila ou de tecidos do fundo do olho de bovinos. Entretanto, desde o final da década de 1990, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização destas partes para consumo.

Ambas as doenças degenerativas são fatais e têm alguns sintomas em comum, como a perda de memória, perda visual, depressão e insônia.

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Manuela Azevedo