Câncer de próstata: um em cada três homens não se previne

Câncer de próstata: um em cada três homens não se previne

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Ipsos mostra que os homens estão ignorando uma medida importante contra a doença

Um em cada três homens nunca procurou um médico como medida preventiva para câncer de próstata, apenas recorrendo a um especialista depois de apresentar algum sintoma. A informação foi revelada em pesquisa desenvolvida pelo Instituto Ipsos, a pedido da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson. O resultado foi publicado no site Tribuna.

O estudo inédito foi realizado com o objetivo de analisar o impacto da evolução do câncer de próstata na qualidade de vida de pacientes. Foram avaliados pacientes na fase de metástase (quando as células cancerosas se espalham pelo corpo) e fora dela.

Dessa forma, o levantamento buscou entender como os pacientes lidam com esse tipo de câncer e os principais impactos da doença. Assim, a pesquisa considerou diversos aspectos de suas vidas, como físico, psicológico, emocional, social e econômico. Foram entrevistados 200 homens acima dos 40 anos, diagnosticados com câncer de próstata há mais de dois anos. O estudo ouviu participantes em 13 capitais brasileiras.

Os pacientes ouvidos tinham, em média, 64 anos de idade e conviviam com o câncer de próstata há cerca de cinco anos. Os participantes revelaram que, mesmo após o surgimento dos sintomas, demoraram, em média, seis meses para buscar atendimento. Entre os possíveis sintomas estão o fluxo urinário fraco ou interrompido e vontade de urinar frequentemente à noite. Além disso, é comum o surgimento de dores no quadril, coxas e ombro, predominantemente.

Impacto do câncer de próstata na saúde

Essa atitude reativa perante o cuidado com a própria saúde reflete-se também em outro dado. A pesquisa aponta que 51% dos pacientes metastáticos disseram já se encontrar nesse estágio da doença no momento do diagnóstico.

Outro dado é que pacientes passam por cerca de 2,6 profissionais até chegar ao diagnóstico de câncer de próstata. O urologista foi o profissional procurado por 46% dos entrevistados após os primeiros sintomas. Por outro lado, 37% recorreram a um clínico geral. A maior parte dos diagnósticos foi realizada pelos urologistas, com 69% do total.

O trabalho identificou ainda que o surgimento de metástase prejudica significativamente a qualidade de vida da maioria dos pacientes entrevistados com câncer de próstata, totalizando 67% deles. Já outros 75% afirmam que tiveram que deixar de realizar atividades rotineiras como trabalho, lazer e exercícios físicos por causa do avanço da doença.

No Brasil, o câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 68.220 novos casos em 2019.