Conheça os novos consumidores 60+
A longevidade e qualidade de vida são, hoje, maiores do que no passado; pessoas com mais de 60 anos são ativas, produzem e consomem, em alguns casos até mais que os jovens.
Você já ouviu falar de consumidor 60+ ou sênior? O termo representa uma parcela cada vez maior da população, que ainda produz, consome e gera riquezas, mas ainda é alvo de preconceitos e estigmas.
Envelhecer, na sociedade moderna, ainda é uma questão delicada. “Vivemos em uma cultura ‘jovemcêntrica’, que faz com que a população com mais idade se torne invisível. Mudar isso é um grande desafio”, disse Sérgio Serapião, CEO da Labora, uma startup de recursos humanos do grupo Lab 60+, que tem por objetivo reintegrar pessoas com mais idade no mercado de trabalho.
Segundo Sérgio, essa parcela de público, atualmente, é ativa, comprometida e quer continuar produzindo. “Por isso, criamos oportunidades de trabalho para que essas pessoas se reinventem”, afirmou. Como exemplo, ele cita os cursos de aperfeiçoamento em áreas de marketing e e-commerce.
“Hoje, o consumo via e-commerce está bastante aquecido e é essencial, especialmente para que as pessoas respeitem as regras de isolamento social. No entanto, embora boa parcela dos consumidores sejam pessoas com mais de 60 anos, os desenvolvedores dos sistemas fazem parte de um perfil com faixa etária menor, são da geração 30-”, observou, relatando a importância de um olhar diferenciado para determinadas soluções.
Assim, a integração de pessoas dessa faixa etária nas equipes acaba sendo tanto um diferencial competitivo importante, quanto uma estratégia para que as empresas possam garantir um olhar mais adequado para esse novo perfil de público, que está em crescimento. O Senior Lab, inclusive, monitora o crescimento desse público em tempo real, confira aqui.
População 60+ já responde pela renda de mais de 25% dos lares brasileiros
A população acima de 60 anos responde por boa parte da renda dos lares brasileiros. “No último trimestre de 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 25% das famílias tinham como única fonte de renda uma pessoa com mais de 60 anos de idade”, destacou Martin Henkel, co-fundador do Núcleo 60+ e fundador da Senior Lab.
Com a pandemia do novo coronavírus, muitos jovens perderam seus empregos ou precisaram recorrer a acordos (como redução de jornada e, consequentemente, de salário) com seus empregadores. Assim, na avaliação de Martin, o número de lares que sobrevivem apenas com a renda da população acima de 60 anos aumentou.
“No mínimo, 25% da população brasileira vive, hoje, com a renda de pessoas com mais idade. Esse público, por sua vez, mantém seus recursos e fôlego financeiro para quitar as contas com base na aposentadoria, economias que, muitas vezes, possibilitaram a aquisição de imóveis, consultorias, entre outros”, explicou Martin.
Consumidor 60+ tem demandas específicas
As empresas que já perceberam o potencial de consumo deste público e estão atentas às suas demandas já começaram a investir em mudanças sutis, tais como embalagens mais adequadas às necessidades do consumidor 60+, com letras maiores e melhor visualização de informações.
Envelhecer de forma saudável e produtiva é uma conquista da sociedade. Existe, ainda, um estigma, em função de vários fatores. Com a questão da Covid-19, os problemas aumentaram: afinal, o idoso é grupo de risco, o que aumenta a sua situação de isolamento.
Até mesmo as redes sociais implementam mudanças para garantir a melhor experiência de usuários que fazem parte deste público. Recentemente, o Facebook fez algumas mudanças em sua página, aumentando o contraste e a fonte das letras.
“Certamente, isso proporciona grandes benefícios aos usuários com maior faixa etária. Aliás, com a pandemia, o uso das redes sociais, especialmente do Facebook, cresceu entre esse público. Estamos monitorando e, desde 17 de março, houve um aumento de 10 milhões de usuários na rede. No caso da população acima de 60 anos, o uso cresceu 5,1%”, afirmou Martin.
Segundo ele, é fundamental destacar que, hoje, as pessoas não se enxergam mais como idosas. “Envelhecer de forma saudável e produtiva é uma conquista da sociedade. Existe, ainda, um estigma, em função de vários fatores. Com a questão da Covid-19, os problemas aumentaram: afinal, o idoso é grupo de risco, o que aumenta a sua situação de isolamento”, ressaltou.
“Segregar esse público é um equívoco muito grande. Afinal, o consumidor 60+ ainda é produtivo e tem capacidade financeira para utilizar todos os canais disponíveis. Não podemos permitir que esse momento cause ainda mais isolamento destas pessoas”, frisou Martin.
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