Consumo consciente de energia faz bem ao bolso e ao planeta!
Além de não pesar no bolso, o consumo consciente de energia reduz o desperdício de recursos naturais e contribui para a sustentabilidade.
Com a quarentena, a maioria dos consumidores percebeu um aumento nas contas de energia elétrica, gás e água. Afinal, todos estão mais tempo em casa, o que aumenta a demanda por tais recursos. Trabalho, aulas on-line, entretenimento, preparo de refeições para toda a família, entre outras necessidades, contribuem para o maior uso dos recursos naturais. Porém, o consumo consciente de energia deve ser uma prioridade.
Além de afetar significativamente o bolso do consumidor, que já sofre com todos os reflexos da crise econômica, o desperdício de recursos naturais causa grandes impactos ao meio ambiente. O desperdício de água, que é um recurso finito, aumentou pelo terceiro ano consecutivo no país. Os dados mais recentes, de 2018, apontam que as perdas atingiram 6,5 bilhões de metros cúbicos de água.
O levantamento é do Instituto Trata Brasil, que mostra que esse cenário causa graves prejuízos econômicos e sociais, uma vez que a falta de água potável é um dos principais fatores causadores de doenças. Além disso, a água está diretamente ligada à energia elétrica, pois a principal fonte geradora nacional são as hidrelétricas. Quando falta água para geração de energia, o comprometimento ambiental é ainda maior, pois é preciso acionar as usinas termelétricas, mais poluentes.
Assim, para garantir a preservação ambiental para gerações futuras, o consumo consciente de energia é uma necessidade. Quer saber como adotar as boas práticas em sua casa? Confira as dicas da PROTESTE!
Como manter o consumo consciente de energia em minha residência?
Algumas ações são fundamentais no dia a dia e precisam se transformar em hábitos para o consumidor: não deixar aparelhos elétricos na tomada, em stand by, priorizar iluminação natural, quando possível substituir as lâmpadas por outras do tipo LED (Diodo Emissor de Luz) e evitar o desperdício de água.
A PROTESTE fez um estudo sobre os principais produtos que aumentam o consumo de energia em uma residência. “O uso destes recursos com bom senso não impacta somente o bolso do consumidor, mas também minimiza o impacto ambiental que o uso diário das tecnologias ocasiona”, alerta o pesquisador da PROTESTE, Dino Lameira. Confira algumas recomendações de uso consciente, apontadas pelo trabalho.
1. Use os eletrodomésticos de forma inteligente
Sem dúvida, as máquinas de lavar roupas ou louças e secadoras de roupas facilitam o nosso dia a dia e são recursos importantes na vida moderna. Porém, elas consomem grande quantidade de água e energia elétrica. Por isso, é fundamental utilizá-las de forma racional.
A principal dica é juntar o máximo de carga (roupa ou louça) possível para ligar o equipamento. Além disso, usar a quantidade certa de sabão/detergente evita a necessidade de um segundo enxágue, economizando mais água.
Uma das recomendações do estudo da PROTESTE, no caso da lavagem de roupas, é evitar programas com pré-lavagem. “Apesar de prática, esta ação pode ser substituída por um balde com água, cujo efeito será o mesmo”, lembra Lameira. Segundo ele, sempre que possível, o consumidor deve dar preferência aos programas mais econômicos, que economizam cerca de 30% de água e, por ter um tempo menor, gastam menos energia.
O uso da função secadora, em equipamentos lava e seca, também deve ser utilizado com critério, pois o consumo de energia é elevado. “É importante usar este recurso só em casos em que não seja possível estender as roupas ao sol”, destacou o especialista. Segundo ele, no último teste da PROTESTE, o modelo que economizou mais energia, utilizando a função secar, teve um consumo de 3,60 kWh/mês por ciclo (5 kg de roupa), o que daria um gasto com eletricidade de R$ 2,00 por ciclo. “Assim, cada vez que o consumidor deixa de utilizar este programa, economiza este valor. Usando quatro vezes no mês, ao invés de oito, seria uma poupança de R$8,00 no mês e R$96 no ano”, calcula.
2. Tenha atenção ao passar roupas
Além do cuidado ao pendurar as roupas no varal, evitando que fiquem muito amarrotadas, vale a pena incorporar alguns hábitos. “Passar a roupa antes de ela estar completamente seca facilitará o deslizamento, diminuindo o tempo do processo e, consequentemente, economizando energia elétrica”, disse Dino.
Outro cuidado é ajustar a temperatura do ferro, de forma a utilizá-lo sempre na menor temperatura exigida pelo tipo de tecido que se está passando. Geralmente, as temperaturas baixas são apropriadas para tecidos delicados e a máxima, para peças de roupa em algodão ou linho.
3. Confira os cuidados ao preparar alimentos
Para economizar na hora de preparar a comida, é importante utilizar os tamanhos corretos das panelas, de acordo com as potências dos queimadores, indicadas pelo fabricante. Queimadores com potências menores devem ser usados com panelas com diâmetros menores, para evitar desperdício. Por outro lado, as panelas grandes, se utilizadas em queimadores pequenos, demorarão mais tempo para preparar o alimento, consumindo mais gás.
Além disso, outras dicas importantes são:
- quando o alimento puder ser preparado em panela de pressão, opte por esse utensílio, que economiza gás. Quando a panela de pressão começar a apitar, é sinal de que a temperatura interna atingiu o equilíbrio e a água não vai esquentar mais. Então, o fogo deve ser reduzido, bastando apenas manter a chama necessária para a pressão continuar funcionando;
- a sugestão de reduzir a chama serve para todos os cozimentos em que a água ou líquido comecem a ferver;
- sempre que a receita permitir, cozinhe com a panela tampada, pois o vapor que se forma ajuda no cozimento do alimento.
4. Use a geladeira de forma consciente
Além da escolha do equipamento adequado, alguns cuidados ajudam a economizar energia:
- evite guardar o alimento ainda quente na geladeira;
- evite abrir muitas vezes as portas da geladeira, pois a troca de calor desequilibra a estabilidade interna da temperatura, fazendo o produto trabalhar mais para atingir o equilíbrio;
- instale o produto longe do fogão e de fornos elétricos e também das janelas, para que não pegue sol, evitando assim que a troca de calor ao abrir seja maior que a necessária;
- ajuste a temperatura interna de acordo com a quantidade de alimentos e com a temperatura externa. Em dias frios ou quando há poucos alimentos para conservar, a geladeira pode trabalhar em potências menores. Quanto menos potência, menos consumo de energia.
5. Tenha cuidado com equipamentos de TV por assinatura
De acordo com o estudo da PROTESTE, um dos grandes vilões do consumo de energia elétrica são os aparelhos de set top box, ou as conhecidas caixinhas da TV por assinatura. O consumo em standby desses equipamentos é próximo ao do que ocorre durante o funcionamento, ficando entre 70% a 90%. “Existem aparelhos que em stand by consomem de 5,1 kwh/mês a 8,4 kWh/mês, o que representa entre 20% a 25% do consumo de uma geladeira que funciona 24h por dia. Além disso, algumas casas possuem mais de um aparelho deste”, observa o pesquisador.
6. Mantenha o controle do uso de água e energia nos chuveiros
Sempre que possível, o consumidor deve usar a menor potência de aquecimento nos chuveiros elétricos. Além disso, quanto menos tempo for gasto no banho, menor será o consumo de água e gás ou eletricidade. Para as regiões que não são tão frias, o ideal é optar pelos modelos com menores potências.
“Em uma casa com cinco pessoas, por exemplo, o chuveiro elétrico pode pular de 18,5% do total da conta no verão, para 39,8% no inverno. Assim, todo o cuidado é pouco nas épocas de mais frio”, destacou o especialista da PROTESTE.
No caso de uso de aquecedor de água a gás, é importante que o equipamento seja regulado pelo menos uma vez ao ano. A temperatura que será usada também deve ser bem regulada, para evitar desperdícios. Quanto menos precisar abrir a água fria para atingir a temperatura, melhor, pois significa que está não está aquecendo demais, o que eleva o desperdício de gás e água.
7. Tenha atenção ao usar ar-condicionado
O dimensionamento adequado é a melhor maneira de economizar energia ao usar ar-condicionado. Além disso, vale observar a posição do cômodo em relação ao sol, a quantidade de pessoas presentes e de equipamentos ligados. “Sempre que possível, o consumidor deve substituir o uso do ar condicionado pelo ventilador. Ele não serve para resfriar, porém, em temperaturas mais brandas, pode ser suficiente para dar o conforto necessário, sendo bem mais econômico”, sugere Dino.
Ao usar o ar-condicionado, é importante manter as portas e janelas fechadas, reduzir a incidência do calor do sol (fechando cortinas ou persianas) e evitar aparelhos eletrônicos ligados desnecessariamente no mesmo ambiente.
Ao reduzir o desperdício e adotar boas práticas para o consumo consciente de energia em sua casa, o consumidor tem benefícios diretos em seu bolso, economizando com as tarifas, mas também contribui para minimizar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade para gerações futuras.