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Granjas comerciais: como funcionam as medidas de seguranças?

Resumo:

As granjas avícolas comerciais no Brasil seguem uma série de protocolos quando há a suspeita de doença entre as aves desses locais.

As granjas avícolas comerciais devem seguir uma série de protocolos de segurança para evitar o surgimento doenças. Como esses espaços possuem uma grande concentração de aves – como galos e galinhas –, são necessários cuidados higiênico-sanitários intensivos. Assim, as medidas de controle e prevenção visam preservar a saúde dos animais, bem como da equipe envolvida na produção.

No Brasil, as granjas comerciais precisam estar de acordo com as regras estabelecidas pelo Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Uma delas é a biosseguridade, termo que se refere a um conjunto de normas e procedimentos operacionais que buscam justamente prevenir e limitar o risco de ingresso de vírus ou outros patógenos.

Ainda, de acordo com uma cartilha produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), esses espaços devem ficar distantes de outras criações para reduzir as possibilidades de contaminação.

Quais protocolos são seguidos em casos de suspeita de vírus?

A suspeita de vírus nesses espaços voltados para a produção de carnes e ovos é um sinal de alerta. Por exemplo, casos de influenza aviária – ou gripe aviária – em aves configuram situações de emergência, como destaca Fernando Groff, fiscal estadual agropecuário e médico-veterinário.

Também chefe da divisão de defesa sanitária animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI), no Rio Grande do Sul, Fernando lista os principais procedimentos de contenção e saneamento em casos de suspeitas de doenças:

Medidas na granja afetada

Medidas nas áreas de controle (raio de 3 km e 10 km)

Assim, mesmo nos casos de suspeita, a comercialização de produtos é suspensa. “As granjas com suspeitas fundamentadas ficam interditadas até o diagnóstico laboratorial ser concluído”, pontua Fernando.

Além disso, de acordo com o “Manual de Procedimentos” do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os técnicos devem realizar a visita ao local com roupas descartáveis. Também há a possibilidade dos profissionais usarem roupas disponibilizadas pela própria granja.

Assim, se a análise da suspeita der negativo, o local é liberado para movimentação animal e produção.

O que é feito quando a análise da suspeita dá positivo?

Saiba quais são os protocolos de segurança quando é confirmada a presença de uma doença nas granjas (Foto: Freepik).

Saiba quais são os protocolos de segurança quando é confirmada a presença de uma doença nas granjas (Foto: Freepik).

No geral, quando um resultado for positivo, os consumidores podem ficar na dúvida sobre como proceder na hora ou após a compra. De acordo com Fernando, nesses casos, a população deve se atentar à origem do alimento. Para isso, é importante avaliar as seguintes informações:

Além disso, os consumidores podem pesquisar sobre a inspeção do produto de origem animal – já que esse processo busca assegurar as condições higiênico-sanitárias desses alimentos.

Conforme o fiscal estadual agropecuário, esses detalhes são importantes para que o consumidor tenha a segurança de que o alimento vendido passou por processos de produção adequados para evitar qualquer tipo de risco prejudicial para a pessoa.

Caso seja observado algum problema associado a alimentos de origem animal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta que o consumidor tire dúvidas ou faça outras manifestações na Ouvidoria do MAPA. Além disso, a agência recomenda que, em casos de suspeita de Doença Transmitida por Alimento (DTA), é preciso procurar um serviço de saúde.

“Também, qualquer cidadão deve notificar doenças em animais de criação”, destaca Fernando. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os envolvidos na criação de aves domésticas podem realizar uma notificação aos meios de comunicação do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

No caso de gripe aviária, por exemplo, não há muitos casos do vírus em humanos, conforme o documento “Perguntas mais frequentes sobre a Influenza Aviária”. No texto, também foi informado que essa doença em específico não é transmitida por carnes ou ovos, mas foi indicado que seja evitado o contato com aves doentes e, até mesmo, com aquelas que morreram.

Quando se trata dos protocolos nas granjas em casos de resultados positivos, a interdição da propriedade e da movimentação animal é mantida e um plano de contingência é acionado. Fernando explica que isso também engloba a vigilância das propriedades em até 10 quilômetros e o saneamento do local – como limpeza e desinfecção.

Os animais do foco da enfermidade são sacrificados, seguindo o Código Sanitário dos Animais Terrestres, da Organização Internacional de Saúde Animal. “Todo o material potencialmente contaminado também é descartado de forma segura, para não disseminar a doença, atendendo requisitos ambientais”, diz o fiscal estadual agropecuário.

Além disso, uma dúvida que pode surgir é: o que é feito com os ovos da granja? Conforme Fernando, os ovos são tratados como materiais contaminados – por isso, devem ser descartados. Ele complementa que as embalagens que não são possíveis de passar por um processo de desinfecção também devem ser jogadas fora.

O manual do Mapa destacou que no foco de uma doença é importante que a equipe de profissionais seja constituída por pessoas que não terão contato com as aves pelos sete dias seguidos, no mínimo. Por conta disso, o grupo não pode ser composto por vizinhos do local ou outros avicultores e agricultores.

Se o resultado for positivo, o que é feito na área ao redor da granja comercial?

Nesses casos, há uma vistoria nas propriedades ao redor da granja com caso positivo de alguma doença. Nesse processo, são analisados os locais que possuem animais suscetíveis à enfermidade, como aves. A ideia é verificar se o vírus foi disseminado para áreas além da granja comercial.

Como é feita a prevenção contra doenças em granjas comerciais?

Controle de acesso de pessoas, controle da entrada de veículos e limpeza frequente das instalações são algumas práticas do dia a dia de quem trabalha em granjas comerciais, que também servem como ações preventivas, de acordo com a cartilha da Embrapa.

Mas muitos podem se perguntar como funciona a vacinação dos animais. Na verdade, segundo uma nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), há vacinas que são permitidas e outras que não são. Por exemplo, para a doença de Marek a imunização é autorizada, por outro lado, para a influenza aviária a vacinação nos animais é proibida.

No caso da influenza aviária, prefere-se a eliminação dos focos, como descreveu um informativo no site da Embrapa. Vale citar que em matéria da Proteste é possível conferir mais detalhes sobre o que é a gripe aviária.

Assim, conforme a cartilha citada acima, a biosseguridade em granjas comerciais exige planejamento e revisão, englobando avaliação e treinamento aos trabalhadores. Se o local tiver alguma suspeita de enfermidade, a notificação pode ser feita no Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Vale citar que, no dia 22 de maio, foi preciso iniciar os protocolos de segurança para controlar um foco de influenza aviária em uma granja comercial no Brasil. No entanto, em 18 de junho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que o país está livre da doença, já que não foram mais registradas novas ocorrências.

Já reparou?

A PROTESTE é a maior associação de defesa do consumidor da América Latina e, como parte de seu propósito, está sempre atenta às necessidades do mercado brasileiro. Recentemente, lançamos a campanha Já Reparou?, que visa garantir aos consumidores o Direito de Reparo de seus produtos eletrônicos de forma acessível. A iniciativa busca combater práticas de alguns fabricantes que limitam o reparo de aparelhos ao bloquear o uso de componentes que não sejam originais ou instalados por oficinas credenciadas.

Você pode participar dessa ação e colaborar com essa conquista – acesse o site jareparou.com.br, assine e garanta esse direito. Essa vitória, entre outras coisas, amplia a aquisição de peças e manuais, reduzindo o custo de consertos para o consumidor e incentivando a sustentabilidade.

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