Suco de uva integral é saudável

A PROTESTE testou várias marcas de suco de uva integral e atestou a saudabilidade da bebida, embora algumas tenham apresentado arsênio acima do permitido. Confira!

O suco de uva integral pode ser considerado um item saudável, comparado à própria fruta, pois mantém suas principais propriedades. Além de ser de fácil digestão, a bebida é rica em vitaminas e minerais, auxilia na prevenção do câncer, reduz os radicais livres, regula a resistência dos vasos sanguíneos e tem função oxidante.

Para atestar a qualidade do produto, a PROTESTE testou lotes de 15 marcas em laboratório, analisando diversos parâmetros. No geral, as bebidas foram bem avaliadas, e a marca Casa de Bento foi considerada tanto a melhor do teste (com melhores resultados em todos os critérios testados) quanto a escolha certa (melhor custo-benefício). 

Porém, alguns detalhes dos produtos analisados chamaram a atenção negativamente – caso do teste que indica a presença de metais pesados. Durante a avaliação, foram conferidas a presença de três elementos tóxicos: chumbo, cádmio e arsênio. Os dois primeiros não foram achados em nenhum produto, mas o último foi detectado em várias amostras, em volume um pouco superior ao permitido por lei, que estabelece que sucos e néctares de frutas podem ter até 0,10 mg/kg da substância.

Presença de metais pesados

“Registramos índices acima deste valor nos lotes das marcas Aurora (0,128mg/kg), Catafesta (0,125mg/kg), Del Valle (0,117mg/kg), Do Bem (0,132mg/kg), Galiotto (0,128mg/kg), Maguary (0,182mg/kg) e Salton (0,116mg/kg). No entanto, essas quantidades não causam danos à saúde do consumidor”, atesta o farmacêutico bioquímico Guilherme Freitag.

No entanto, de acordo com Pryscilla Casagrande, coordenadora do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE, é preciso cuidado com o consumo contínuo da bebida. “”Por não serem passíveis de metabolização, os metais pesados podem tornar-se um veneno silencioso, que permanece por muito tempo no corpo. Por isso, podem fazer mal ao longo dos anos, sem manifestação de sintomas. Mas a quantidade de arsênio encontrada no teste só traria problemas de saúde se fosse consumido um litro, diariamente, por 15 anos”, explica. 

Vale explicar que a origem do arsênio é o próprio modo de cultivo da fruta. A substância pode estar presente em herbicidas, inseticidas e até mesmo fertilizantes.

Sem bactérias no suco de uva

Na análise de microbiologia, para detectar a presença de bactérias, que também são prejudiciais à saúde, nada foi encontrado nos lotes avaliados. Na análise físico-química, os resultados foram igualmente positivos. Neste critério, são checados a acidez e o teor de sólidos solúveis e insolúveis (ou em suspensão) na sua composição. O suco pode ter partículas da polpa da fruta, o que dá uma coloração turva ao líquido, mas não deve apresentar partes e películas de sementes ou fragmentos sólidos.

O teor de sólidos solúveis totais é indicado pelo índice de maturidade dos frutos. A legislação brasileira prevê um mínimo aceitável de 14  ºBrix (índice de refração de uma solução) e todos os produtos se mostraram em conformidade, com variação de 14 ºBrix a 17,2 ºBrix. “Esta diferença pode ser decorrente das diversas regiões onde são produzidas as uvas”, diz Pryscilla.

Os sólidos insolúveis são as partes de película da semente e demais fragmentos que estejam boiando na bebida. Por lei, elas devem representar menos de 5% do produto e todas as marcas avaliadas estavam dentro da norma.

Rótulos fora de conformidade

Os rótulos dos produtos também foram analisados pela PROTESTE. De forma geral, não foram encontrados problemas. A análise observou itens como data de validade, lote, conservação, conteúdo líquido, lista de ingredientes e tabela nutricional. O lote da Mitto, no entanto, não traz o alerta de glúten da forma correta, como expressa a legislação.

Já as marcas Do Bem e Pérgula estavam em desacordo com a maneira de informar a porcentagem de suco – eles usam “100% suco”, quando a legislação determina que seja “100% de suco de uva”. Os lotes da Galiotto e do Carrefour estavam de acordo com as normas que impedem o uso de textos que possam induzir o consumidor ao equívoco quanto à sua verdadeira composição e qualidade. 

As demais marcas apresentaram irregularidades ao exibirem frases como: “sem conservadores” e “apenas ingredientes naturais”. “Tais informações induzem o consumidor a achar que o produto é especial. Não é, pois o que caracteriza todo suco integral é o fato de ser produzido apenas com a fruta, sem adição de açúcares, conservantes ou qualquer outra substância”, esclarece Pryscilla. 

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