Esclerose múltipla: SUS fornecerá versão de 40 mg do Copaxone

Esclerose múltipla: SUS fornecerá versão de 40 mg do Copaxone

Medida reduzirá à metade aplicação do medicamento injetável que melhora qualidade de vida do paciente com esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que compromete o sistema nervoso central​​ (SNC) e traz muitos prejuízos ao paciente. No entanto, uma boa notícia vem do Ministério da Saúde. Pacientes adultos que sofrem com Esclerose Múltipla Remitentes Recorrentes (EMRR) terão acesso ao Acetato de Glatirâmer (Copaxone) na versão de 40 mg, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS terá seis meses contados de dezembro para ofertar o medicamento.

O medicamento injetável impede a atividade da doença que ataca o sistema nervoso central. O SUS já oferta a versão de 20 mg. Assim, com a medida, o paciente reduzirá aproximadamente pela metade o número de aplicações no corpo por semana. Ou seja, passará de sete para três injeções, aumentando sua qualidade de vida.

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A esclerose múltipla pode ser classificada por níveis de evolução clínica. Os casos entendidos como Remitentes Recorrentes se caracterizam por surtos autolimitados de disfunção neurológica com recuperação completa ou parcial. Aproximadamente 85% dos pacientes com a doença são inicialmente diagnosticados com EMRR. Os outros níveis da doença são o Secundariamente Progressiva (EMSP) e o Primariamente Progressiva (EMPP).

A doença afeta normalmente adultos entre 18 e 55 anos de idade. Além disso, é duas a três vezes mais frequente em mulheres. Entretanto, crianças e pessoas idosas também podem ser atingidas. No mundo, estima-se que a cada 100 mil habitantes, 33 sofram com ela. Já no Brasil, estima-se que aproximadamente 35 mil pessoas convivem com a doença. Estima-se que aproximadamente 15 mil estão em tratamento atualmente no SUS.

Ao todo, o SUS oferta 44 procedimentos (clínicos e de reabilitação) para a doença, de forma integral e gratuita. Também há um conjunto de medicamentos ofertados especificamente para tratamento de esclerose múltipla aos pacientes cadastrados no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF).

Sinais e sintomas

De acordo com o Albert Einstein – Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, os sintomas mais comuns são:

  • Fadiga (fraqueza ou cansaço)
  • Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos)
  • Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face)
  • Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla)
  • Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade)
  • Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios
  • Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino
  • Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação)
  • Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade.

Se você estiver sentindo alguns desses sintomas, agende uma consulta no Serviço Saúde da PROTESTE.

Diagnóstico

​Para o diagnóstico da esclerose múltipla são utilizados critérios que consideram vários aspectos clínicos e de imagem, associados à analise do líquor com a pesquisa de biomarcadores específicos. Portanto, o médico solicitará o exame de coleta de líquor por meio de uma punção lombar. Diagnosticar a doença precocemente faz toda a diferença. Assim, quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de modificar a longo prazo o curso natural da esclerose múltipla – reduzindo o número de surtos, lesões e sequelas neurológicas.

Tratamento

Atualmente há diversos medicamentos que auxiliam no tratamento dos pacientes. O objetivo é combater o surgimento de lesões no sistema nervoso central, a ocorrência de surtos, o acúmulo de sequelas e também a progressão das dificuldades neurológicas.

No momento do surto, os corticosteroides em altas doses proporcionam uma recuperação mais rápida ao paciente, mas , em casos mais graves pode ser usada a plasmaférese (técnica de filtração do plasma para retirar anticorpos).

Além dos tratamentos específicos para evitar o surgimento de lesões e dos surtos, também são utilizados medicamentos para alívio de sintomas. Entre eles, fadiga, descontrole esfincteriano e rigidez muscular. A decisão para o melhor tratamento a seguir deve ser tomada pelo médico em conjunto com o paciente e sua família.

 

Redação