Tabagismo e diabetes: uma combinação de risco
Entenda por que pessoas com diabetes que fumam estão mais propensas a alguns problemas de saúde
As consequências que o cigarro traz para saúde das pessoas já são conhecidas. Entre elas, complicações cardiovasculares, o aumento da chance de câncer no pulmão e de infarto. Além disso, o tabagismo acarreta problemas ainda maiores para quem tem diabetes.
Em entrevista à Sociedade Brasileira de Diabetes, o coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo, Dr. Augusto Pimazoni Netto explicou quais são as principais consequências.
Tabagismo e diabetes
Pessoas com diabetes estão mais propensas a complicações cardiovasculares, renais e oculares. E o tabagismo também compromete o sistema cardiovascular. “No caso de fumante e portador de diabetes, existe um conjunto de fatores adversos atuando sobre os mesmos órgãos alvo”, explicou Dr. Augusto.
Um estudo realizado nos Estados Unidos, que gerou o relatório especial do Centers for Disease Control and Prevention, avaliou uma população de 3,9 milhões de indivíduos. Esse estudo dividiu os participantes em três categorias distintas. Em nenhuma delas havia pacientes com diabetes já diagnosticados no início do estudo. Em comparação com os que nunca fumaram, o risco relativo de desenvolver diabetes foi 14% maior em ex-fumantes, 25% maior em fumantes leves (0-15 cigarros por dia) e 54% maior em fumantes pesados (acima de 15 cigarros por dia).
“Alguns estudos avaliaram os possíveis mecanismos envolvidos nesse aumento do risco de complicações em diabéticos fumantes. Entre eles, destacam-se os seguintes fatores: a promoção da obesidade central, as concentrações mais altas de cortisol nos fumantes, e o aumento de marcadores inflamatórios e do estresse oxidativo em fumantes. Além disso, a nicotina parece se ligar a receptores nicotínicos das células beta do pâncreas, produtoras de insulina. E, assim, reduzir diretamente a secreção de insulina”, continuou Dr. Augusto.
Benefícios ao parar de fumar
Mesmo para quem fuma há muitos anos, a decisão de parar sempre é bem-vinda. Entretanto, é preciso persistência. A nicotina é uma das drogas mais difíceis de abandonar. A maioria das pessoas tenta parar de fumar e têm algumas recaídas.
“Os estudos mostram que são necessários cerca de 12 anos após a interrupção do tabagismo para que o risco relativo da ocorrência dessas complicações possam ser detectados em ex-fumantes”, finalizou.
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