Azeites extravirgens apresentam indícios de fraude em novo teste
Testamos 49 lotes de azeite de oliva extravirgem em laboratório e continuamos a encontrar indícios de fraude, conheça os resultados!
A PROTESTE realizou um novo estudo com 49 lotes de marcas de azeite extravirgem em laboratórios acreditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI) e cinco lotes apresentaram indícios de fraude. São elas: Barcelona, Casa Medeiros, Oliveiras Do Conde, Quinta D’ouro e Quinta Lusitana. O teste ocorreu entre junho e setembro de 2019.
Testamos as marcas com maior representatividade no mercado brasileiro e as sugeridas por consumidores e nossos associados. O teste avaliou a rotulagem, acidez, qualidade, os parâmetros que podem indicar fraude e o estado de conservação dos produtos. A análise foi realizada de acordo com a metodologia e os parâmetros previstos na legislação aplicável, especialmente, a Instrução Normativa 01/2012 do Mapa.
Após os resultados, identificamos cinco lotes de marcas fraudados e já ingressamos com as ações judiciais para que as empresas sejam responsabilizadas. Ao todo, 18 lotes avaliados apresentaram irregularidades em nossa análise.
Clique aqui para conhecer os azeites reprovados e não recomendados para compra.
No teste de 2018, após os resultados que identificaram fraudes, a PROTESTE entrou com sete ações na Justiça e obteve sete liminares favoráveis para que os lotes dos produtos fossem retirados do mercado. Até o momento, duas empresas foram condenadas a recolherem os lotes do mercado e à indenização por danos morais coletivos.
Clique aqui e veja o teste de 2018.
No teste atual, não foi diferente. A PROTESTE ingressou com cinco ações judiciais contra as empresas responsáveis pelos azeites fraudados com o objetivo de retirar os lotes imediatamente do mercado.
Vale ressaltar que os lotes das marcas Barcelona, Casa Medeiros e Oliveiras do Conde, com indícios de irregularidades, foram suspensas pelo Mapa em outubro deste ano, por apresentarem produtos com adulterações.
Clique aqui e veja o resultado dessas ações judiciais.
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Entenda quando um azeite é considerado fraudado
O azeite de oliva é obtido através do processamento do fruto da oliveira (Olea europaea L.), a azeitona, e para ser denominado como azeite de oliva não pode apresentar mistura com qualquer outro tipo de óleo vegetal. Quando ocorre a adição de outros óleos vegetais, como o de soja, por exemplo, o produto é descaracterizado e classificado como “lampante”.
Esse tipo de produto tem cheiro forte e pode apresentar acidez elevada e, portanto, “não pode ser destinado diretamente à alimentação humana, porém poderá ser refinado para enquadramento no grupo azeite de oliva refinado, ou, ainda, destinado a outros fins que não seja para alimentação humana”.
Mapa divide não conformidade em duas categorias
Os lotes testados, que não estavam em conformidade com a legislação, podem ser divididos em duas categorias, de acordo com o Mapa:
“Fora de Tipo” – os azeites de oliva que não atenderem a um ou mais parâmetros de qualidade e/ou os limites de tolerância das características sensoriais. No nosso teste, o produto foi avaliado por três painéis sensoriais reconhecidos pelo COI e a classificação do produto considerou a unanimidade de avaliação de todos os painéis.
Clique aqui e veja quais as classificações dos produtos analisados.
A análise sensorial de azeites é uma ferramenta fundamental na determinação da classificação do azeite de oliva em: extravirgem, virgem ou lampante. Ela é tão importante quando a avaliação físico-química. Nesta análise, o produto não pode apresentar nenhum defeito como borra ou lodo, mofo, terra, ranço, gosto metálico, entre outros. Esses defeitos podem estar relacionados às falhas no momento da colheita das azeitonas e/ou à forma de conservação do azeite.
Identificamos 13 lotes de marcas que foram considerados “fora de tipo”, por não terem sido aprovados na análise sensorial. Eles apresentaram conformidade com as análises físico-químicas, mas não atenderam aos limites de tolerância das características sensoriais estabelecidos pela IN 01/2012.
“Fraudados” – os lotes das marcas que apresentaram indícios de adição de outros óleos vegetais e por isso não podem ser considerados como azeites de oliva extravirgem.
Os azeites considerados “fraudados” são aqueles que apresentam grave vício de qualidade no produto, ou seja, está impróprio para o consumo. Foram considerados nessa condição produtos das marcas Barcelona, Casa Medeiros, Oliveiras Do Conde, Quinta D’ouro e Quinta Lusitana.
Os resultados do teste foram encaminhados para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Mapa, CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), SENACON (Secretaria Nacional do Consumidor) e OLIVA (Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira).
E o melhor azeite do teste é…
Para cada critério avaliado classificamos os azeites em “muito bom”, “bom”, “aceitável”, “ruim” e “muito ruim”. O azeite mais bem avaliado no teste foi o Parus, de origem portuguesa, que obteve 97% na avaliação, considerando todos os quesitos (rotulagem, acidez, conservação, fraude e qualidade). O produto é vendido em média a R$ 17,90, valor próximo aos demais. As maiores pontuações seguintes foram dos azeites Santiago e Gallo, que têm preço médio de R$ 21,98 e R$ 23,50, respectivamente.
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Adquirimos os produtos anonimamente nos mercados da mesma maneira que um consumidor realiza, garantindo assim independência nos resultados do teste. Nossa avaliação englobou a análise da rotulagem, de acidez, de qualidade, dos parâmetros que podem indicar fraude e do estado de conservação dos produtos. O teste foi realizado de acordo com a metodologia e os parâmetros previstos na legislação aplicável, especialmente, a Instrução Normativa 01/2012 do Mapa.
A cada teste nos preocupamos em utilizar o lote disponível para venda no mercado. Dessa forma, os resultados refletem a qualidade do produto adquirido naquele momento, permitindo acompanhar as melhorias de qualidade de cada fabricante.
Queridinho na culinária
O azeite é extremamente apreciado na culinária brasileira. Rico em antioxidantes e gorduras consideradas boas para o organismo, ele é um importante aliado para a saúde.
No entanto, o azeite de oliva extravirgem vem sendo alvo frequente de adulterações. Preocupados com essa questão, temos avaliado ao longo dos últimos 17 anos a qualidade dos azeites que você consome. Queremos fazer tudo para que você leve para sua casa um legítimo azeite de oliva extravirgem.
Veja aqui os lotes testados e a legislação considerada no teste.
Veja aqui como fizemos o teste