Teste de colchão: um resultado que garante bons sonhos
Dormir bem é questão de saúde. Vimos na capa da edição de agosto deste ano da Revista PROTESTE os benefícios de uma boa noite de sono, mas, infelizmente, um artigo publicado na revista Sleep Epidemiology, em janeiro, mostra que o repouso dos brasileiros não anda lá muito bem – 66% dos mais de 2,5 mil entrevistados apresentaram uma má qualidade de sono e são considerados “mau dormidores”.
Muitos são os fatores que interferem em um sono tranquilo e, na opinião do ortopedista e traumatologista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) Adriano Passaglia Esperidião, um bom colchão é um deles.
“Produtos inadequados podem levar a frequentes dores na coluna, tanto lombar quanto cervical, principalmente se dormirmos da forma errada, o que pode desenvolver desde dores articulares, desgastes precoces e até mesmo hérnias de disco na coluna devido à má-postura”, alerta o especialista, que também é membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC).
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que de cinco em cinco anos se substitua o colchão. Outro ponto importante, de acordo com o ortopedista, para avaliar a hora da troca é quando a estrutura do produto está afundando ou ficando marcada. “Isso mostra que está perdendo a sua capacidade de suportar o peso”, orienta.
Então, rolou de um lado para o outro na cama e concluiu que chegou a hora da escolha? A PROTESTE testou seis colchões de espuma, com valores entre R$ 2.599,00 e R$ 7.899,00. Mas diante do investimento, o que estamos levando para casa está valendo a pena?
Os modelos avaliados foram Vitagel Space (Castor), Original (Emma), Polaris ultra D45 (Orthocrin), Pró-Saúde Visco (Ortobom), Pró in box à vácuo + Ultra Gel (Probel) e Coral (Zissou). De maneira geral, os resultados foram bons e, entre os seis modelos analisados, quatro foram indicados para compra.
Dentre todas as marcas, o que apresentou o melhor desempenho, e foi considerado o Melhor do Teste, foi o colchão Original da Emma, que garantiu também o título de Escolha Certa – ou seja, a melhor relação custo benefício.
Vamos entender o teste
Seis critérios que reproduzem situações reais de uso do colchão em nossa casa foram determinados para a avalição. Inclusive, como consumidores, nem sempre conseguimos avaliar algumas dessas situações na hora da compra e, por vezes, só mesmo um laboratório de teste pode nos ajudar a entender as diferenças entre cada produto.
Para avaliar essas situações, a PROTESTE levou os produtos a um laboratório com capacidade reconhecida, na Europa, e agora vamos entender cada uma das etapas vistas na avaliação e seus respectivos resultados.
Assim, fica fácil entender como o colchão interfere na qualidade do seu sono e na sua saúde, e, claro, escolher a melhor opção. Confira os pontos de análise:
> Durabilidade
O colchão sofre a simulação de uso para que se verifique a sua resistência, também chamado de teste de fadiga. É feito um ensaio de rolagem (30 mil ciclos) no produto, com um cilindro de 140 kg, e que simula o desgaste de em média 8 ou 10 anos.
“Verificamos se ocorre, após o teste, algum problema na estrutura do colchão, ou danos na espuma e se há alguma mudança significativa relacionada a firmeza e altura”, explica Dino Lameira, especialista PROTESTE, responsável pelo teste. Além disso, é considerado o resultado do ensaio do teste de suporte do corpo (após o teste de fadiga).
> Suporte do corpo
É preciso que o colchão ofereça sustentação correta do corpo e para isso, um bom produto precisa suportar o peso e não interferir no formato e movimento das costas ao deitar, mantendo a coluna do usuário na forma original.
Dessa forma, uma pessoa é colocada no colchão deitada de costa pra cama e de lado, antes e depois do teste de resistência. Sensores embaixo do colchão acompanham e determinam índices relacionando ao movimento da coluna do usuário durante os testes. Quanto melhor manter a estabilidade natural do movimento da coluna, melhor é a sustentação do corpo e a qualidade do apoio do colchão.
> Estabilização
Este teste consiste em deixar um peso de 17,5 kg cair sobre colchão e contar os saltos e rebotes que acontecem após sua queda. Isso funciona para simular o giro do corpo da pessoa durante o sono, verificando a forma como do produto amortece e absorve os impactos. O ideal é que tenha um equilíbrio – deve absorver bem o impacto, mas sem causar tantos movimentos de oscilação no colchão.
> Pressão
Aqui, um cobertor sensível à pressão é colocado em cima do colchão e um usuário de porte médio deita para registrar os valores de pressão. No teste é possível especificar em qual ponto a pressão mais alta é exercida no corpo e como ocorre a concetração e distrubuição dessa pressão, principalmente, na área da bacia e dos ombros.
Colchões com pressão muito alta e má distribuída podem afetar o sono do usuário. “Para diminuí-la a pessoa precisa mudar de posição, o que incomoda o sono”, esclarece Dino.
> Elasticidade
Se o colchão é de casal, o ideal é que o movimento dos corpos durante o sono não interfira na estabilidade um no outro. Assim, duas calotas são movidas sobre o colchão a uma certa distância, para avaliar a sua capacidade elástica na área não tensionada entre essas duas calotas.
> Permeabilidade
Durante a noite, e normal que a nossa transpiração aumente. Por isso, uma característica valorizada nos colchões é a quantidade de umidade que eles conseguem absorver. Este teste é realizado em câmara climática por um período de 10 horas a 37°C e com uma taxa de umidade de 50%, onde um dispositivo com umidade de 99% é colocado no colchão.
A parte inferior do dispositivo, que é delimitada pelo colchão, é aberta para que umidade escape somente por ela, o que faz com que no final possamos verificar a quantidade umidade restante.
> Reciclabilidade
É verificada a facilidade de separar as diferentes camadas de cada colchão para reciclar os diferentes materiais. Se houver cola entre muitas camadas, a classificação não será tão boa.
Vamos aos resultados
Agora que entendemos o que foi testado e principalmente o que precisamos esperar de um colchão, vamos acompanhar as conclusões.
- Emma Original – Melhor do Teste. É um produto que apresenta bom suporte do corpo ao longo do tempo, principalmente com a pessoa na posição dorsal e com avaliação aceitável com a pessoa na posição lateral. Sua durabilidade também foi considerada boa, tendo uma perda mínima na altura do colchão após o teste de fadiga e mantendo um bom resultado na sustentação do corpo. Além disso, não apresentou danos na espuma após o teste. Em relação ao conforto, seu resultado foi aceitável – tanto no ponto de elasticidade quanto na estabilização, não permitindo que movimentos sejam sentidos entre duas pessoas dormindo próximas e amortecendo adequadamente os impactos. Seu ponto negativo foi a distribuição da pressão que não foi feita adequadamente. Na questão da permeabilidade, o colchão foi considerado aceitável.
- Zissou Coral – Não foi tão bem quanto o Emma na questão do suporte do corpo, e foi considerado aceitável. Seu desempenho com o corpo na posição dorsal foi melhor que na posição lateral. Sua durabilidade foi considerada boa, com uma perda mínima da altura do colchão após o teste de fadiga. Além disso, sustenta bem o corpo da pessoa ao longo da vida útil do colchão e não apresentou danos na espuma após a realização do teste. Em relação ao conforto seu resultado foi aceitável. Teve uma melhor distribuição da pressão em comparação com o Emma, mas uma pior estabilização, não amortecendo de forma adequada os impactos.
- Castor Vitagel Space – Foi considerado aceitável em relação ao suporte do corpo e, na mesma linha dos anteriores, foi melhor na sustentação na posição dorsal do que na lateral. No teste de durabilidade seu resultado foi aceitável – mesmo tendo boas avaliações em relação a perda de altura e firmeza durante o tempo de vida útil do produto, apresentou danos na espuma após o teste de fadiga, o que impacta negativamente na avaliação. Ele foi destaque na elasticidade, sendo o melhor avaliado, mas foi aceitável em relação às outras análises.
- Ortobom Pró Saúde Visco – Foi considerado aceitável em relação ao suporte do corpo – foi bom na avaliação com o corpo na posição dorsal e ruim na avaliação com o corpo na posição lateral. Quanto à durabilidade, a avaliação foi considerada boa, tendo uma perda de altura do colchão considerada pequena, após o teste de fadiga, mantendo uma boa sustentabilidade do corpo durante a vida útil. Seu resultado foi aceitável na etapa de conforto. Foi o único a absorver bem o suor e mantém bem os corpos das pessoas em suas laterais. Seus resultados na pressão e absorção de impacto foram aceitáveis.
- Probel in box à Vácuo + Ultragel – Também foi considerado aceitável em relação ao suporte do corpo, repetindo o resultado – bom na avaliação com o corpo na posição dorsal e ruim na avaliação com corpo na posição lateral. A durabilidade do produto foi considerada aceitável. Não apresentou danos na espuma, ainda assim teve uma perda muito grande da firmeza no teste de fadiga, o que pode comprometer a sustentação do corpo ao longo de sua vida útil. O resultado também foi aceitável na avaliação do conforto. Apesar das boas avaliações na elasticidade e estabilização, foi ruim no teste de pressão, como o produto da Emma.
- Orthocrim Polaris Ultra 45 – Foi bem na avaliação de suporte, principalmente na posição dorsal. O resultado também foi bom em durabilidade. Não teve dano na espuma, mas com o teste de fadiga perdeu firmeza impactando a sustentação do corpo do usuário. foi o pior entre os modelos avaliados no critério conforto. Teve um resultado ruim, também, no teste de pressão e na elasticidade. Absorve bem os impactos e de maneira aceitável o suor.
Confira a tabela final de resultados:
Veredito:
O colchão Original da marca Emma foi considerado o melhor do teste, com avaliação final total de 71 pontos. Pelo seu desempenho, foi o modelo de colchão que apresentou os melhores resultados médios, levando em conta todas as categorias analisadas. Por sua qualidade de construção, boa experiência de uso nos mais diversos aspectos, além de um preço competitivo ,o produto foi considerado a melhor escolha do teste.
Sobre valores – Relação custo benefício
No mês de novembro coletamos 52 ofertas dos seis produtos testados – e os valores ficaram entre R$ 2.599,00 e R$ 7.899,00*. Os modelos, inclusive, apresentaram preços diferenciados entre as lojas – o que mostra que vale a pena para o consumidor, pesquisar o preço.
Como vimos, o colchão ganhou nosso título de Melhor do Teste foi o Emma Original, e a marca garantiu também o título Escolha Certa por apresentar a melhor relação custo benefício.
Quando confrontamos o preço mínimo do colchão Original Emma (R$ 2.772,06) com o modelo Zissou (R$ 6.450,51), que é o mais caro do teste, o consumidor garante uma economia de R$ 3.678,45, o que permitiria comprar mais uma unidade da Emma e ainda sobrando o troco de R$ 906,39 para gastar nas roupas de cama, por exemplo.
*Os preços apresentados neste comparativo foram coletados entre os dias 16, 17 e 18 de novembro de 2022 e, portanto, refletem os valores encontrados no momento da pesquisa.
Dicas na hora da compra
Agora que você conhece os resultados do teste e o desempenho das marcas, seguem mais algumas dicas que devem ser adotadas na hora de escolher o seu colchão.
- Meça antes a cama e o espaço onde planeja colocá-la e compare as medidas com as do colchão. Saber a altura também é importante para não comprar um modelo mais alto do que a mesa de cabeceira, caso tenha.
- Pressione a superfície do colchão, para sentir a consistência e a firmeza. Menções, como ultra, soft ou extra firme, só fazem sentido se comparadas em modelos da mesma marca.
- Cuidado com alegações que remetam a funções terapêuticas (magnetismo,
raios infravermelhos longos, terapias quânticas, etc.). Elas não têm base científica. - Verifique o peso do colchão ainda na loja ou no site, antes da compra, para se certificar de que consegue movimentar o modelo com facilidade para arejar, virar e limpar.
- O travesseiro ideal é aquele que acomoda bem no pescoço entre o ombro e a cabeça, deixando-a alinhada com a coluna vertebral. “A altura e o conforto são o mais importante na escolha”, diz o ortopedista.
Prejuízos de dormir mal
Uma noite mal dormida pode trazer uma série de consequências para a saúde física e mental: oscilação de humor, maior risco cardiovascular e aumento de incidência de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, queda da imunidade, dificuldade em manter ou perder peso e, em crianças, irritabilidade, agressividade e hiperatividade.
Inclusive, a American Heart Association acaba de adicionar a duração do sono à sua lista de verificação de saúde cardiovascular — faz parte do Life’s Essential 8, um questionário que mede oito áreas-chave para determinar a saúde cardiovascular de uma pessoa.
“Quando dormimos mal ou pouco, há redução da saciedade e aumento do apetite, e isso pode levar à obesidade, que é um fator de risco nesse quadro”, explica a neurologista Márcia. As pessoas que não dormem o suficiente também têm maior probabilidade de apresentar hipertensão e diabetes.
Sandra Doria, pesquisadora e médica otorrinolaringologista e especialista em sono do Instituto do Sono de SP, complementa a explicação: “Durante cerca de 75% do tempo do sono, há desaceleração do sistema cardiovascular, com menor pressão arterial e frequência cardíaca”.
Como você vê, dormir bem é questão de saúde e, se dormir na companhia dos anjos começa com um bom colchão, a PROTESTE já facilita pra você o encontro do par perfeito.
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