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Como escolher o produto de cabelo para crianças?

Resumo:

Veja quais pontos analisar na hora de escolher um produto para o seu filho; veja a dica de especialistas

A criação de crianças envolve uma série de cuidados. Dentre os pontos de atenção estão os itens de higiene, como os produtos para cabelos. Ao comprar xampus ou condicionadores infantis, por exemplo, é importante compreender que esses cremes são fabricados com composições diferentes daqueles voltados para os adultos, para evitar problemas que podem afetar os pequenos.

Um boletim de 2016 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou a necessidade das crianças usarem produtos voltados para esse público. Isso porque os itens devem ser elaborados para manter as características da pele nessa faixa etária. Ainda, conforme o material, alguns produtos são dermatologicamente testados ou hipoalergênicos – ou seja, livre de substâncias que podem causar reações alérgicas.

Aliás, um estudo realizado pela Proteste destacou que produtos para o público infantil recebem uma classificação de grau 2 pela Anvisa. Assim, quando se trata de cremes de pentear para crianças, por exemplo, o artigo da organização ressaltou a necessidade de observar qual produto tem a menor quantidade de substâncias químicas e se é hipoalergênico.

Quais sintomas indicam que uma criança pode ter alergia a um produto?

Irritação na pele e alergias são os principais quadros que podem surgir com o uso de determinados xampus, condicionadores e outros cremes para cabelos infantis.

Violeta Tortelly, coordenadora do departamento de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cita que se os pais ou responsáveis pela criança observarem sintomas como coceira ou vermelhidão, é preciso remover o item usado na pele, lavando com água corrente em abundância. Em casos de persistência desses efeitos, é preciso procurar um dermatologista.

Conforme o boletim da Anvisa citado acima, itens capilares devem ser submetidos a avaliações de segurança para o consumidor. Estes testes costumam analisar o potencial de irritar a pele e de provocar alergias.

Marjorie Uber Iurk, membro do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), destaca que a alergia a um produto pode se manifestar na hora ou um tempo depois. “O mais comum é acontecer assim que o uso é iniciado, mas às vezes a criança desenvolve a alergia de um item que já utiliza há anos”, diz.

Ela acrescenta que na presença de sintomas, especialmente coceira e vermelhidão, é preciso procurar um atendimento médico para obter um diagnóstico. “Na suspeita de produtos cosméticos como causa, deve-se informar o fabricante do acontecimento. Não significa uma certeza de que o produto é a causa, mas o fabricante precisa ser informado para prosseguir com estudos e averiguar se algo está acontecendo.”

Principais características dos produtos para cabelos de crianças

Em um estudo publicado no Repositório Institucional Unicambury é pontuado que as características capilares de uma criança são diferentes dos adultos, pois a quantidade de sebo não é igual. O sebo é referente a uma substância oleosa, produzida pelas glândulas sebáceas do corpo.

Violeta explica que as glândulas sebáceas das crianças não são muito ativas, ou seja, não geram muita oleosidade. Por isso, os itens fabricados para os cabelos desse grupo não precisam de fórmulas com substâncias que façam uma limpeza mais profunda.

“No geral, os produtos para cabelo de criança são com pH neutro, para não arder o olho, e com fórmulas mais simples, sem muitos ingredientes”, diz. O pH é uma escala que mede o índice de acidez de uma solução – ou seja, uma mistura de substâncias. Marjorie comenta que um mesmo ingrediente pode ser liberado em uma determinada porcentagem para o público adulto, mas quando for voltado para o grupo infantil o composto é aplicado com uma porcentagem menor na fórmula de um produto.

Como saber quais produtos podem ser usados por crianças?

Ao comprar um produto de cabelo para criança, é importante analisar o rótulo do item (Foto: Freepik).

Ao comprar um produto de cabelo para criança, é importante analisar o rótulo do item (Foto: Freepik).

Ao comprar um creme para cabelos infantis, a Anvisa descreveu em outro boletim algumas orientações, como:

Ainda, segundo a agência, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) diz que todo produto ou serviço deve conter informações claras sobre suas características, qualidade e composição, bem como os riscos que apresentem aos consumidores. Além disso, o CDC considera como prática abusiva a comercialização de um item em desacordo com as normas de órgãos reguladores.

Além disso, Marjorie destaca que produtos para uso de crianças possuem uma indicação na embalagem, com faixa etária do público.

O que verificar nos rótulos de produtos capilares para crianças?

Analisar os rótulos dos itens voltados para o público infantil também pode ajudar no momento de escolher produtos adequados. Violeta orienta que ao observar a rotulagem, é preciso evitar substâncias chamadas “desreguladores endócrinos”. Ela explica que esses desreguladores são capazes de estimular uma puberdade precoce.

A coordenadora do departamento de cabelos da SBD diz que, na dermatologia, os tipos dessas substâncias que podem aparecer em produtos capilares são os ftalatos. “Eles são usados para dar cremosidade aos xampus e maior fixação. Mas também podem estar presentes em hidratantes e esmaltes de unhas”.

Um estudo de 2024 publicado no periódico Environmental Health Perspectives buscou entender a associação entre o uso de produtos para cuidados da pele e a concentração de ftalatos no organismo das crianças. No artigo, os pesquisadores descreveram que essas substâncias desreguladoras endócrinas têm sido ligadas a diferenças na composição corporal e no neurodesenvolvimento do público infantil.

Ainda, quando se trata dos ingredientes em um produto, Marjorie explica que a lista dos componentes no rótulo deve estar escrita em português. “É importante as pessoas adquirirem o hábito de ler os rótulos de produtos, não só dos capilares, mas de todos os cosméticos usados”, ressalta. Em meio a essa análise, ela orienta que o consumidor se atente à data de validade do item.

Marjorie também explica que informações como “dermatologicamente testado” ou “testado por pediatras” devem passar por um processo de regulamentação da Anvisa. Isso porque, para colocar esses destaques na embalagem, é preciso apresentar à agência reguladora um teste de alergia – e/ou outros testes específicos.

De acordo o estudo realizado pela Proteste, quando se trata de cremes de pentear, por exemplo, algumas alegações que o consumidor pode se atentar nos rótulos são: ingredientes naturais, ingredientes veganos e ingredientes orgânicos.

Ainda, a pesquisa explicou a necessidade de observar o número de óleos/manteigas e extratos vegetais em um item de pentear, bem como o de conservantes e fragrâncias.

Mais detalhes sobre o estudo da Proteste

A edição 239 da Revista Proteste elaborou um teste com 12 cremes de pentear para crianças, a análise foi feita por um time de especialistas da organização. Foram analisados itens voltados para cabelos cacheados e crespos e para cabelos lisos e finos/outros. No estudo, foram destacadas pontuações com base em critérios como segurança, composição e custo-benefício. As notas variaram de 78 a 94. O conteúdo completo encontra-se na biblioteca de publicações.

Já reparou?

A PROTESTE é a maior associação de defesa do consumidor da América Latina e, como parte de seu propósito, está sempre atenta às necessidades do mercado brasileiro. Recentemente, lançamos a campanha Já Reparou?, que visa garantir aos consumidores o Direito de Reparo de seus produtos eletrônicos de forma acessível. A iniciativa busca combater práticas de alguns fabricantes que limitam o reparo de aparelhos ao bloquear o uso de componentes que não sejam originais ou instalados por oficinas credenciadas.

Você pode participar dessa ação e colaborar com essa conquista – acesse o site jareparou.com.br, assine e garanta esse direito. Essa vitória, entre outras coisas, amplia a aquisição de peças e manuais, reduzindo o custo de consertos para o consumidor e incentivando a sustentabilidade.

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