É possível reduzir o impacto ambiental dos produtos de limpeza?

É possível reduzir o impacto ambiental dos produtos de limpeza?

Durante a pandemia, o uso de produtos de limpeza e germicidas foi intensificado; PROTESTE alerta para os cuidados que reduzem o prejuízo ambiental.

O sentimento de segurança e proteção decorrente do uso de germicidas e bactericidas aumentou com a pandemia. De acordo com uma pesquisa divulgada em maio pela Nielsen, os consumidores consideram que o uso desses itens é mais relevante do que a questão da sustentabilidade do fabricante ou o impacto ambiental dos produtos de limpeza. 

O trabalho mostrou, ainda, que as pessoas estão inclusive dispostas a pagar mais por produtos que as mantenham a salvo de doenças ou garantam sua imunidade. Segundo a Nielsen, esse comportamento deverá ser mantido mesmo após o fim da pandemia.

Os detalhes desse levantamento podem ser conferidos na página da empresa. Apesar da inegável importância de tais produtos, não há dúvidas de que eles causam impactos e prejuízos ambientais. Para discutir esse tema, a PROTESTE realizou uma live com o pesquisador Thiago Porto, que abordou as características e cuidados na utilização dos produtos focados em higiene.

Durante todo o mês de junho, em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a PROTESTE está realizando lives que abordam vários aspectos da sustentabilidade e consumo responsável. Para ficar por dentro da agenda, siga as redes sociais da associação: Instagram, Facebook, LinkedIn e YouTube

É possível reduzir o impacto ambiental dos produtos de limpeza?

De acordo com Thiago, existem produtos considerados amigáveis ao meio ambiente. “Normalmente, eles contêm selos e certificações que atestam a segurança do uso e sua sustentabilidade”, explicou o especialista. Isso é importante para garantir que os componentes do produto sejam seguros. 

“Apesar de as versões ecológicas ou biodegradáveis normalmente terem preço maior, o consumidor precisa pensar também na sustentabilidade. Resíduos de produtos comuns contaminam a água e causam grandes danos ao meio ambiente”, afirmou. “Precisamos pensar no futuro e ter responsabilidade com os recursos naturais”. 

Ele destacou, ainda, que quanto mais houver demanda por produtos biodegradáveis, mais os fabricantes vão se interessar em produzir versões amigáveis ao ambiente. Com o aumento da oferta, a tendência é de que os preços também se tornem mais atrativos, sem tanta diferença dos itens tradicionais.

Thiago recomenda, ainda, que os consumidores tenham cuidado com o uso da água. “Vale também, além de escolher produtos ecologicamente corretos, ter consciência para usar de forma adequada, sem desperdício – nem do produto, nem de água”, orientou. 


Produtos caseiros funcionam?

Muitas pessoas utilizam misturas caseiras para higienização. No entanto, Thiago alerta para riscos não apenas ao meio ambiente, mas também à saúde. “Os produtos comercializados nas prateleiras dos supermercados atendem às normas de fabricação e vigilância sanitária, que atestam a sua eficácia”, disse. “Misturas caseiras podem não ser eficientes para eliminar germes e bactérias, além do risco de se tornar tóxico”. 

Como escolher o álcool em gel?

Com a Covid-19, o álcool em gel passou a fazer parte do dia a dia das pessoas, e Thiago considera que, mesmo após o fim da pandemia, o hábito de utilizá-lo deve persistir. Porém, ele alerta para a compra do produto adequado. 

“Existem dois tipos de álcool em gel, o cosmético e o medicamento. O cosmético não tem que ter obrigatoriamente grau 70, por isso não é indicado”, destacou. “Além disso, precisa ter rótulo com informações adequadas, que garantam sua eficácia”, orientou.

O especialista alerta, ainda, que o álcool em gel é o produto adequado para higienização das mãos. “Desinfetantes podem ser utilizados em superfícies inertes, como móveis ou piso. Na pele, o ideal é o álcool em gel”, ressaltou. “É importante levar sempre uma embalagem do produto ao sair de casa”, orientou. 

Como usar desinfetantes corretamente?

Thiago destaca que existem erros comuns no uso de desinfetantes para higienização. “É fundamental ler o rótulo de qualquer item que tenha componente químico”, destaca. “No No caso do desinfetante de uso geral, para desinfectar uma superfície ou ambiente, esse tipo de produto deve ser utilizado puro. Quando diluído em água, serve para limpeza geral, mas não tem a propriedade desinfetante”, explicou.

Além disso, é importante usar luvas ao manuseá-lo, para evitar o contato da pele com o agente químico, e evitar o uso em ambientes fechados. “Não há necessidade de usar grande quantidade do produto”, alertou. No entanto, é importante limpar o ambiente primeiro, e somente depois aplicar o desinfetante. Normalmente, o tempo de ação do produto é de 10 minutos (mas é importante que o consumidor confira as instruções do rótulo para verificar o prazo correto). Depois disso, o desinfetante deve ser retirado com um pano úmido.

O especialista alerta, ainda, que os produtos sejam armazenados com cuidado, fora do alcance de crianças ou animais domésticos, e longe de fontes de calor, que podem interferir em sua formulação.

limpar alimentos
Quais os produtos indicados para higienizar alimentos?

De acordo com Thiago, a melhor opção é usar água sanitária (1 colher de sopa para 1 litro de água). “Nunca use nenhum tipo de desinfetante em alimentos, pois esses produtos contêm outros agentes químicos que podem causar toxicidade”, alertou.

Como descartar corretamente as embalagens e reduzir o impacto ambiental de produtos de limpeza?

A maior parte dos produtos é comercializada em embalagens plásticas, o que também pode significar o risco de contaminação ambiental, caso o descarte seja feito de forma inadequada. Thiago orienta que o consumidor verifique no rótulo as orientações para o descarte correto, uma vez que esses materiais podem ser reciclados. 

No caso de vencimento da validade do produto, o especialista orienta entrar em contato com o fabricante e verificar quais os procedimentos para logística reversa. “Produtos como água sanitária, entre outros, não devem ser descartados na rede de esgotos, pelo risco de contaminação da água”, afirmou. 

Ele ressaltou, ainda, a importância de escolher os produtos com cuidado. “O melhor é procurar uma versão sem corante ou fragrância, evitando que mais esses componentes químicos atinjam a rede de esgotos”, comentou. “É um dever de todos adotar um comportamento responsável, para reduzir os impactos ambientais dos produtos de limpeza”. 

Para mais informações, acesse o especial coronavírus.

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