Quando o consumismo vira uma doença? Conheça a oneomania

Quando o consumismo vira uma doença? Conheça a oneomania

Conheça o que é a oneomania, doença causada pelo consumismo compulsivo. O que é, como tratar e o que fazer para evitar esse problema.

Você já ouviu falar da oneomania? O nome pode parecer um pouco estranho, mas esse termo é referente a algo muito mais comum do que você imagina. Classificada como um problema de saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a oneomania está diretamente ligada ao bem-estar do consumidor e como os hábitos de consumo podem afetar até mesmo a sua saúde. Saiba mais sobre essa doença, causas, consequências, como diagnosticar e tratar o problema e sua relação com o consumismo. Confira!

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O que é oneomania?

A oneomania é uma doença caracterizada pelo ato de comprar indiscriminadamente. A compulsão por consumir está na Classificação Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde (CID), sob o código CID 10 – F 63.8. Ela é considerada um transtorno psicológico sério e que pode comprometer a qualidade de vida de quem convive com o problema.

É importante, porém, diferenciar a oneomania do simples consumismo. O consumista é aquele que sente prazer em comprar e exibir suas compras. Apesar de impactar a vida financeira e comprometer o orçamento de muita gente, o consumismo não é doença e é possível controlá-lo com mudança de hábitos e disciplina financeira. 

O oneomaníaco, porém, demonstra um comportamento visivelmente doentio, apresentando sintomas explícitos: não tem critério com relação ao que compra (muitas vezes comprando itens repetidos ou que já possui); esconde as compras de pessoas próximas, amigos e família, por vergonha; mente sobre o que comprou; sente culpa após comprar; e apresenta descontrole financeiro severo, muitas vezes recorrendo a empréstimos e cheque especial para comprar. Além disso, o oneomaníaco também desconta seus sentimentos de frustração, angústia e tristeza nas compras, consumindo para tentar lidar com suas emoções negativas. 

Casos de onemania extrema também apresentam sintomas de dependência grave: a pessoa pode vender pertences e bens próprios, de parentes ou amigos para satisfazer o desejo da compra compulsiva; ameaça fisicamente pessoas próximas caso não consiga comprar; e desenvolve um comportamento autodestrutivo.

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Quais as causas da oneomania?

A oneomania, apesar de ser uma doença, não surge do nada. É possível elencar algumas causas possíveis para esse problema. 

Fatores psicológicos

Pessoas que possuem algum transtorno psicológico são mais suscetíveis a desenvolver oneomania. Problemas como ansiedade, depressão, transtorno bipolar podem ser fatores desencadeantes para esse problema. 

Influências culturais e sociais

O ambiente também favorece o surgimento da oneomania. Fatores culturais e sociais que impulsionam e incentivam a consumir cada vez mais e com mais frequência, a partir de campanhas publicitárias, redes sociais e influencers, são um verdadeiro gatilho para a oneomania, que costuma começar com um consumismo exagerado, até realmente virar uma doença. 

Consequências da oneomania

Como qualquer outro problema de saúde, a oneomania tem impacto sobre a vida do paciente. Na vida financeira, comprar por compulsão causa efeitos imediatos e prejudiciais: superendividamento, falta de crédito nas instituições financeiras e desequilíbrio financeiro, que pode fazer com que a pessoa não consiga até mesmo arcar com contas básicas, como a fatura da energia elétrica ou as compras do mercado. Para quem possui uma empresa ou pequeno empreendimento, a doença pode causar inclusive falência.

Porém, a oneomania também pode prejudicar a saúde física e emocional do paciente: o sofrimento do consumismo compulsivo pode desencadear ou agravar casos de depressão e ansiedade, que por sua vez agravam a oneomania, gerando um ciclo vicioso perigoso. O oneomaníaco também pode desenvolver falta ou excesso de apetite, problemas com o peso, insônia e fadiga excessiva. Em razão das dívidas, muitas pessoas chegam ao extremo da saúde mental e podem cometer suicídio.

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Como o diagnóstico é realizado?

Apesar de possuir sintomas muito perceptíveis, a oneomania só pode ser diagnosticada por um profissional, médico psiquiatra ou psicólogo. O primeiro passo, portanto, é procurar ajuda. O diagnóstico é realizado através de anamnese e acompanhamento dos padrões comportamentais do paciente, ainda pode incluir o depoimento de pessoas próximas para ter uma visão mais completa do comportamento compulsivo.

Como é feito o tratamento?

A boa notícia é que a oneomania tem tratamento e o paciente pode recuperar a qualidade de vida. Após o diagnóstico, é fundamental que a pessoa comece a psicoterapia com um psicólogo ou psiquiatra. A terapia é necessária para que o oneomaníaco reveja seus hábitos e comportamentos, encontre a raiz do problema e a trate de forma completa. 

Em alguns casos, é possível que o tratamento também seja complementado com medicações antidepressivas e ansiolíticas. As terapias em grupo também são alternativas que fazem toda a diferença no tratamento. Os Devedores Anônimos, por exemplo, é um grupo de apoio para oneomaníacos semelhante ao grupo Alcoólicos Anônimos e ajuda o doente a tomar consciência de seu problema e não desistir do tratamento. 

Guia do consumidor

Como prevenir a oneomania? 

Será que é possível prevenir a oneomania? Sim! Em alguns casos, a compulsão por compras pode ser evitada com a revisão de hábitos que podem revelar um potencial problema. Se você é uma pessoa consumista, faz muitas compras desnecessárias, vai ao shopping quando está triste ou angustiado e percebe que algumas compras já prejudicam sua vida financeira, é hora de ligar o alerta vermelho. 

O primeiro passo é evitar situações que possam ser um gatilho. Se você adora fazer compras no shopping, por exemplo, limite seus passeios a esse local e vá acompanhado de alguém confiável e que saiba do seu problema. Ter uma companhia como apoio pode ser um incentivo para permanecer firme e não comprar por impulso. 

Em caso de compras online, você pode utilizar algumas estratégias simples: desinstale seus aplicativos de compras no celular e remova o site de lojas da sua barra de favoritos no navegador. Outra alternativa é não manter os dados bancários ou número do cartão de crédito nos aplicativos de compras.

Em paralelo, pode ser interessante investir na sua organização financeira, para criar a disciplina de manter seu orçamento no azul, evitando dívidas e reservando uma quantia predeterminada para compras e lazer. Isso ajudará a encontrar o equilíbrio de consumo, fazer compras realmente necessárias e ficar bem não só comprando, mas também depois de pagar.

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Adrielle Rodrigues

Adrielle Rodrigues

Assistente do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da Proteste Técnica em Química pelo IFRJ e Graduanda em Farmácia (UFRJ)