Ronco: conheça a causa e livre-se deste incômodo!

Você ronca ou dorme com alguém que sofre com o problema? Além de atrapalhar o sono, o ruído pode indicar alguns distúrbios mais sérios; saiba mais!

Ronco: conheça a causa e livre-se deste incômodo!

Quem ronca costuma sofrer com sonolência durante o dia, ter dificuldade de concentração e maior chance de ter depressão ou irritabilidade, além de risco aumentado de desenvolver hipertensão e doenças cardíacas. Por isso, é importante investigar a causa do ronco e buscar meios de tratar o problema.

O ruído é provocado pelo ar que passa pelos tecidos relaxados na garganta, fazendo com que eles vibrem quando a pessoa respira. Ele pode até ser considerado normal quando o indivíduo dorme de barriga para cima, pois a garganta fica mais flácida e a língua cai um pouco para trás.

“O ronco passa a preocupar, efetivamente, quando o quadro evolui para alterações mais importantes do padrão de sono e para a associação com a síndrome da apneia do sono, que está relacionada a desordens respiratórias, neurológicas e cardiovasculares”, diz Alexandre Bié, especialista em otorrinolaringologia e membro da Academia Brasileira de Ronco e Apneia. 

Quais as causas do ronco?

Além da apneia obstrutiva do sono, que causa interrupções na respiração (de cerca de 10 segundos em adultos, e 2 ou 3 segundos em crianças), outros fatores também podem causar o ronco:

  • ganho de peso, que causa o aumento de gordura no pescoço, levando à flacidez dos músculos da boca e da garganta;
  • alergias, rinite, sinusite e obstruções nasais; 
  • palato mole aumentado; 
  • queixo retraído; 
  • tabagismo; 
  • consumo de álcool e sedativos; 
  • envelhecimento;
  • histórico familiar de ronco ou apneia;
  • dormir de barriga para cima e em ambiente com ar seco;
  • pessoas do sexo masculino são mais propensas a roncar e ter apneia do sono.

Como diagnosticar?

Além de conversar com o parceiro, os médicos indicam a realização de alguns exames para diagnosticar o ronco: raio-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética e polissonografia (neste caso, o paciente dorme na clínica, conectado a vários dispositivos, para ser observado durante toda a noite). 

Na polissonografia, são analisadas as ondas cerebrais, o nível do oxigênio no sangue, a frequência cardíaca, a respiração, os estágios do sono e os movimentos dos olhos e das pernas. Os demais exames verificam outros problemas nas estruturas das vias respiratórias, como o desvio de septo nasal.

Qual o tratamento?

O tratamento costuma envolver especialistas de diferentes áreas, por exemplo, otorrino, dentista e fonoaudiólogo. Inicialmente, o médico deve recomendar mudanças no estilo de vida, como perda de peso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de se deitar e trocar a posição de dormir, evitando ficar de barriga para cima.


Se nada disso funcionar, existem aparelhos orais antirronco e para a apneia obstrutiva do sono, que ajudam a manter a boca fechada e a avançar a posição da língua e do palato mole, para facilitar a abertura da passagem de ar. 

Um deles é um dispositivo feito sob medida, que consiste em placas dentárias superiores e inferiores, com um único mecanismo de acoplamento. Outra opção é o uso de uma máscara de pressão, conectada a um compressor de ar sobre o nariz, aparelho conhecido como CPAP (Pressão positiva contínua nas vias aéreas).

“Os aparelhos, quando indicados corretamente, são bastante úteis e podem diminuir ou estabilizar o padrão respiratório durante o sono, reduzindo assim os riscos cardiovasculares”, afirma Alexandre.

As técnicas cirúrgicas também são utilizadas. A Ablação de Tecidos por Radiofrequência, feita com anestesia local, diminui os tecidos do palato mole. O procedimento costuma ser menos doloroso do que outras cirurgias, como a uvulopalatofaringoplastia (UPPP) ou desta mesma técnica de remoção de tecidos da parte posterior da garganta, assistida por laser (LAUPPP).