Teste do álcool em gel: dá para confiar nas marcas do mercado?

Teste do álcool em gel: dá para confiar nas marcas do mercado?

Utilizar o álcool em gel para higienizar as mãos pode ser prático, mas a escolha do produto e uso necessitam de cuidados

A higienização das mãos é uma maneira simples e comprovada de evitar a transmissão de doenças. Por isso, autoridades como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendam lavar as mãos, especialmente profissionais da saúde. E, o álcool em gel pode ser um ótimo aliado, principalmente quando se está na rua e não é possível lavar as mãos.

O produto, velho conhecido do consumidor brasileiro, ganhou mais destaque com a pandemia da Covid-19. As vendas do antisséptico dispararam, registrando um aumento de quase 3.000%, em março de 2020, quando os números da doença começaram a crescer no país. Desde então, novas marcas ganharam as prateleiras de farmácias e supermercados.

Será que todas elas protegem contra vírus e bactérias? Para comprovar a eficácia das principais marcas do mercado, a equipe da PROTESTE realizou o teste do álcool em gel. Fique conosco para conferir os detalhes!

O que é álcool em gel? 

O álcool em gel é um antisséptico, isto é, um produto usado para eliminar microrganismos na pele. Ele costuma ser indicado para a higienização das mãos, especialmente quando a pessoa não tem acesso imediato à água e sabão. Por oferecer uma desinfecção rápida e ter baixo custo, tornou-se bastante popular no Brasil.

Os produtos indicados são os 70%, valor correspondente à quantidade de etanol presente na embalagem. Os outros 30% são formados por água e algum elemento espessante, responsável pela viscosidade do gel.

Essa concentração de álcool é a ideal para ter uma higienização satisfatória. Quando o produto atinge o microrganismo, consegue desestruturar as proteínas ou os lipídios que revestem sua parede celular, eliminando até 99%.

Em concentrações muito menores, o efeito desinfetante não é garantido. Já o álcool mais forte, não possui ação de desinfecção, pois sua alta concentração faz com que a evaporação do produto seja muito mais rápida impedindo sua atuação contra microrganismo.

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PROTESTE testou marcas de álcool em gel 70%

Diante da demanda nacional por antissépticos, era de se esperar que mais fabricantes fornecessem o item. Porém, a chegada de novas opções às prateleiras das farmácias acende o sinal de alerta. Será que todas essas opções são de qualidade?

A PROTESTE fez uma análise comparativa. Nossa equipe selecionou cinco marcas de álcool em gel 70% disponíveis no mercado. As análises e os testes laboratoriais revelaram dados surpreendentes! Veja quais foram nossos critérios de avaliação:

Propriedades organolépticas

Nesta etapa, verificamos o estado físico, o aspecto e a cor do produto. Era necessário que o gel estivesse transparente e incolor. Se a substância ficasse opaca, significaria que perdeu o princípio ativo capaz de eliminar os microrganismos nocivos à saúde.

Rotulagem

Os rótulos devem atender à norma técnica vigente. Eles trazem informações sobre validade, armazenamento e modo de uso, entre outros dados importantes para o uso. No caso do álcool em gel, é preciso alertar sobre o risco de incêndio, já que se trata de uma substância inflamável. A PROTESTE ainda analisou a facilidade de leitura.

Agente ativo

Aqui, verificamos se as marcas testadas apresentavam a concentração de 70%, conforme indicado na embalagem. Vale ressaltar que o valor tem uma margem de variação, que pode chegar de 65% até 75%, mesmo assim, continuará funcionando. Ainda assim, a melhor opção é o índice de 70° INPM, unidade de medida utilizada.

Atividade bactericida

Para comprovar o potencial antimicrobiano dos exemplares da amostra, testamos os produtos com o auxílio de duas bactérias: a Staphylococcus aureus e a Salmonela Choleraesuis. Ambas podem causar infecções em humanos.

Combatendo esse tipo de organismo, o álcool em gel também se mostra útil contra o SARS-CoV-2, causador da covid. Isso porque o vírus tem uma estrutura mais frágil que a das bactérias utilizadas no teste.

Viscosidade

A viscosidade é a resistência ao escoamento. Desse modo, quanto mais viscoso um fluido, menor a velocidade que se movimenta. Essa propriedade permite um uso mais fácil do antisséptico, já que o gel não escorre pelas mãos. 

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Principais doenças causadas pela falta de higiene

Álcool em gel de má procedência traz, no mínimo, desperdício de dinheiro ao consumidor, uma vez que o produto não entrega o resultado prometido. Porém, além disso, ele também ameaça o seu bem-estar, deixando você vulnerável às doenças.

Existe uma infinidade de agentes patógenos no ambiente. Quando não temos uma higienização adequada e frequente das mãos, podemos entrar em contato com microrganismos causadores de várias doenças. Confira quais são as principais!

Diarreia

As infecções intestinais podem ser causadas por diversos  microrganismos patogênicos (aqueles que causam doenças), como bactérias, fungos, vírus e parasitas. Quando entram em contato com o organismo humano, costumam irritar o sistema digestivo, causando dores de barriga e evacuações frequentes.

Os sintomas tendem a passar depois de alguns dias. Contudo, quadros graves e prolongados de diarreia podem ter consequências bem sérias. O paciente perde água e nutrientes, havendo risco de desidratação e até morte. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças diarreicas ainda são uma das principais causas de mortalidade infantil nas Américas.

Hepatite A

A hepatite do tipo A é causada por um vírus. Sua transmissão ocorre de modo fecal-oral, ou seja, quando a boca entra em contato com fezes. A doença tem grande relação com alimentos ou água contaminados, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal.

Os primeiros sintomas da hepatite A são fadiga, mal-estar, febre e dores no corpo; por isso podem ser ligados a outras doenças.  Eles podem ser seguidos de enjoo, constipação ou diarreia. A urina escura e o amarelão na pele e nos olhos (icterícia) aparecem em casos mais avançados. Se não houver tratamento, o paciente pode desenvolver insuficiência hepática aguda.

Infecções respiratórias 

Higienizar as mãos com álcool em gel é uma maneira de evitar uma variedade de doenças respiratórias. É que gripes, resfriados ou mesmo a Covid-19 são transmissíveis também a partir das secreções humanas.

Quando alguém protege o rosto para tossir ou espirrar, por exemplo, suas mãos ficam cheias de gotículas com presença de microrganismos. Se depois, essa pessoa cumprimentar um terceiro, que então coça o olho ou leva os dedos à boca, esses agentes patógenos encontrarão um novo organismo para se hospedar.

Em caso de sintomas como tosse, coriza, dores no corpo, febre ou dificuldade para respirar, procure atendimento médico. Profissionais da saúde poderão avaliar seu quadro para indicar o tratamento mais eficiente.

Guia-do-consumidro

Cuidados com o álcool em gel 

Embora o álcool em gel seja um excelente antisséptico, é preciso tomar alguns cuidados no manuseio. Afinal, estamos falando de uma substância química, que pode causar reações adversas. Confira a lista para saber como se proteger!

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Evite a pele ressecada 

O etanol resseca a pele. Sendo assim, o uso excessivo de álcool em gel pode ocasionar irritações, incluindo coceira e vermelhidão. Invista em produtos hidratantes para evitar esse problema, hidrate suas mãos pelo menos três vezes por dia após higienizá-las. Outra dica é aplicar uma quantidade pequena do produto, de modo que o álcool seja bem distribuído na palma e dorso das mãos, entre os dedos, porém não fique acumulado em pulseiras e anéis. Ainda, sempre que possível, prefira lavar as mãos com água e sabão, em vez de recorrer somente ao antisséptico.

Um ponto importante é observar a obstrução da saída do frasco do álcool em gel. Às vezes, um dos componentes do produto resseca e bloqueia a saída do álcool, podendo causar acidentes ao pressionar a embalagem. Mantenha-o sempre limpo.

Não brinque com fogo

Apesar de ser tratado como um simples cosmético, não podemos esquecer que o gel etanoico é um produto inflamável. Ele não pega fogo com tanta facilidade, em comparação ao álcool líquido, mas exige cuidado e atenção. 

Após a aplicação, mantenha distância das fontes de calor, como ligar o fogão ou acender um cigarro.

Cuidado com as crianças

Os pequenos são curiosos e adoram colocar objetos na boca. Por isso, é preciso redobrar a atenção. A ingestão do álcool em gel pode causar intoxicação. Caso isso aconteça, encaminhe a criança para a unidade de saúde mais próxima para uma avaliação médica. Se possível, levar a embalagem do produto para realizar um diagnóstico mais preciso.

Usar álcool em gel ou lavar as mãos?

Tanto a água e o sabão quanto o álcool em gel são recursos eficazes para a higiene das mãos. A escolha por um método ou outro depende da situação em que você se encontra.

Segundo a OMS, sempre que houver sujidade visível, é mais recomendável lavar as mãos. A combinação da água com o sabão elimina com facilidade os agentes patógenos.

Caso não seja possível, então o álcool em gel pode quebrar o galho. É o que acontece quando estamos na rua, por exemplo. O gel funciona melhor se não houver sujeira aparente na pele, pois os resíduos orgânicos prejudicam a ação do antisséptico.

Saiba qual é o melhor álcool em gel do mercado

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A PROTESTE é a maior associação de consumidores da América Latina. Nós fiscalizamos para que os produtos e serviços oferecidos à população cumpram normas de segurança e desempenho. Isso contribui para uma relação de consumo mais justa, na qual os nossos direitos sejam respeitados.

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