Qual é o melhor desinfetante? Saiba mais sobre o produto
A PROTESTE testou algumas marcas de desinfetantes e comprovou sua eficácia, no entanto, alguns ainda precisam melhorar
Desinfetantes são produtos que têm alguma substância microbicida na sua composição. Ou seja, eles servem para eliminar microrganismos do ambiente. Assim, ajudam a conter a proliferação de vírus, bactérias e demais agentes causadores de doenças.
Entre as opções mais comuns, estão aquelas à base de álcool etílico e cloro ativo, conhecido como água sanitária. Também há outros ingredientes que podem entrar na fórmula, e alguns deles são bem perigosos se manuseados incorretamente.
Por isso, é necessário seguir à risca as instruções do fabricante. Esse cuidado evita acidentes e ainda assegura uma assepsia eficaz de pisos, paredes, móveis, bancadas de trabalho e outras superfícies.
Higiene na pandemia
Com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas passaram a se preocupar ainda mais com a limpeza e desinfecção da casa. Além da higienização das mãos, essa é uma medida válida para elevar o bem-estar.
Mas será que os produtos disponíveis funcionam? Para verificar a qualidade dos desinfetantes e indicar a melhor opção aos consumidores, a PROTESTE testou as principais marcas do mercado.
Algumas marcas se destacaram no teste e outras desapontaram em pontos específicos. “Verificamos que todos são eficazes para matar bactérias, porém alguns desapontaram por não trazerem informações obrigatórias no rótulo, como o nome do químico responsável”, destaca Thiago Porto, especialista da PROTESTE.
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Como funcionou o teste?
Foram recolhidas amostras das marcas Kalipto, Pinho Bril, Lysoform, Urca, Pinho Sol e Sanol. O teste dos desinfetantes consistiu numa série de análises feitas em laboratório. A principal delas foi a avaliação da atividade bactericida.
Para tanto, foram considerados três microrganismos: a Staphylococcus aureus, que frequentemente causa infecções na pele, mas também pneumonia, infecções da válvula cardíaca e ósseas; a Salmonella choleraesuis, que provoca intoxicação alimentar e, em casos raros, pode levar à morte; e a Escherichia coli, que faz parte da flora intestinal normal humana, mas apresenta alguns grupos que podem gerar infecção nos aparelhos digestivo e urinário, bem como em outras partes do corpo.
Na análise, foram utilizados 60 cilindros de bactérias. As substâncias agiam por dez minutos e, então, verificava-se se os germes haviam sido eliminados.
Outros dados avaliados no teste
Junto à atividade bactericida dos desinfetantes, foram feitos testes para averiguar a concentração do princípio ativo e o potencial hidrogeniônico (pH) dos produtos. Algumas discrepâncias foram encontradas..
Na análise de concentração de tensoativo catiônico, que é o ativo responsável pelo controle dos microrganismos na solução, foi permitida uma variação máxima de 15%, em relação ao que consta na embalagem. É o que determina a norma RDC n°59, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Quanto ao pH dos desinfetantes, esse deve ser próximo ao da pele (entre 4,6 e 5,8). É importante lembrar que artigos com pH muito ácido ou muito alcalino podem causar lesões de pele. Portanto, os fabricantes sempre recomendam que você use luvas ao administrar um produto de limpeza e desinfecção.
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Rotulagem: o ponto mais fraco dos desinfetantes analisados
No que diz respeito à rotulagem, a PROTESTE observou se constavam as informações obrigatórias para produtos saneantes em relação à utilização, ao armazenamento e às demais orientações necessárias ao consumidor.
Segundo a Anvisa, a validade e o número de lote no rótulo não podem estar escritos em partes removíveis para o uso, como lacres e travas de segurança. “Como o rótulo pode cair ou ser afetado no momento de utilização ou armazenagem, a melhor opção seria a marcação na embalagem, como algumas marcas fazem”, afirma Thiago.
Outra regra importante é a presença do nome do responsável técnico e do número do registro do conselho profissional nos rótulos de algumas marcas. Além disso, apresentar instruções de armazenagem é uma regra importante. Alguns exemplares informam o rendimento, mas essa quantidade se refere apenas à limpeza, e não à desinfecção, que são processos distintos (com ou sem diluição). As informações no rótulo devem estar em um tamanho legível para o consumidor, caso contrário, a marca pode ser penalizada.
Como usar os desinfetantes?
O especialista Thiago Porto lembra que, por serem compostos de substâncias tóxicas, os desinfetantes exigem que os consumidores sigam corretamente as instruções de segurança. Ele ressalta que a maioria dos produtos disponíveis no mercado servem tanto para limpar quanto para desinfetar superfícies. Porém, o modo de uso é distinto de acordo com o caso.
“Para a limpeza geral, pode-se diluir o produto, que serve apenas para remover a sujeira e perfumar o ambiente. Já para a desinfecção, processo que destrói bactérias e vírus, é comum a aplicação dos produtos puros. A forma de uso deve estar descrita no rótulo”, alerta.
Na dúvida, sempre leia as instruções do fabricante. Verifique se o desinfetante permite diluição ou não, pois, em alguns casos, esse processo diminui ou anula o efeito microbicida da substância. Ou seja, sua casa pode até ficar perfumada, mas não estará completamente livre dos microrganismos.
E lembre-se de deixar o produto agindo na superfície pelo tempo indicado na embalagem. Esse contato prolongado é essencial para completar a ação de desinfecção. Caso o saneante seja removido antes do tempo, pode não funcionar tão bem.
Abaixo, respondemos algumas perguntas frequentes sobre o assunto. Acompanhe!
Desinfetantes podem ser misturados com outros produtos?
O desinfetante pode ser misturado apenas com água. Nesse caso, a diluição permitirá a limpeza das superfícies, que consiste em remover a sujeira grossa e perfumar o ambiente.
Para uma desinfecção profunda, geralmente, usa-se o artigo na versão pura, sem diluição. Isso exige o uso de luvas durante o manuseio para evitar alergias e irritações cutâneas.
O especialista Thiago Porto também frisa que os desinfetantes jamais devem ser misturados com outros produtos destinados à limpeza. “Nunca misture com álcool, vinagre ou qualquer outro líquido que não seja água para diluição, caso necessário. Vários produtos químicos juntos podem reagir e liberar substâncias tóxicas”, destaca.
Desinfetantes caseiros têm a mesma eficácia?
Não. Formulações caseiras não possuem eficácia comprovada contra vírus, bactérias e outros germes. Desse modo, desaconselhamos o uso de receitas encontradas na internet. Prefira produtos industrializados, que passaram por testes e atendem as exigências da Anvisa.
Posso utilizar o produto para limpar alimentos?
Os produtos para higienização da casa só devem ser usados em superfícies e objetos inanimados. Eles não são próprios para consumo humano. Portanto, esses desinfetantes nunca devem ser utilizados para limpar ou desinfetar alimentos. Para tal finalidade, diluir uma colher de cloro para cada um litro de água.
Outra dica importante: guarde-os fora do alcance de crianças e de animais de estimação. Por serem tóxicos, os produtos podem causar complicações de saúde, se ingeridos por acidente.
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Diferentes tipos de desinfecção
Vale lembrar que o uso de desinfetantes comprados em supermercado não é a única maneira de manter o ambiente livre dos microrganismos. A desinfecção requer diferentes métodos físicos ou químicos para eliminar agentes patógenos, como vírus e bactérias. A solução mais adequada depende de cada caso. Confira:
Desinfecção química
Essa é uma alternativa comum em domicílios, comércio e outros ambientes em geral. Trata-se do uso de produtos químicos para eliminar os germes, conforme as instruções do fabricante.
Desinfecção térmica
Na desinfecção térmica, usa-se calor para matar os agentes patógenos. É o processo que acontece na máquina de lavar louças, por exemplo. Outra solução possível é ferver a água para a higienização de utensílios domésticos, como talheres, esponjas de cozinha, entre outros.
Desinfecção por radiação
A desinfecção por radiação não é um método utilizado em casa. Ela fica restrita aos laboratórios e hospitais, que precisam de assepsia total para diminuir o risco de contaminações. Nesse caso, recorre-se à emissão de raios ultravioleta para acabar com os microrganismos.
Independentemente do método escolhido, limpe a superfície previamente. É necessário remover a poeira ou outras sujeiras aparentes para o desinfetante agir melhor sobre o local.
Saiba mais com a PROTESTE
E então, gostou das dicas? Esperamos que o conteúdo de hoje tenha sido útil para você.
Se quiser mais informações, aproveite para acessar os resultados do teste dos desinfetantes. Assim você consegue definir se os produtos usados na sua casa são úteis para manter o local livre de microrganismos.
Ah, e não se esqueça: caso tenha alguma reclamação, ou desconfie que o desinfetante que você comprou não segue as normas da Anvisa, entre em contato com a PROTESTE.