Conheça a dieta cetogênica, os alimentos permitidos e os proibidos
Conheça a dieta cetogênica, o que pode fazer parte do cardápio (alimentos permitidos e proibidos), se é saudável e as comparações com dieta low carb e jejum intermitente
A dieta cetogênica pode ser um importante recurso para melhorar a qualidade de vida, bem-estar e, principalmente, o tratamento de doenças como a epilepsia. Isso porque os alimentos utilizados nesse tipo de cardápio contam com a concentração de substâncias que podem contribuir para o melhor funcionamento do sistema nervoso. Inclusive, este tipo de alimentação se popularizou nos últimos anos por causa dos efeitos na queima de gordura corporal, promovendo o emagrecimento.
Entretanto, é essencial contar com a indicação de um profissional de saúde e, também, de nutricionistas, para manter a alimentação equilibrada na adoção da dieta cetogênica e para evitar problemas decorrentes de falhas nutricionais. Esta recomendação é importante porque a dieta cetogênica incentiva uma mudança no cardápio com listas de alimentos permitidos e proibidos, mas que podem ter efeitos colaterais no corpo humano.
Logo, antes de mudar radicalmente a alimentação, é importante entender mais sobre essa dieta e receber a recomendação expressa de especialistas. Saiba o que é dieta cetogênica, quais são os alimentos permitidos, proibidos e as contraindicações desse tipo de alimentação.
O que é dieta cetogênica?
A dieta cetogênica é um tipo de alimentação terapêutica que tem alimentos ricos em lipídios, moderação de proteínas e presença menor de carboidratos. Ou seja, é recomendado o aumento da ingestão de alimentos gordurosos e a redução do consumo das fontes de proteína e, principalmente, carboidratos.
Com a dieta cetogênica, a energia proveniente dos carboidratos é substituída pelos lipídios, presentes em alimentos de origem vegetal e animal. A origem do nome está na cetose, processo celular que envolve o uso da gordura para a produção de energia das células, em vez da glicose, um “combustível” mais comum.
Com a dieta cetogênica, o organismo é estimulado a usar a gordura presente na alimentação como fonte de energia. Por isso, esta alimentação se popularizou como uma forma de estimular o emagrecimento. Quando o corpo muda a sua fonte de energia da glicose para a gordura, a queima das células de gordura aumenta naturalmente por meio do incentivo do metabolismo e promove o emagrecimento. Além disso, os alimentos permitidos na dieta cetogênica também promovem mais saciedade por serem fontes de proteína e fibras, reduzindo a sensação de fome.
A partir disso, diversas alterações metabólicas ocorrem de forma a reduzir disfunções e deteriorações neurológicas.
Cardápio na dieta cetogênica
A dieta cetogênica é mais restritiva e possui listas do que pode ou não ser consumido durante esta alimentação. Confira:
Alimentos permitidos
Alimentos permitidos na dieta cetogênica são aqueles ricos em gordura, especialmente a gordura saturada e insaturada, além de proteínas. Por exemplo:
- Castanhas, nozes, avelãs, amêndoas;
- Abacate;
- Leite e derivados, como manteiga, queijos, iogurtes;
- Carnes, como peixe e aves;
- Ovos de galinha;
- Frutos do mar;
- Óleos vegetais, como azeite de oliva extravirgem e óleo de linhaça;
Também é importante o controle do consumo de carboidrato, mesmo quando o assunto se trata dos legumes e verduras. A preferência se dá pelo brócolis, repolho, berinjela e couve-flor, por exemplo. Veja algumas dicas da PROTESTE de como escolher os alimentos:
Alimentos proibidos
Alguns alimentos devem ser evitados durante a dieta cetogênica, especialmente aqueles que são fonte de açúcares. Isso porque a glicose pode ser prejudicial para pacientes com distúrbios neurológicos. Dessa maneira, é preciso diminuir ou não consumir alimentos como:
- Sorvetes;
- Massas industrializadas;
- Biscoitos recheados;
- Doces;
- Farinhas;
- Bebidas alcoólicas.
Também é importante reduzir o consumo de cereais como arroz, trigo e aveia, tubérculos como batata e abóbora e leguminosas como o feijão e o grão de bico. E também é importante reduzir óleos de canola, soja e milho, o consumo de leite desnatado, iogurte desnatado e refrigerante.
Frutas na dieta cetogênica
As frutas são fontes de açúcares e carboidratos, nutrientes que devem ser restritos na dieta cetogênica. Portanto, o consumo de frutas é limitado nesta alimentação. Quem adere a esta dieta pode consumir frutas ricas em gordura, como abacate e coco, e também frutas com valores baixos de carboidratos, como framboesa, limão, morango, amora, cereja e mirtilo.
Então, as frutas mais doces e calóricas, como banana, mamão, manga, mexerica, maçã e laranja são itens que devem ser evitados.
O que beber na dieta cetogênica
De acordo com o site Viva Bem, do UOL, as bebidas permitidas na dieta cetogênica são: água, café e chá sem açúcar. Aqui, a pessoa não pode consumir refrigerantes, sucos ou bebidas alcoólicas.
Efeitos colaterais
A dieta cetogênica pode trazer efeitos colaterais, como:
- Sonolência;
- Perda de peso;
- Náuseas;
- Refluxo gastroesofágico;
- Constipação.
Tudo isso pode afetar a qualidade de vida, especialmente de grupos como idosos, crianças, grávidas e mulheres amamentando, que necessitam de mais nutrientes e energia. Eles precisam de muita atenção e, por isso, devem evitar mudanças radicais na alimentação sem orientação adequada de um profissional.
Além disso, diabéticos e pacientes com problemas hepáticos devem ter cuidado com a adoção da dieta cetogênica e precisam procurar indicação médica antes de qualquer mudança.
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Riscos da dieta cetogênica
Segundo um artigo publicado no site da Universidade de Harvard, a dieta cetogênica apresenta alguns riscos para a saúde. Para começar, ela pode elevar o colesterol ruim, que é o LDL, ligado a doenças cardíacas. Além disso, esta forma de alimentação também pode causar a deficiência de nutrientes se feita a longo prazo, já que grupos de vegetais, frutas e grãos são proibidos durante esta dieta.
A alimentação cetogênica, também conhecida como keto diet, também pode levar a problemas no fígado, por causa da grande quantidade de gordura para metabolizar, e problemas renais, por causa da sobrecarga de proteínas. As pessoas também podem apresentar constipação por causa da grande quantidade de fibras.
O uso para tratamento de epilepsia
A dieta cetogênica é utilizada desde a antiguidade, especialmente a partir do jejum ou corte do consumo de alimentos ricos em carboidratos. Já nos anos 1920, esse tipo de alimentação começou a ser utilizado de forma complementar ao tratamento contra epilepsia.
Já entre os anos 1990 e 2000, a dieta cetogênica passou a ser mais estudada por médicos e nutricionistas e aplicada em pacientes com crises epiléticas severas. Desde então, ela é utilizada em mais de 45 países.
É estudado o potencial da dieta cetogênica como recurso terapêutico principal para epilepsia de difícil controle, além de patologias relacionadas ao sistema neurológico, especialmente em casos nos quais os remédios convencionais não contribuem para o tratamento.
Como 20% a 30% dos pacientes com epilepsia não conseguem responder ao tratamento com medicamentos da forma esperada, segundo artigo do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia, a dieta cetogênica pode ser usada no tratamento clínico da doença ou de outras desordens neurológicas.
De acordo com o material, a dieta cetogênica tem propriedades neuroprotetoras e ajuda a diminuir a excitabilidade neuronal, que induz quadros de crises convulsivas. Ela também tem sido estudada para tratar quadros de câncer e tratamento de obesidade.
Dieta cetogênica X dieta low carb
É importante também diferenciar a dieta cetogênica da chamada dieta low carb, que pode causar danos à saúde por comprometer a segurança nutricional e alimentar ao restringir de maneira excessiva alimentos com carboidratos, sem a reposição de vitaminas.
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Dieta cetogênica e jejum intermitente
O jejum é uma forma de estimular o corpo a entrar em cetose, ou seja, usar a gordura como fonte de energia. Como dito anteriormente, este foi um benefício observado pelos médicos há muitos anos para o tratamento de sintomas da epilepsia por causa do corte da fonte de energia no carboidrato. Com isso, o jejum era um aliado no tratamento do problema neurológico.
Hoje em dia, o jejum intermitente é uma forma de prolongar o estado de cetose por mais tempo e pode ser um aliado na dieta cetogênica para intensificar os efeitos no corpo humano. No entanto, não é essencial praticar o jejum junto com a dieta. E a decisão não deve ser tomada sozinha. O nutricionista deve ser consultado para avaliar se a dieta e o jejum são adequados para você.
Dieta cetogênica e musculação
A atividade física, como a musculação, deve estar relacionada à dieta cetogênica, especialmente aquela de baixa intensidade. Esse tipo de alimentação pode prejudicar o desempenho em exercícios anaeróbios e aumentar a incidência de fraqueza e cãibras, já que o organismo contará com menos carboidrato, utilizado na recuperação e desempenho físico.
Por isso, é importante regular as atividades de acordo com o funcionamento do corpo durante a aplicação da dieta cetogênica.
Dieta cetogênica é saudável?
De acordo com um artigo publicado no site da Universidade de Harvard, a dieta cetogênica traz benefícios para alguns grupos de pessoas. Estudos já mostraram que existe eficácia para a vida de crianças com convulsões e também apontam para efeitos positivos nos neuroprotetores, o que pode ser benéfico para doenças como Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, autismo e distúrbios do sono.
Também já foi observado que a cetogênica pode auxiliar no controle do açúcar no sangue de pessoas com diabetes. Além disso, esta alimentação também traz benefícios para a perda de peso rápida, já que as pessoas ingerem uma baixa quantidade de carboidratos do que uma dieta tradicional.
Qual é a importância do nutricionista?
O nutricionista é essencial para entender qual é a necessidade da dieta cetogênica conforme cada caso. Isso porque esse tipo de alimentação deve ser adaptado de acordo com a idade, peso e condição clínica do paciente.
Além disso, o profissional vai estabelecer as quantidades dos nutrientes que devem ser consumidos e, indicar também a suplementação, quando necessária.
A partir da condição clínica e exames laboratoriais, o nutricionista poderá indicar a alimentação mais adequada. O profissional irá estabelecer, por exemplo, o número de refeições diárias, o cardápio e também a duração da dieta, que pode durar meses.
Como vimos, a dieta cetogênica pode ser uma importante aliada no tratamento de doenças que causam disfunções neurológicas, como a epilepsia. Especialmente nos casos em que o tratamento medicamentoso não é suficiente para tratar essas doenças, esse tipo de alimentação aparece como alternativa para a regulação do sistema celular e contribui para diminuir crises de convulsão e outras desordens neurológicas.
Porém, a avaliação e o acompanhamento de profissionais de saúde, como nutricionistas e médicos, devem ser a regra antes de aderir à dieta cetogênica. Afinal, existem grupos de alimentos específicos que precisam ser consumidos e outros evitados. Vale destacar que, sem orientação correta, aumentam as possibilidades de erros com escolhas que podem prejudicar o tratamento.
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Texto atualizado em 30 de março de 2024.