Por que ter um pet é bom para a criança?
A psicóloga e psicanalista infantil Tatiane Bagdonas explica os benefícios de um pet na vida da criança
Estudos comprovam que a relação de afeto entre os animais de estimação e as crianças começam desde a gravidez da mulher, quando eles já demonstram atitudes de carinho com a gestante. A psicóloga e psicanalista infantil Tatiane Bagdonas explica que, após a gestação, os pets continuam a beneficiar as crianças. “Crianças que têm um pet apresentam maior imunidade, em comparação com crianças sem animais, desenvolvem mais sentimentos positivos e diminuem sintomas depressivos”, destaca.
Além disso, a profissional aponta que crianças que lidam com animais de estimação desde pequenas tendem a ter mais senso de responsabilidade. “Com quatro anos, as crianças já podem começar com os cuidados básicos – com supervisão – do pet. À medida que vai crescendo, ela pode passar a ter responsabilidades maiores, como passear e ajudar na higiene do seu pet. Essas atribuições crescentes também lhe fornecem sentimento de autoestima, pertencimento e, principalmente, a compreensão de seu lugar na dinâmica familliar”, explica a psicóloga. Ela acrescenta que crianças com nove anos já possuem capacidades físicas e emocionais suficientes para o cuidado integral do seu animal de estimação.
Quando falamos de filhos únicos, então, a relação com o pet se faz ainda mais importante, por se tornar o companheiro além do adulto. Eles também costumam ajudar a criança a adquirir e treinar novas habilidades.
Benefícios dos pets para as crianças (Imagem: Freepik)
Cuidados na hora de escolher o pet
Apesar dos animais de estimação fazerem bem para as crianças, é preciso um certo cuidado na hora de escolher um pet com uma criança em casa. Tatiane Bagdonas ressalta que, na hora de escolher, o mais importante é pensar na responsabilidade que o pequeno tutor terá com ele e de que forma os dois vão se relacionar.
“Bebês muito novos ainda não sabem como cuidar e muito menos como brincar. Mas, a partir dos quatro anos de idade, as crianças já têm a noção para entender os limites das brincadeiras, quando estão machucando e os cuidados básicos, como trocar água e ração”, explica.
Outra coisa que deve ser levada em consideração na hora de escolher o pet é pensar na vontade da criança, afinal, o vínculo e interação que ela terá com ele também dependerá disso. “Se a criança quer um cachorro e os pais escolhem um gato, por exemplo, isso pode custar, a curto prazo, o bom elo que se espera dessa relação”, diz a profissional.
Além disso, é importante olhar para questões alérgicas antes de decidir qual pet adotar ou comprar, para evitar que um laço criado entre o pequeno e o pet precise ser desfeito abruptamente, gerando prejuízos emocionais.
Contribuindo para a saúde física e mental
Ter um pet, quando escolhido da forma certa, pode trazer diversos benefícios para a saúde mental e física das crianças. Tatiane Bagdonas explica que uma criança que tem contato com um animal de estimação têm mais senso de responsabilidade, além dos animais promoverem maiores capacidades emocionais e sociais.
“Quanto às habilidades sociais, a relação funciona mais como uma ferramenta para o seu convívio coletivo, à medida que coloca em prática os aprendizados com o pet. Porém, isso significa que crianças sem animais não desenvolverão essas habilidades”, explica.
Ela reforça que, além disso, os animais também podem contribuir para a saíde física, já que ajuda na diminuição do sedentarismo, obesidade e fortalecimento do sistema imune. “Além disso, estudos já falaram sobre a longevidade, felicidade, boa saúde relacionada aos tutores de pets e do controle da glicemia, do estresse e da dempressão”, completa.
Ou seja, um pet pode ajudar (e muito) seu filho, mas é importante entender quais responsabilidade ele pode tomar de acordo com sua idade e, também, pensar na hora de escolher o animal, para que os dois tenham uma boa relação.
