Sua relação com a comida vai mudar; saiba por que

Sua relação com a comida vai mudar; saiba por que

Questões ambientais, de saúde e econômicas estão mudando as relações da humanidade com os alimentos em diferentes níveis

Além de ser responsável pela sobrevivência humana e uma experiência prazerosa, o ato de comer está ganhando novas funções sociais e na indústria. Especialistas apontam que a relação da humanidade com a comida vai mudar a nível prático e filosófico.

Isso ocorrerá à medida em que surgem novos alimentos de laboratório, plantações geridas por softwares e wearables de monitoramento nutricional, que se propõem a mudar práticas de produção e fornecimento de alimentos.

O tema foi discutido em um dos painéis do SXSW e gerou artigo publicado no portal South by Southwest.

O texto destaca que algumas empresas já utilizam plataformas para monitorar a alimentação de usuários e sugerir dietas personalizadas. Outros já propõem o preparo de pratos de forma autônoma e sob demanda.

Max Elder, líder da divisão de alimentação do Institute for the Future, acredita que a tecnologia irá intermediar cada vez mais o consumo de comida para induzir a escolhas mais saudáveis. “Por outro lado, sou muito cético com a ideia de que precisamos de comida personalizada. A verdade é que humanos não precisam de inteligência artificial ou de planos alimentares super sofisticados para serem mais saudáveis. Só precisam de mais frutas e legumes e algum exercício”, pondera.

Ele argumenta ainda que há maiores desafios para a indústria atualmente. Como, por exemplo, os desertos de comida e altas taxas de obesidade.

De forma geral, especialistas acham difícil que a indústria alimentícia seja automatizada em larga escala. Principalmente nos pontos de contato direto com o consumidor, onde as refeições fazem parte da rotina social das pessoas. “Há um ato social de compartilhar a comida com a família e amigos, e de repassar o conhecimento cultural de receitas entre gerações. Isso será muito difícil de replicar”, exemplificou Henry Gordon Smith, da Agriculture Consulting.

Comida como identidade e propósito

Para o professor Art Markman, PhD em psicologia e marketing da Universidade do Texas, a alimentação está cada vez mais conectada a valores pessoais dos consumidores. Isso justificaria a busca de alguns consumidores por alimentos locais e com menor impacto ambiental. “Comer faz parte da identidade das pessoas”, afirma.

A nível macro, a indústria alimentícia terá o desafio de, daqui a 30 anos, alimentar 10 bilhões de pessoas. Dessa forma, será necessário um aumento de pelo menos 25% na produção de alimentos. Em parte, do ponto de vista de distribuição e acessibilidade.

Por isso, essa demanda tende a ser suprida por produtos com novas fontes de proteína além da carne. Alguns exemplos são as proteínas à base de plantas e até mesmo insetos. Além disso, serão necessárias novas soluções de embalagens comestíveis, para evitar o lixo e novos métodos de cultivo.

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