Aplicativos de ciclo menstrual não são eficazes contra gravidez

Aplicativos de ciclo menstrual não são eficazes contra gravidez

Aplicativos ajudam a entender o ciclo, mas é importante estar ciente de que não devem ser usados como método para evitar gravidez

Os aplicativos que auxiliam a mulher no acompanhamento do ciclo menstrual são ótimos para o conhecimento do próprio corpo, assim como entender alterações de humor e de comportamento. No entanto, é importante estar ciente de que esses aplicativos não devem ser usados como método para evitar gravidez.

Esses apps permitem que as mulheres entendam quais são os dias férteis, os períodos pré-ovulatórios e dias de fluxo menstrual. Alguns deles também informam sobre o início dos sintomas desagradáveis da tensão pré-menstrual (TPM), como dor de cabeça, inchaço, cólicas, irritabilidade, entre outros.

Além disso, é possível personalizar o uso do aplicativo incluindo informações sobre o humor, desconfortos, alimentação, sono, prática de atividade física, relações sexuais, etc. A partir desses dados, o app cria um gráfico que pode ajudar a mulher a se organizar, fornecendo orientações e indicando os dias que poderão haver dores, desejos, indisposição e outros sintomas.

Aplicativos não servem como método para evitar gravidez

Apesar de todas essas facilidades, é preciso ter em mente que os aplicativos não são indicados como método contraceptivo.

Para a ginecologista e obstetra Débora Tonetti, professora da Universidade São Camilo, utilizar a ferramenta como forma de evitar a gravidez pode ser muito arriscado. “Como prevenção de gravidez, só vai funcionar para mulheres que têm ciclos bem regulares e que conhecem muito seu próprio corpo”.

Como prevenção de gravidez, só vai funcionar para mulheres que têm ciclos bem regulares e que conhecem muito seu próprio corpo

Ainda assim, ela ressalta que não seria um método garantido, já que outros fatores como estresse, atividade física e gordura corporal, também podem influenciar no ciclo a cada mês. “Sem contar que muitas pacientes acabam ovulando precoce ou tardiamente. O aplicativo entraria como um método contraceptivo  comportamental, como é o caso da tabelinha, coito interrompido, temperatura basal e análise do muco cervical, que não recomendamos na prática clínica.”

Tonetti reforça que há alternativas muito mais eficazes para quem não deseja engravidar, como o DIU de cobre (disponível no SUS), que não tem ação hormonal. “A escolha de um método contraceptivo é muito individualizada, o que é bom para uma mulher, não necessariamente vai funcionar para outra. Por isso é importante conversar com um ginecologista”.

A escolha de um método contraceptivo é muito individualizada, o que é bom para uma mulher, não necessariamente vai funcionar para outra.

Por outro lado, aplicativos podem ser úteis para quem deseja ter filhos. “Nesses casos, recomendamos ter relação sexual dois dias antes da ovulação e dois dias depois”.

A melhor opção é sempre consultar uma ginecologista. Marque uma consulta com nosso serviço saúde.