Pacientes com Covid recuperam olfato após pesquisa da USP

Pacientes com Covid recuperam olfato após pesquisa da USP

Pesquisa experimental foi promovida pela USP em pacientes que tinham perdido o olfato

Pessoas que tiveram Covid e perderam o olfato conseguem voltar a sentir cheiros após um estudo promovido pela USP. As informações são do G1.

O vendedor Marcelo Fernandes dos Santos, de 44 anos, foi um dos 62 paulistanos que, em 2022, participaram da pesquisa de treino olfativo da naturóloga e especialista em neurociências Vanessa Castello Branco Pereira, uma mestranda do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), na área de Psicologia Experimental — Sensação, Percepção e Cognição, sob orientação da professora Mirella Gualtieri.

A técnica experimental foi aplicada durante três meses em pacientes que tinham perdido o olfato havia ao menos 13 meses:

  • 33 dos participantes ficaram no grupo de tratamento experimental e usaram, em 90 dias, quatro kits com quatro diferentes aromas, de um total de 44.
  • 29 participantes ficaram no grupo de controle/tratamento tradicional e utilizaram apenas aromas clássicos: cravo, rosa, limão e eucalipto.
  • Entre as 44 fragrâncias usadas na pesquisa estavam a de pão, chocolate e cheiro de campo, que foram as que tiveram as maiores notas dadas pelos voluntários.

Marcelo é morador de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, e se deu conta do primeiro sintoma de Covid em maio de 2020, quando usou um produto para passar pano na casa e não sentiu nada. Após três meses da doença, as refeições dele “não tinham aroma” e ele passou a ter distorções dos cheiros.

Marcelo então entrou em contato com a USP que procurava voluntários para a pesquisa desde 2021, e foi aceito. Ele ficou por 30 dias com os primeiros potinhos e os cheirava três vezes por dia. Em cerca de três meses, 70% do olfato havia voltado.

“Fui reaprendendo tudo de novo. Foi maravilhoso, emocionante, porque cada cheiro daqueles relembra de amigos que você não vê desde moleque”, contou ao G1.

Beatriz Castro