Repelente: veja os tipos disponíveis para se proteger dos mosquitos

Repelente: veja os tipos disponíveis para se proteger dos mosquitos

Saiba quais são os repelentes recomendados para uso infantil, adulto, gestantes e idosos, como aplicar e se o repelente de tomada funciona

Com o crescimento dos casos de dengue no Brasil, a procura por repelente também aumentou para proteger adultos, crianças e idosos. Porém, você sabe qual produto pode usar e como é a aplicação correta? A primeira dica é: leia o rótulo da embalagem e saiba os tipos recomendados para cada idade, que são atitudes essenciais hoje em dia. Por isso, neste artigo, você vai conferir as principais informações para fazer a escolha correta.

Para começar, é importante saber a função do repelente. De acordo com o Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, o repelente é uma substância química ou orgânica que torna a pele humana em um ambiente nocivo para insetos. Enquanto isso, os inseticidas são substâncias químicas capazes de matar os insetos. Deste modo, os repelentes eficazes são os que são capazes de afastar diferentes espécies de insetos, é atóxico, tem pouco cheiro, é resistente à abrasão e economicamente viável.

O repelente cria uma barreira de proteção ao redor da pele humana, o que impede que o inseto se aproxime de você, informa a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Por isso, ele é eficaz para afastar e evitar picadas de mosquitos, como o aedes aegypti, que é o responsável pela transmissão da dengue, zika vírus e chikungunya.

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dividiu os repelentes em duas categorias. A primeira delas é o repelente cosmético, que é usado na pele com a função de afastar os insetos. E a segunda categoria é o repelente saneante, que é usado no ambiente e podem ser inseticidas (que matam os insetos) ou repelentes (que afastam os insetos do ambientes). Portanto, a Anvisa informa que não há produtos ou medicamentos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, que tenham a eficácia para repelir mosquitos. Isso porque não existe comprovação científica de que a ingestão de algo possa repelir insetos.

Saiba mais detalhes sobre como usar o repelente:

Como aplicar o repelente?

De acordo com a Anvisa, a aplicação deve ser feita nas áreas expostas do corpo, que não estão cobertas por blusas de manga comprida ou calça. Alguns tipos de spray podem ser aplicados nas roupas, mas apenas quando essa orientação estiver na embalagem.

O repelente deve ser o último produto a ser aplicado no corpo. Ele deve vir depois do hidratante ou do protetor solar, por exemplo. A recomendação é aguardar 15 minutos para passar o repelente após os outros produtos. Isso porque ele será o responsável por formar uma barreira de proteção ao redor dos locais aplicados para evitar a aproximação e a picada do mosquito.

Preste atenção para espalhar bem o produto pelas áreas expostas do corpo de forma homogênea, mas tome alguns cuidados. Não aplique na região dos olhos, boca e nariz. Não aplique em machucados na pele ou quando a região estiver irritada. No momento de aplicar no rosto, o recomendado é não usar o spray diretamente na face. Aplique o spray na mão e espalhe o líquido cuidadosamente na pele do rosto. Logo depois, higienize as mãos com água e sabão para evitar o contato com os olhos ou a boca.

Outra dica é evitar usar os aerossóis dentro de ambientes fechados ou perto de alimentos e animais de estimação para evitar intoxicações. E lembre-se de que o repelente deve ser reaplicado ao longo do dia, mas respeitando o limite de três aplicações para os adultos, já que o uso excessivo também pode ser prejudicial para a saúde, incluindo o surgimento de dermatite e outras questões nos órgãos internos, segundo artigo da UFRJ.

O repelente não deve ser aplicado embaixo das roupas e nem na hora de dormir. Ou seja, ele deve ser removido antes de dormir. “A questão de evitar o uso noturno, debaixo da roupa (pijama, lençol), não é por risco de intoxicação. A roupa sobre o repelente impede a formação desta “nuvem” e o repelente se torna ineficaz, favorecendo o contato e a picada do mosquito“, informa a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Os tipos de repelente

Existem repelentes feitos com diferentes tipos de substâncias, e as que são liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso em repelentes cosméticos são, de acordo com a Anvisa: N,N-DIETIL-META-TOLUAMIDA ou N,N-DIETIL-3-METILBENZAMIDA (DEET), o Hydroxyethylisobutylpiperidinecarboxylate (Icaridin ou Picaridin) e o Ethylbutylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR3535). Enquanto isso, os repelentes de ambientes são fabricados, em sua maioria, com piretroides.

Cada substância tem o seu tempo de duração no produto. Confira:
-Icaridina – duração de 10 horas
-IR3535 – duração de duas horas
-DEET – duração de duas horas

A recomendação é usar apenas os produtos que possuem o registro na Anvisa, que deve estar presente no rótulo da embalagem. Para identificá-lo, você pode procurar um número que começa com 2 e possui nove dígitos, escrito desta forma: Reg. MS – X.XXXX.XXXX. No caso de repelentes de ambientes e inseticidas, o registro da Anvisa começa com o número 3 e também possui nove dígitos.

Confira a lista de repelentes cosméticos aprovados pela Anvisa clicando neste link.

Repelente caseiro funciona?

Muitas pessoas já podem ter ouvido falar em substâncias naturais que poderiam repelir a presença de mosquitos e insetos. Porém, não existem comprovações científicas da eficácia destes produtos.

Por exemplo, a Anvisa já informou que não aprovou repelentes de insetos que são considerados naturais, como os produtos à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, velas e odorizantes de ambientes, limpadores e incensos que dizem ser inseticidas.

Por outro lado, o óleo de neem, que possui azadiractina, já foi aprovado pela Anvisa para ser usado em alguns produtos inseticidas por causa de suas propriedades.

Uso de repelente em idosos, crianças, bebês e gestantes

Saiba quais são as orientações para os grupos com limitações, principalmente o uso infantil de repelentes:

Para começar, os bebês de até 6 meses de vida não podem usar repelente. No caso deles, os pais ou responsáveis devem borrifar o produto no mosquiteiro do berço e manter as portas e janelas protegidas com telas para evitar a entrada de mosquitos. Além disso, pode-se usar roupas claras nos bebês, que ajudam a afastar os insetos.

A partir dos 7 meses de vida até os 2 anos de idade, os bebês e crianças pequenas podem usar repelente com IR3535, que tem duração de quatro horas, com aplicação uma vez ao dia e com orientação do pediatra. E atenção: este grupo não pode usar o repelente com o ingrediente DEET.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, já as crianças de 2 a 12 anos podem usar: IR3535, com duração de 4 horas, aplicar até duas vezes ao dia; Icaridina 20-25%: duração de 10 horas, aplicar até duas vezes ao dia; e, DEET infantil 6-9%: duração de 4 a 6 horas, aplicar até duas vezes ao dia.

Para gestantes, o indicado é o uso de repelentes à base de DEET, IR 3535 e icaridina, que estejam registrados na Anvisa, que já informou que não existem restrições de uso de repelentes para este grupo de mulheres.

Além disso, adultos, idosos e gestantes podem usar produtos com: Icaridina 20-25%, duração de 10 horas, aplicar até três vezes ao dia; DEET 10-15% duração de 6 a 8 horas, aplicar até três vezes ao dia; e, IR3535, duração de até 4 horas, aplicar até três vezes ao dia.

Repelente eletrônico funciona? E o repelente elétrico de tomada?

É válido destacar que o repelente eletrônico não tem comprovação de eficácia. Este dispositivo costuma funcionar com o uso de ondas ultrassônicas para afastar os insetos. Porém, a Anvisa já informou que os repelentes eletrônicos, que emitem vibrações CO2 ou luz, não são passíveis de regularização junto à agência.

Por outro lado, o repelente elétrico, conhecido como repelente de tomada, é autorizado pela Anvisa. Ele é encontrado nos mercados em formato líquido ou de pastilhas e não podem ser utilizados em locais fechados ou com pouca ventilação. O item deve ficar em uma tomada a, no mínimo, dois metros de distância das pessoas e não é recomendado para quem tem asma ou alergia respiratória.

Cachorro e gato também precisam de repelente?

Os mosquitos também são transmissores de doenças para os cachorros e gatos. Eles não pegam dengue, como os humanos, mas podem ser infectados com dirofilaria imitis, que é conhecido como verme do coração, e a leishmaniose visceral, que causa infecção grave nos órgãos internos. Estes dois problemas de saúde são transmitidos por meio da picada do mosquito, como o aedes aegypti. Por isso, os cuidados para evitar a proliferação do mosquito também é benéfica para os animais domésticos.

Para evitar as picadas de mosquitos nos animais de estimação, os tutores também podem aplicar repelentes veterinários nos cachorros e gatos. Lembre-se: os pets não podem receber o mesmo repelente dos humanos, porque é tóxico para eles. Por isso, compre o repelente recomendado pelo veterinário.

Para os pets também existem as coleiras repelentes, que duram de 2 a 4 meses, e também a aplicação de pipetas, que duram cerca de 30 dias.