Mais uma vez, a PROTESTE entrega ao consumidor o seu estudo com planos odontológicos, para mostrar como dá para cuidar dos dentes com a melhor relação custo-benefício. Este é um teste importante, que pode ajudar a melhorar uma triste estatística em nosso país: dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica (IBGE) mostraram que, em 2019, 34 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais já haviam perdido pelo menos 13 dentes, e outros 14 milhões não apresentavam todos os dentes dos arcos dentais.
A boa notícia é que dentistas, por aqui, não faltam. Temos cerca de 360 mil profissionais atuando, tanto na rede privada quanto na pública, de acordo com o Conselho Federal de Odontologia, que informa ser o maior número de especialistas em saúde bucal entre todos os países do mundo. Só que, mesmo assim, o Brasil ainda guarda o título de ser o país dos banguelas.
Roger Gorini, gestor de saúde pública e administração hospitalar, reforça o fato de que temos dentistas para todos: “O serviço público odontológico funciona perfeitamente bem no Brasil. Porém, o que está faltando são pacientes, o interesse em cuidar dos dentes”, alerta ele. Para o especialista, a saída poderia ser uma atenção maior dos governos de implementar nas escolas programas de educação sobre saúde bucal. “Isso é fundamental. Levar profissionais para explicar às crianças sobre os cuidados que elas devem ter com a boca. Se educá-las sobre saúde bucal, elas não serão desdentadas quando crescerem”, opina Gorini.
Em casa e no dentista
Para auxiliar nessa educação, que serve para todas as idades, a PROTESTE ouviu a dentista Claudia Garbois, para saber o que se deve fazer para conservar a saúde bucal. “É relevante enfatizar que o cuidado é diário, feito em casa, com boa escovação e uso do fio dental, além de uma dieta reduzida em açúcares e massas, pois alimentam as bactérias que formam a placa bacteriana”, ensina a especialista.
Mas visitas regulares ao dentista também são essenciais. “Periodicamente, é preciso ir ao consultório, para o profissional fazer a raspagem de tártaro” explica Claudia, enfatizando que a remoção da placa bacteriana é capaz de evitar cáries e doenças nas gengivas, que podem levar à perda de dentes. E quantas vezes ao ano se deve ir ao dentista? “De seis em seis meses ou de quatro em quatro, dependendo das condições dos dentes e da gengiva, para ser feita a revisão da saúde bucal e a limpeza”, orienta. A dentista lembra que, nessa visita, também pode ocorrer a instrução de higiene oral, na qual, em frente ao espelho, o profissional ensina o paciente sobre a técnica correta de escovação e uso do fio dental, e limpeza da língua.
É por esses motivos que contratar um plano odontológico pode ajudar o consumidor a ter um atendimento de qualidade para fazer suas consultas e toda a profilaxia necessária para auxiliar o Brasil a diminuir suas estatísticas de pessoas sem dentes. E o mais interessante é que, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de usuários desse serviço não para de crescer.
Planos odontológicos: implantes não são cobertos
Este ano, a PROTESTE analisou 60 planos odontológicos de 28 operadoras (veja os resultados de todos na tabela), sem necessidade de mencionar gênero ou idade — isso não influencia no preço. No critério exclusões (procedimentos que não são cobertos pelos planos), todos os avaliados se saíram bem. “Mas tratamentos de estética, implantes dentários, cobertura para a documentação e para o aparelho ortodôntico e a manutenção do aparelho costumam ficar de fora da maior parte dos planos analisados”, avisa Rodrigo Alexandre, especialista PROTESTE.
Procedimentos cobertos
A PROTESTE considerou as seguintes 13 coberturas básicas e buscou saber quais delas eram oferecidas pelos planos. Quanto maior o número, mais bem avaliadas ficaram as operadoras.
- Cirurgia oral
- Consultas
- Dentística (obturações)
- Endodontia (tratamentos de canal)
- Exame, diagnósticos e controle de doenças bucais
- Prótese simples (unitária)
- Odontopediatria
- Ortodontia (aparelho)
- Ortodontia (manutenção)
- Odontologia estética
- Periodontia (tratamentos de gengiva)
- Prevenção
- Radiologia intraoral
As notas variaram quanto à necessidade de carência para os atendimentos. Entre os planos testados, considerando o critério de carência em consultas e exames, 19 não têm e foram considerados muito bons; 18 atendem após 30 dias da contratação, sendo bons; 12, depois de 60 dias, o que a associação achou aceitável; e 11 apenas prestam atendimento 90 dias após a assinatura do contrato, o que é ruim. Já para a autorização de atendimento, todos foram muito bons, porque é feita na própria rede credenciada.
E por falar em rede credenciada, 36 planos atendem em todo o Brasil, alcançando o conceito bom em âmbito territorial, enquanto o restante ficou com aceitável, por só disponibilizar dentistas em seus grupos de municípios. Em relação à cobertura, 18 oferecem de 11 a 13 entre as listadas na página ao lado, que a PROTESTE considera básicas para o atendimento — foram muito bons. Vinte e dois contam com dez coberturas (bons); 16, de seis a nove (aceitáveis); e quatro, de um a cinco (ruins).
A associação também viu que nenhum plano oferece reembolso, sendo considerados muito ruins nesse critério. E, quanto à coparticipação (valor à parte para os atendimentos), os planos que não cobraram receberam conceito muito bom. Entre os analisados, só dois têm coparticipação: Uniodonto João Pessoa (Odonto 8 — Copart. 30%) e Uniodonto Piracicaba (PPR50).
Para chegar à pontuação final dos planos, também foi considerado o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), calculado pela ANS. A conclusão deste estudo é que os planos costumam ser semelhantes nas coberturas, exclusões e no reembolso. “Mas a comparação é indispensável, já que o consumidor pode encontrar desde planos dentários municipais a nacionais, além de carências muito distintas”, propõe Rodrigo. O preço é outro fator importante, que pode variar muito: dá para poupar
R$ 2.280,24 ao ano, se o associado optar pela escolha certa, Inpao Dental Plus, parceiro PROTESTE, em vez do mais caro do teste, Odonto Empresa/Delta, que nem atingiu as melhores colocações no ranking dos testados. Uma ótima notícia para manter o sorriso no rosto.
Confira os resultados de planos odontológicos
Confira o resultado do teste de plano odontológico 2023. A PROTESTE analisou 60 planos odontológicos de 28 operadoras
Saiba mais com os conteúdos da PROTESTE
Gostou do conteúdo? Continue no MinhaSaúde para acompanhar mais artigos sobre saúde e bem-estar. Convidamos você para conhecer também as novidades sobre direitos do consumidor e tecnologia nos blogs SeuDireito e ConectaJá.
Conheça também nossos testes comparativos e veja as avaliações dos principais produtos disponíveis no mercado. As análises são realizadas por nossos especialistas a partir de critérios importantes para o consumidor.