Novo estudo reforça que as dietas com excesso desses alimentos podem contribuir para o ganho de peso.
Por RedaçãoEm 13/09/2019 às 11:58 3minutos de leitura
Não de é hoje que os alimentos ultraprocessados estão relacionados à obesidade. No entanto, um novo estudo acaba de reforçar que as dietas com excesso desses alimentos podem causar esse mal.
A pesquisa foi realizada pelo National Institutes of Health, nos Estados Unidos. Os participantes foram divididos em dois grupos 20 adultos saudáveis, com idade média de 31,2 anos. Metade deles seguiu por duas semanas uma dieta repleta de alimentos ultraprocessados enquanto os demais consumiram pratos preparados com ingredientes minimamente processados.
Alimentos equivalentes em calorias
Após 15 dias, os grupos foram invertidos e as alimentações trocadas. Todos comiam a mesma quantidade de calorias nas porções, além do mesmo número de refeições. Também foram similares as quantidades de sódio, açúcares, proteínas, carboidratos, gorduras. Além disso, todos consumiram apenas água como bebida.
O café da manhã na dieta com processados contava com Honey Nut Cheerios, uma espécie de snack bastante consumido pelos americanos,com leite integral suplementado com fibras, um pacote com uma unidade de muffin de blueberry e margarina.
Já na outra dieta, os participantes podiam, em determinado dia, saborear um parfait feito com iogurte natural grego, morangos e bananas. Além disso, era liberado um punhado de castanhas com um fio de azeite e sal, maçãs fatiadas e água com rodelas de limão.
O pesquisador Kevin Hall disse que acreditava que, com a equivalência de calorias e de nutrientes, não haveria nenhum componente nos alimentos ultraprocessados que levasse ao ganho de peso. No entanto, a percepção é que, de fato, as pessoas acabam comendo mais.
Por isso, consequentemente, consomem mais calorias por dia, precisamente 508 calorias a mais, em média. “Portanto, há algo nesses alimentos que levaria as pessoas a comerem em excesso, o que ainda não conseguimos explicar. Elas também mastigavam mais depressa inclusive itens mais sólidos e crocantes. No final, quando dosávamos hormônios ligados à saciedade, eles estavam mais baixos em relação ao grupo da dieta caseira”, relatou.
Por que os alimentos ultraprocessados causam obesidade?
Também foram observados os comportamentos diante dos alimentos. Os participantes podiam comer à vontade. Com isso, diante dos alimentos ultraprocessados, o grupo costumava raspar o prato ou comer até o último salgadinho no saco e a última migalha do bolo.
Já diante da comida caseira, os mesmos participantes pareciam controlar mais o apetite. Muitas vezes, se davam por satisfeitos quando ainda havia um pouco de comida no prato. O doutor Kevin Hall faz questão de esclarecer: “Nós nos preocupamos com o sabor e a apresentação dos pratos feitos com ingredientes minimamente processados para que não houvesse o viés de acharem que a comida caseira não abriria tanto o apetite e que esse seria o motivo de um eventual consumo menor”.
Os pesquisadores realizaram ainda questionários sobre os pratos. De acordo com as respostas, as preparações caseiras foram avaliadas como as que davam mais água na boca. Ou seja, a saciedade não teve a ver com desagrado ao paladar.
Existe algo de sensorial nos ultraprocessados que faz o apetite perder os freios na medida em que a pessoa começa a comê-los. Isso precisa ser mais bem investigado.
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