Chá para emagrecer? Pomada que cura? Como se proteger de “produtos milagrosos”

Chá para emagrecer? Pomada que cura? Como se proteger de “produtos milagrosos”

Chás que prometem emagrecer? Aquele creme que faz as rugas sumirem em poucos dias? A fruta que cura um problema de saúde? Saiba como se proteger de promessas milagrosas para não ter prejuízos em sua saúde ou perder dinheiro com algo que não vai funcionar para o que você deseja

Ao navegar pela internet, você já deve ter sido impactado por propagandas de produtos com promessas milagrosas. Quem nunca se deparou com um chá para emagrecer em poucos dias? Cosméticos que eliminam as rugas em algumas semanas? Ou, ainda, uma pílula que cura uma doença grave? Estes produtos são enganosos e podem ser prejudiciais para a sua saúde.

O consumidor deve ficar em alerta para não ser vítima de produtos falsos, adulterados ou sem a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Isso porque as promessas milagrosas, de ação rápida e em curto prazo são, geralmente, apenas jogadas de marketing, que buscam o seu dinheiro. Para conquistar uma vida saudável, por exemplo, é preciso ajustar o estilo de vida e alimentação, bem como é fundamental ter o acompanhamento profissional para avaliação das necessidades individuais.

Para que você não seja vítima de um golpe, confira as dicas abaixo para se proteger do consumo de “produtos milagrosos” que geram prejuízo financeiro e expõem a saúde a riscos, já que não tem a eficácia e segurança comprovada cientificamente.

Por que devemos evitar os “produtos milagrosos”?

O principal motivo para evitar a compra de produtos que dizem ser milagrosos é porque eles não têm e não tiveram a eficácia e segurança comprovada cientificamente para o uso que prometem. Inclusive, eles podem não possuir a autorização dos órgãos de fiscalização e da Anvisa para garantir sua procedência.

Os produtos que não foram testados cientificamente para o uso determinado não podem prometer benefícios ou listar as suas contra indicações. Por isso, eles podem causar riscos à saúde, além do risco de serem uma falsificação do original ou ainda ter em sua composição o uso de ativos que são proibidos pela legislação brasileira.

Caso o item que você deseja comprar traga uma indicação terapêutica, ele precisa ser regularizado na Anvisa como um medicamento, já os suplementos alimentares e cosméticos não podem fazer promessas de que possuem propriedades curativas ou profiláticas. Os medicamentos passam por um processo rigoroso em que precisam comprovar a sua segurança e eficácia e os mesmos devem apresentar o devido registro na ANVISA.

Atenção pois mesmo os chamados produtos naturais podem representar riscos à saúde do consumidor quando não passam por controle e fiscalização e são usados de forma errada. Jamais substitua um tratamento farmacológico prescrito por um profissional sem avaliação prévia, pois isso pode levar ao descontrole ou piora da doença.

Exemplos de “produtos milagrosos”:

É crucial ficar atento ao anúncio do item que deseja comprar para não cair em ciladas. Hoje em dia, os produtos milagrosos mais comuns de serem encontrados por aí são os que prometem resultados rápidos para um problema que leva algum tempo para ser atingido sem o uso dele. Confira alguns exemplos:

  • Chás emagrecedores.
  • Cosméticos contra rugas, estrias e flacidez.
  • Supostos produtos que curam doenças graves, como problemas de coração, tumores e diabetes.
  • Frutas ou grãos com efeitos milagrosos e que são considerados soluções para vários problemas de saúde.
  • Cremes e esfoliantes contra a celulite.
  • Produtos para aumento de musculatura sem esforço.
  • Aumento de fertilidade.
  • Redução de doenças degenerativas.
  • Balas para crescimento de cabelo.
  • Gel redutor de medidas.

E os superalimentos?

Muitas propagandas na internet e nos meios de comunicação também falam sobre os superalimentos, que prometem ter vantagens inacreditáveis para a saúde. Manter uma alimentação saudável e balanceada traz, sim, muitos benefícios para a saúde, mas é necessário ter constância para que os resultados possam surgir ao longo do tempo. Portanto, um alimento sozinho não tem o poder de garantir o seu bem-estar.

Hoje em dia, muitas propagandas e influenciadores digitais divulgam os benefícios de um único tipo de comida que está na ‘moda’. Porém, o consumidor precisa estar atento. Alimentos como quinoa, semente de chia, chás e verduras fazem parte da dieta, mas devem ser consumidos com moderação e dentro de uma alimentação balanceada. Muitos benefícios prometidos pelos superalimentos ainda estão sendo estudados pelos cientistas e nem sempre as pesquisas atualmente disponíveis são conclusivas.

Ficar atento às falsas promessas e ter a orientação de um profissional da nutrição que está atualizado com os estudos mais recentes vai te ajudar a fazer boas escolhas alimentares. Não acredite que apenas um produto pode curar os maus hábitos de uma alimentação ruim.

Preste atenção nas alegações dos produtos

Você sabia que cada alegação proposta pelos produtos deve ser liberada pela Anvisa? No caso dos suplementos alimentares, por exemplo, a Instrução Normativa – IN Nº 28, de 26 de julho de 2018, estabelece as alegações permitidas para diversos nutrientes e substâncias bioativas e os requisitos para sua utilização.

Além disso, as alegações precisam estar claras e completas nas propagandas para não induzir ao erro do consumidor. A ação publicitária também precisa alertar para os riscos do consumo e os benefícios dentro de um conceito equilibrado, sem levantar hipóteses fantasiosas e milagrosas. Diversas informações importantes devem estar presentes na rotulagem dos suplementos para que seja feito o uso correto, como a porção diária recomendada de acordo com o grupo populacional.

Como fazer a melhor escolha?

Para fazer uma boa compra, o consumidor deve pesquisar sempre e procurar seguir a recomendação do seu médico. O próximo passo é desconfiar de propagandas milagrosas, com promessas que parecem falsas e que dizem ter efeitos em curto prazo.

Um golpe recente que está circulando pela internet é o uso da inteligência artificial para criar falsas propagandas com celebridades divulgando produtos que elas não indicaram. Antes de seguir o suposto conselho de uma personalidade da mídia, vá até as redes sociais oficiais desta pessoa e veja se ela realmente está divulgando o produto e pesquise a eficácia dele para o seu problema. E, também, verifique a procedência do site de venda do item, se ele é idôneo e registrado.

Se for comprar pessoalmente, leia o rótulo e saiba exatamente o que tem no produto e suas indicações. Outra dica é ver se a empresa tem AFE (autorização de fabricação) junto à Anvisa, no caso dos medicamentos o registro é obrigatório e deve estar presente no rótulo. Busque também informações como endereço, CNPJ do fabricante e contato do SAC.

Você também deve pesquisar os efeitos colaterais e se os princípios ativos são autorizados para consumo pela Anvisa. Por fim, sempre procure um profissional de saúde para ter recomendações de suplementos alimentares e medicamentos adequados para você, e faça suas compras de medicamentos sempre em farmácias legalizadas. Assim, você evitará riscos à sua saúde.