Aplicativos de sono são realmente eficazes?

Aplicativos disponíveis oferecem uma infinidade de recursos aos usuários, mas será que realmente ajudam a quem tem distúrbios do sono?

Aplicativos de sono são realmente eficazes?

O aumento de pessoas que sofrem com a insônia vem movimentando uma nova indústria: a de aplicativos para auxiliar o sono.

Com a proposta de ajudar de forma prática, esses aplicativos oferecem uma infinidade de recursos aos consumidores. As funções vão desde diários eletrônicos de sono, despertadores para acordá-los na fase mais apropriada do sono, auxiliares no tratamento da insônia, monitores de ronco e até rastreadores para apneia obstrutiva do sono.

O uso dessas tecnologias também ajuda a identificar caso haja alguma doença do sono e incentiva o usuário a procurar assistência médica. Disponíveis em lojas virtuais e podendo ser utilizados nos smartphones, alguns oferecem recursos adicionais, como pulseiras e sensores externos para aumentar a quantidade de informações coletadas.

Avaliando os resultados

O Hospital Albert Einstein publicou artigo onde avalia os efeitos dos aplicativos. O texto afirma que os médicos que atuam nesse segmento estão se deparando cada vez mais com pacientes sugestionados e ansiosos em decorrência das informações coletadas por seus smartphones.

De acordo com o site, alguns estudos têm mostrado que muitos desses aplicativos podem superestimar dados de sono. Isso pode gerar resultados falso-positivos, causando ansiedade e preocupação para o paciente e um desafio maior para a equipe médica.

O artigo destaca que é necessário ter em mente que nenhum destes recursos possui valor de forma isolada. Por isso, a recomendação médica é que haja uma interpretação crítica desta informação.

Exame físico e profissionais especializados

Assim, o conselho é que os usuários não substituam a análise e exame físico dos profissionais especializados. Também devem considerar sempre os dados gerados por reconhecidos exames para a monitorização do sono, como a polissonografia, actigrafia e teste de múltiplas latências do sono.

Até o momento não existem estudos que permitam equiparar os relatórios emitidos por um aplicativo aos de uma polissonografia. Alguns apps têm sido mais estudados para auxiliar no controle de ciclo sono-vigília. Esse é o caso, por exemplo do Early Sense.

O aplicativo dispõe de um sensor externo para medida de frequência cardíaca, frequência respiratória e movimentos corporais. Com isso, atinge um nível de 92,5% de acurácia para detecção de sono ou vigília, equiparando-se à actigrafia.

No entanto, esse aplicativo, assim como os demais, ainda não oferece dados confiáveis para detectar uma patologia.

Um ponto importante desses dispositivos é o algoritmo e a forma como os dados são apresentados. Os algoritmos desenhados para detecção de todos os parâmetros são mantidos sob custódia de seus desenvolvedores. Portanto, não é possível ter certeza de como aquele dado foi gerado.

Muitos aplicativos fornecem dados em escalas visuais, sem informações objetivas. Por isso, seria necessária a padronização de dados. Dessa forma, os relatórios poderiam ser comparados entre os aparelhos.

Estudos mais aprofundados

Sendo assim, alguns aplicativos podem subestimar uma patologia retardando um diagnóstico. Diante disso, a Academia Americana de Sono lançou uma diretriz na qual destaca a necessidade de estudos experimentais e aprofundados, padronizando os dados e validando a informação gerada de forma consistente para o uso seguro desta informação.

O órgão reforça que até o momento não há liberação para nenhum uso desses recursos na prática do especialista do sono.

O texto conclui que certamente esta tecnologia é bastante promissora. Mas destaca a necessidade de estudos mais aprofundados para a validação destes aplicativos. “Para que um futuro próximo, isso possa servir como um grande aliado no seguimento domiciliar, no controle de um tratamento e até mesmo no rastreamento de distúrbios do sono”.

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Redação