Até a semana epidemiológica 48, foram notificados no Brasil 1,6 milhão de casos de dengue em 2023, representando um aumento de 15,8% em relação ao ano anterior. As mortes também apresentaram um crescimento de 5,4%, totalizando 1.053 neste período. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Fatores como variações climáticas, chuvas intensas e a presença de novos sorotipos do vírus contribuem para a configuração preocupante desse cenário.
O Rio de Janeiro identificou o sorotipo 4 da dengue, ausente desde 2018, resultando na circulação simultânea dos quatro tipos no país. Especialistas alertam para uma possível explosão de casos no verão, devido à influência do El Niño, que favorece a replicação do Aedes aegypti, vetor da dengue.
Os casos de zika vírus aumentaram 1%, enquanto a chikungunya teve uma queda de 45% no país, exceto em São Paulo, que registrou um aumento de 142.6%. O LIRAa destaca que 74.8% dos criadouros do mosquito estão em residências, indicando a necessidade de medidas preventivas.
O Ministério da Saúde implantou a Sala Nacional de Arboviroses, destinou R$ 256 milhões a estados e municípios e adotou outras medidas preventivas. Além disso, a Conitec recomendou a incorporação da vacina Qdenga ao SUS, aguardando definições sobre público-alvo e redução de preço. A campanha “Para fazer diferente, precisamos agir antes” enfatiza a importância da prevenção. A decisão final sobre a vacinação ocorrerá ainda neste ano após consulta pública.
Projeções apontam que o Brasil poderá chegar a 5 milhões de casos de dengue em 2024 no pior cenário. A criação da Sala Nacional de Arboviroses busca coordenar ações e enfrentar a situação, com o Centro-Oeste em nível epidêmico e São Paulo registrando aumento significativo.
