Chocolate amargo: os benefícios para a saúde

Chocolate amargo: os benefícios para a saúde

A maioria da população adora comer chocolate. Porém, você sabia que o chocolate amargo é o que traz mais benefícios para a saúde? Descubra mais aqui

O chocolate amargo provém das sementes do cacau, que é um fruto nativo das regiões tropical e equatorial, como as Américas Central e do Sul e a África, e pertence à espécie Theobroma cacao. No Brasil, ele é cultivado desde o século XVII.

De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o chocolate é definido como: “produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau, massa de cacau, cacau em pó e ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo 25% de sólidos totais de cacau. O produto pode apresentar recheio, cobertura, formato e consistência variados“. Desta forma, a quantidade de cacau presente no chocolate é o que define o seu tipo, que pode ser ao leite, branco, meio amargo e amargo. Quanto mais cacau na fórmula, mais amargo e com a tonalidade mais escura o produto será.

O chocolate é feito a partir do sólido do cacau – que é o resultado dos vários processos de transformação e produção -, mas pode ter vários ingredientes adicionados em sua formulação, como açúcar, manteiga de cacau, óleos vegetais, leite, agentes emulsificantes e outros tipos de adoçantes. Segundo um artigo do Hospital Israelita Albert Einstein, os principais açúcares utilizados neste alimento são: “a sacarose, o xarope de glicose e o açúcar invertido, que são responsáveis pelo sabor doce, além de serem agentes de corpo dos produtos“.

Desse modo, por ter grande quantidade de cacau, o chocolate amargo é conhecido por suas propriedades benéficas para a saúde, incluindo ação antioxidante. Saiba mais sobre este produto ao longo deste artigo:

O que é chocolate amargo

Este tipo de chocolate contém mais cacau em sua composição, que é indicada pela porcentagem que podemos ver nas embalagens. As mais comuns são: chocolate 50%, 60%, 70% e até 100%. Estes números indicam os níveis de concentração de sólidos de cacau. Quanto maior, mais sólidos de cacau existem no produto, o que dará o sabor mais amargo ao resultado final.

O chocolate amargo tem a maior concentração de compostos bioativos, como os antioxidantes, o que o torna mais saudável em relação a sua qualidade nutricional se comparado com os outros tipos de chocolate. Porém, isso não indica que o consumo pode ser excessivo, já que também existe a concentração de gorduras e outros nutrientes que precisam de moderação.

À medida que o teor de cacau se eleva, mais compostos bioativos tendem a ser adquiridos. Porém, é importante que o consumidor saiba que, paralelamente à elevada concentração desse componente benéfico à saúde, também sobe a quantidade de gorduras totais e saturadas, que, quando consumidas em excesso, podem aumentar os níveis de colesterol no sangue e o ganho de peso, contribuindo para doenças como obesidade, diabetes e hipertensão”, alerta Mylla Moura, engenheira de alimentos da Proteste e especialista deste teste, na Revista Proteste, edição 233.

Benefícios do chocolate amargo para a saúde

Conheça os principais benefícios do chocolate amargo quando faz parte de uma alimentação balanceada:

Antioxidante

A presença de antioxidantes no chocolate amargo é cinco vezes maior do que no chocolate ao leite, informaram os especialistas da Proteste. Por isso, ele tem conquistado cada vez mais consumidores para ter este benefício na ingestão. Segundo o Conselho Federal de Nutricionistas, os antioxidantes são capazes de neutralizar os radicais livres, que causam às células e podem dar origem a problemas cardiovasculares e neurológicos.

Como os radicais livres são gerados por meio do excesso de estresse e da poluição nas cidades, o consumo de chocolate amargo pode auxiliar no combate à ansiedade e a depressão por causa da produção de serotonina, que é responsável pelo bom humor e reduz os níveis de estresse.

Além disso, a presença da alta porcentagem do cacau torna o chocolate amargo em um alimento nutritivo, já que possui minerais, como potássio, fósforo, cobre, ferro, zinco e magnésio, proteínas, cálcio e vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12 e C.

Saúde cardiovascular

Um estudo feito por uma equipe de cardiologistas do Hospital Popular de Shaoxing e do Hospital Popular de Zhuji, na China, publicado na revista Scientific Reports, informou que o chocolate amargo tem benefícios na redução do risco de hipertensão essencial, que acontece quando a pressão arterial fica elevada sem uma causa aparente. E o doce mostrou resultados positivos durante o estudo. Isso porque possui flavonoides, uma substância que demonstrou que, no consumo regular, pode reduzir o risco desta condição de pressão arterial elevada e de tromboembolismo venoso por causa do seu efeito de auxiliar no funcionamento dos vasos sanguíneos.

Outro ponto foi apontado pelo Ministério da Saúde e a Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do estudo Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição. Os estudiosos revelaram que o chocolate amargo, por causa do cacau, ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares e da pressão arterial. No entanto, eles destacaram que o consumo deve ser regular e moderado, pois existem riscos sobre a alta ingestão de calorias, como a obesidade.

Além disso, os especialistas da Proteste já apontaram que alguns estudos demonstram que o chocolate amargo aumenta em até 4% o teor de colesterol HDL, que é o colesterol bom.

Dá maior saciedade

Segundo o estudo Eating Dark and Milk Chocolate: a randomized crossover study of effects on appetite and energy intake, publicado na Nutrition & Diabetes, o chocolate amargo dá mais saciedade do que o chocolate ao leite. E, também, satisfaz a vontade de doce por mais tempo e suprime a ingestão de gordura em comparação com o outro tipo do produto.

Benefício para os fumantes

Um artigo publicado no Conselho Federal de Nutricionistas compartilhou o resultado de um estudo desenvolvido por Pasquale Pignatelli, da Universidade de Sapienza, na Itália. Nele, o cientista apontou que o chocolate amargo pode ter benefícios para os fumantes. Isso acontece por causa da presença de antioxidantes na composição em decorrência da alta concentração de cacau.

Como vimos, os antioxidantes agem nos radicais livres no corpo humano, que estão em maior abundância nos fumantes. Por isso, o chocolate amargo pode auxiliar na captura destas moléculas e ajudar o consumidor de cigarros a evitar doenças cardiovasculares. Em seu estudo, Pignatelli, recomendou que os fumantes comam de 20 a 40 gramas de chocolate amargo 70% ao dia.

Moderação no consumo

Além de ter os benefícios, como visto nos tópicos anteriores, o chocolate amargo também possui gorduras e açúcares, que não são tão bons assim para o corpo. Por isso, a moderação é a palavra-chave para utilizar os nutrientes deste alimento. “Você pode comer chocolate, desde que tenha uma dieta equilibrada. A gordura saturada é essencial para o nosso organismo. Só não podemos ultrapassar a recomendação diária”, diz Fernanda Taveira, nutricionista da Proteste, na edição 233 da revista.

De acordo com a cartilha do Ministério da Saúde e Universidade Federal de Minas Gerais, chamada Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição, o consumo de chocolate e doces deve ser de uma a duas vezes na semana e sempre em pequenas quantidades. Isso porque a pessoa precisa equilibrar o volume de gorduras saturadas que consome ao longo do dia e o chocolate deve estar incluso nesta conta.

Inclusive, vale destacar que o Ministério da Saúde orienta que o consumo deve ser de apenas 10% de gordura saturada na recomendação diária. Por exemplo, quem segue uma dieta de 2 mil calorias ao dia pode consumir 200 calorias vindas dessas gorduras.

Como o chocolate é feito?

Agora que você conhece os benefícios do chocolate, que tal saber como ele é produzido? De acordo com a revista Proteste, o processo de produção do chocolate começa nas lavouras de cacau. As sementes de cacau são colhidas e seguem para as etapas de fermentação, secagem e torrefação, que são feitas geralmente na indústria. De lá, elas são descascadas e ganham o nome de nibs de cacau.

Estes nibs são torrados e passam pela moagem e refino, e se transformam na pasta de cacau. A partir daí, os componentes são separados em manteiga de cacau e sólidos de cacau, e se tornam a base para a produção dos vários tipos de chocolate.