Cúrcuma: o que é, para que serve e como consumir

Cúrcuma: o que é, para que serve e como consumir

Descubra o que é a cúrcuma, de onde vem a curcumina, para que serve, quais são os benefícios e as contraindicações

A cúrcuma é uma planta usada há milênios pelas culturas orientais como um condimento para os alimentos, como o curry, e também para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao longo dos anos, este produto é alvo de estudos pela ciência ocidental e seu uso terapêutico chamou a atenção dos pesquisadores. Tanto, que a curcumina é a principal substância extraída da cúrcuma e faz até parte de suplementos alimentares. Aqui, você vai conhecer mais sobre o que é a cúrcuma e a curcumina, para que servem e quais os benefícios já conhecidos do consumo no dia a dia. Além disso, apontamos quais são as contraindicações da cúrcuma/curcumina que devem ser levadas em consideração antes de realizar a compra.

O que é a cúrcuma?

A cúrcuma (Curcuma Longa) é uma planta originária da Índia e do sudeste da Ásia, e que é cultivada e estudada em todo o mundo. Esta planta é conhecida pelo seu uso medicinal milenar nas culturas indiana e chinesa e também como condimento na culinária, sendo o principal uso no curry. A planta é um rizoma, o que significa que ela tem o caule subterrâneo, pertence à família Zingiberaceae, mesma família do gengibre, e é conhecida por vários nomes, como açafrão-da-terra, turmérico, açafrão-da-índia, açafrão ou gengibre amarelo. Esta é uma planta que pode chegar a 150 centímetros de altura, tem folhas grandes e é rica em curcumina.

A cúrcuma é estudada na ciência ocidental e oriental (como a medicina Ayurveda, que foi desenvolvida na Índia) há cerca de seis mil anos por conta dos seus benefícios anti-inflamatórios e antioxidantes. A planta possui ferro, manganês, cálcio, proteínas e fibras, e ainda é um corante natural.

O que é a curcumina?

A curcumina é um composto bioativo extraído da raiz da cúrcuma e usado, principalmente, por seus potenciais benefícios anti-inflamatórios, antioxidantes, antiproliferativa, entre outros. Um dos seus usos mais comuns é no combate dos radicais livres, que são moléculas que podem ser prejudiciais à saúde. No entanto, a curcumina possui uma baixa biodisponibilidade oral, ou seja, não é de fácil absorção pelo corpo humano. Por isso, existem estudos ao redor do mundo para obter mais conhecimentos sobre como melhorar a absorção da curcumina e intensificar seus benefícios à saúde.

O que é um composto bioativo?

O composto bioativo é uma substância encontrada em fontes vegetais e animais e é estudada pela ciência como forma de complementar, prevenir e auxiliar em tratamentos. Isso acontece por meio do enriquecimento da alimentação graças às propriedades anti-inflamatórias, metabólicas e antioxidantes. Geralmente, os bioativos possuem baixa toxicidade, baixo custo e existem mais de dez mil tipos registrados na literatura científica. No entanto, existe uma lista de bioativos aprovados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Desse modo, somente alguns dos bioativos conhecidos podem ser utilizados industrialmente.

Quais são os benefícios da cúrcuma?

A cúrcuma/curcumina é comumente indicada para complementar diversos tratamentos de vários problemas de saúde, como infecções bacterianas, resfriados, sinusites, diabetes, lesões, reumatismo e colesterol. Isso porque a planta e o composto bioativo dela possuem propriedades que são indicadas para fortalecer o sistema imunológico.

Os benefícios podem ser:
-Antioxidante
-Anti-inflamatória
-Antibacteriana
-Antidiarreica
-Antiespasmódica
-Antifúngica
-Antidepressivo
-Antiviral
-Diurética
-Neuroprotetora
-Prevenção de doenças cardiovasculares

Os estudos mostram ainda que a curcumina, presente na cúrcuma, pode ter efeitos neuroprotetores no tratamento de doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer, e também é estudada para contribuir no combate de alguns tipos de câncer, além de ser uma rica fonte de antioxidantes e papel importante nas doenças inflamatórias crônicas.

Quem não pode consumir cúrcuma/curcumina?

A cúrcuma e a curcumina possuem contraindicações. Os produtos não são indicados para quem possui úlceras gástricas, pessoas com sensibilidade ou alergia à curcumina, pessoas com histórico de obstrução dos ductos biliares, distúrbios hemorrágicos e pessoas que fazem uso de medicamentos que alteram o processo de coagulação (anticoagulantes). O uso também não é indicado para grávidas, lactantes e crianças.

Qual é a dosagem da curcumina?

Para definir a dosagem da curcumina na rotina diária, o recomendado é ter a orientação de um médico. Isso porque a substância tem contraindicações de consumo e estudos sobre as doses em determinados problemas de saúde podem ser inconclusivos. A curcumina pode ter benefícios, mas pode ser um malefício para o ser humano de acordo com a dose consumida.

Segundo a revista Pesquisa, da Fapesp, estudos já mostraram que doses altas de curcumina podem ter o efeito contrário e causar danos para as células. A tese foi apresentada após pesquisas realizadas dentro do laboratório, necessitando assim de trabalhos de pesquisas complementares para uma confirmação dos resultados laboratoriais.

Quais os efeitos colaterais?

O consumo da cúrcuma/curcumina segue em estudos ao redor do mundo. Porém, o que já se sabe é que o alto consumo pode levar a náuseas, diarréia e alteração do pH. Além disso, o produto possui contraindicações para certos grupos de pessoas (conforme dito acima).

Como ingerir a curcumina?

A cúrcuma, que é uma planta, pode ser encontrada no mercado de algumas formas, como in natura, em pó (é a planta triturada e moída) e também em extrato de cúrcuma (é quando a indústria retira da planta, através de solventes e processos físico-químicos, grande parte das substâncias de interesse). Enquanto isso, a curcumina, que é o composto bioativo presente na planta, pode ser encontrado em pó (é extraído industrialmente), em cápsula gel (é o concentrado de curcumina, que é, muitas vezes, potencializado com piperina para aumentar a biodisponibilidade do composto) e também como extrato de curcumina (uma forma concentrada, que foi extraída por meio de solventes e processos físico-químicos).

Desse modo, a cúrcuma e a curcumina podem ser consumidas de várias formas e cada uma delas fornece uma quantidade da substância de acordo com a porção consumida. Isso porque cada forma de consumo influencia no percentual de absorção (biodisponibilidade) e é importante levar isso em conta na hora de buscar efetividade entre os possíveis benefícios do consumo.

Além disso, o uso mais comum da cúrcuma é como um tempero nas refeições ou em suplementação. O consumo pode ser feito por meio do uso do extrato; ou o uso do pó como condimento para temperar os alimentos, como carnes brancas e vegetais; ou ainda como uma pasta, feita em uma mistura com babosa, para inflamações de pele.

No entanto, a curcumina tem baixa disponibilidade oral por causa da rápida metabolização hepática e intestinal do corpo humano, o que faz com que seja eliminada rapidamente. Assim, a recomendação é que seu consumo seja feito junto com gorduras, como azeite de oliva e oleaginosas, e pimentas, como pimenta-preta ou pimenta-do-reino. Isso porque a piperina, presente na pimenta, age concomitantemente com a curcumina e aumenta a sua biodisponibilidade oral em cerca de 20 vezes, de acordo com a dissertação sobre o Efeito da Curcumina e Piperina feita na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2018.

Por fim, é importante que o consumidor tenha a consciência de adquirir apenas produtos lícitos e que tenham a devida autorização da ANVISA/MS, com as orientações no rótulo e também os registros corretos nos órgãos competentes.