Conheça os benefícios da fitoterapia e quais os 5 adaptógenos mais populares

Conheça os benefícios da fitoterapia e quais os 5 adaptógenos mais populares

Saiba o que é fitoterapia e conheça formas de consumo dos fitoterápicos, que ganham cada vez mais espaço entre médicos integrativos, endocrinologistas e nutricionistas.

A fitoterapia é uma prática que tem ajudado pessoas em todo o mundo. Mas você sabe como ela funciona e quais os fitoterápicos mais conhecidos e confiáveis? Confira tudo sobre o assunto a seguir!

Os tratamentos naturais têm sido utilizados há milênios na medicina tradicional, transmitidos de geração em geração como um saber popular. Essas práticas ancestrais, presentes na Medicina Ayurvédica e na Medicina Tradicional Chinesa, têm sido reconhecidas pela medicina moderna por seus benefícios na regulação de diversas funções biológicas.

No Brasil, uma das formas mais comuns de utilização das plantas é por meio da preparação de chás, seja por infusão ou decocção. Os chás também podem ser usados para a preparação de compressas ou de xaropes, soluções para gargarejo ou mesmo pastas caseiras utilizando plantas medicinais.

Neste artigo, vamos explorar os benefícios da fitoterapia, que é o uso terapêutico de plantas medicinais, e apresentar cinco adaptógenos populares. Os adaptógenos são plantas que ajudam o corpo a se adaptar ao estresse físico, mental e ambiental, melhorando a resistência e a capacidade de recuperação.

Vamos descobrir como essas plantas podem promover a saúde e o bem-estar, e como incorporá-las de forma segura e eficaz em nossa rotina diária.

O que é fitoterapia?

A fitoterapia é o uso de plantas com propriedades medicinais para prevenir e tratar doenças. Essa é uma prática milenar que existe desde o início da civilização humana e que tem crescido bastante nos últimos anos.

Essa prática integrativa pode ser utilizada para tratar uma ampla variedade de condições, incluindo:

  • Doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto.
  • Doenças agudas, como resfriados, gripes e infecções.
  • Doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus.
  • Doenças mentais, como ansiedade e depressão.

A fitoterapia é geralmente considerada segura, mas é importante consultar um profissional de saúde antes de utilizar plantas medicinais. Esse alerta é ainda maior se você estiver grávida, amamentando ou tomando outros medicamentos.

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Para que servem os fitoterápicos?

Extraídos de plantas medicinais, alguns fitoterápicos podem contribuir na diminuição da fadiga e na recuperação do equilíbrio físico e mental.

Esse tipo de remédio natural, que recebe o nome de adaptógeno – termo criado para descrever compostos naturais capazes de aumentar a resistência do corpo contra situações de estresse físico, mental ou emocional – são compostos por substâncias, extratos ou reguladores extraídos de plantas. Elas ajudam na modulação de hormônios e neurotransmissores humanos.

Sua origem milenar, pelas medicinas Ayurvédica e Tradicional Chinesa, podem ter origem natural ou sintética. Além disso, esses remédios naturais contribuem também para o aumento da sensação de bem-estar e consequente melhora na qualidade de vida. Confira mais sobre as vantagens da fitoterapia a seguir!

Vantagens da fitoterapia para a nossa saúde

As plantas medicinais utilizadas na fitoterapia são ricas em compostos bioativos que podem ter efeitos benéficos para a saúde. Esses compostos podem atuar de diversas maneiras, como:

  • Anti-inflamatórios, analgésicos e antipiréticos.
  • Antioxidantes, que ajudam a proteger as células do dano causado pelos radicais livres.
  • Imunomoduladores, que ajudam a regular o sistema imunológico.
  • Ansiolíticos ou antidepressivos.

Fitoterápicos e plantas medicinais

Geralmente, quando usado o termo “plantas medicinais” resume-se a todas as possibilidades, algo que não é exatamente a verdade. Planta medicinal refere-se à utilização do vegetal ou de partes dele sem qualquer processo de industrialização. O responsável por seu efeito terapêutico chama-se princípio ativo.

Já os fitoterápicos são medicamentos produzidos a partir das partes das plantas medicinais que vão conter o princípio ativo central para o alívio dos sintomas. As fórmulas fitoterápicas podem ser compostas por outras substâncias de origem vegetal, como óleos ou extratos.

Fique por dentro: 7 dicas para melhorar o bem-estar físico e mental

Aumento do uso de adaptógenos nos últimos anos

Apesar de serem vendidos em farmácias, mesmo para quem não tem receita, a nutricionista da PROTESTE, Fernanda Taveira, é firme ao dizer que o ideal é consultar um médico especializado no assunto, antes de adquirir qualquer tipo de fitoterápico. A especialista explica:

Na nutrição, é sempre a terceira opção de tratamento. Primeiro, são os alimentos; em seguida, os complementos alimentares; e só depois se inicia o tratamento com a fitoterapia. O mais indicado é buscar um especialista na área, sempre, para evitar superdosagem ou uso inadequado dos produtos e obter o efeito contrário

Esses produtos trazem uma série de benefícios para a saúde das pessoas. Ajudam, por exemplo, no combate à fadiga, melhoram o desempenho mental e diminuem sintomas relacionados à ansiedade.

Também demonstram eficácia ao tratar dores e inflamações originárias de osteoartrite, artrite reumatoide e fibromialgia, além de combaterem desequilíbrios hormonais que afetam o sistema nervoso e a insônia. Fernanda completa ainda que, embora sejam necessárias mais pesquisas, há estudos que afirmam que essas substâncias possuem finalidades anticancerígenas.

Práticas integrativas: Conheça as Pics

Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) são hoje muito difundidas na medicina integrativa. Inclusive, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta 29 delas. Apesar do nome “alternativas”, essas terapias são eficazes e podem fazer a diferença nos cuidados à saúde. Além da fitoterapia, outras surgem em nossa mente: homeopatia, terapia de florais e aromaterapia – a dos famosos óleos essenciais.

Adrielle Rodrigues, farmacêutica e especialista do Centro de Competências de Alimentação e Saúde da PROTESTE, explica:

As Pics (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) são práticas que levam em consideração a complexa interação entre as esferas biológica, psicológica, social e espiritual dos indivíduos, e contemplam abordagens voltadas ao estímulo de mecanismos naturais de prevenção e recuperação da saúde

A especialista destaca, ainda, que além do equilíbrio físico, as Pics tem como objetivo ajudar na saúde emocional e possuem benefícios para quem utiliza, como por exemplo:

  • Fortalecimento do vínculo entre médico e paciente.
  • Humanização dos atendimentos de saúde, que, muitas vezes, podem ser considerados frios.
  • Redução de intervenções hospitalares e emergenciais, com consequente melhora na qualidade de vida.
  • Melhor e menor uso de medicamentos; além do incentivo ao autocuidado e o fato de serem menos invasivas.

Essas práticas são baseadas na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade

A seguir, esclarecemos como cada prática da medicina integrativa funciona e quais as diferenças entre elas. Confira!

Fitoterapia

Tratamentos fitoterápicos utilizam plantas medicinais em diferentes formas farmacêuticas e podem ser utilizadas tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças.

Homeopatia

Reconhecida como especialidade médica desde 1980 no Brasil, trata não apenas a doença, mas o paciente na totalidade – é comum que um homeopata pergunte sobre seus hábitos de vida, físicos, alimentares e questões emocionais durante a consulta.

Terapia com florais

Essa é uma prática não medicamentosa que trabalha com o equilíbrio da parte vibracional dos pacientes. Pode ser adotada por pessoas de qualquer idade e não interfere em outros tratamentos.

Aromaterapia

A aromaterapia usa os óleos essenciais para melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas. Ela é aplicada em diferentes tratamentos e massagens e pode ser utilizada no dia a dia.

O estresse e o uso dos adaptógenos

Para entender como os adaptógenos agem em nosso organismo, é preciso saber que, quando enfrentamos algum esgotamento físico ou mental, nosso corpo passa por um processo chamado Síndrome de Adaptação Geral (SAG). E esse processo possui três estágios: alarme, resistência e exaustão.

O estresse pode ser compreendido como um estado de perturbação do equilíbrio do organismo, que é conduzido pelo aumento do hormônio cortisol nos sangue, produzido pelas glândulas supra-renais. Esse hormônio é o responsável por nos proteger e colocar em estágio de alerta em caso de iminente insegurança ou perigo. No entanto, quando liberado em altas quantidades, gera inflamações e dores generalizadas.

Tal circunstância compromete o funcionamento de diferentes órgãos e sistemas. Ou seja, a elevação do cortisol no organismo é um fator de risco importante para o desenvolvimento de inúmeras doenças. Isso acontece pois aumenta a susceptibilidade a infecções – dado que baixa a imunidade – e acarreta alterações metabólicas, cardiovasculares e cognitivas. De acordo com Fernanda, o fitoterápico atua no segundo estágio.

Os adaptógenos ajudam você a permanecer na fase de resistência por mais tempo, por meio de efeito estimulante que evita a exaustão

Isso significa que, apesar do possível esgotamento, você tem mais equilíbrio para seguir em frente e encarar a situação. Quem nunca sofreu com as consequências do estresse talvez não saiba como essa doença pode ser paralisante. A Síndrome de Burnout, por exemplo, que é uma complicação relacionada à carga de trabalho exaustiva, atinge cerca de 18% dos brasileiros abaixo dos 30 anos, de acordo com pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em 2021.

E essa sensação de esgotamento é uma das grandes responsáveis pelo aumento dos níveis do cortisol em nosso organismo. Conforme colocado pela especialista, os adaptógenos ajudam a controlar os níveis de cortisol e reduzem o estresse a curto prazo.

imagem de adaptogenos em manipulação

5 exemplos de adaptógenos ou fitoterápicos: como atuam no nosso equilíbrio e bem-estar emocional

ASHWAGANDHA

  • Nome botânico: Withania somnifera (L.)
  • Família: Solaneceae
  • Parte utilizada para fabricar o adaptógeno: raiz
  • Período de utilização: não deve ultrapassar três meses

A planta Withania somnifera (L.) é conhecida por diversos nomes. Talvez o mais popular, e que venha a sua memória, seja o “ginseng indiano”. Entre as ações benéficas ao nosso organismo estão a melhora da concentração, memória, sono e humor. Também traz alívio em questões musculares decorrentes da artrite e do reumatismo, assim como úlceras, aumento da glândula tireóide, ansiedade e distúrbios neurológicos.

Essa planta medicinal muito usada na fitoterapia está diretamente ligada ao alívio do estresse e tem ação anti-inflamatória. Esse adaptógeno está classificado como medicamento fitoterápico e necessita de registro sanitário aqui no Brasil. Isso significa que, antes de comprar o produto de uma determinada marca, é necessário checar se possui ou não liberação da Anvisa.

RHODIOLA

  • Nome botânico: Rhodiola rosea
  • Família: Crassulaceae
  • Parte utilizada para fabricar o adaptógeno: rizoma (caule subterrâneo)

Também conhecida como raiz de ouro, a substância é eficaz no combate a diversos tipos de estresse (físicos, químicos e biológicos). Ela ajuda na diminuição de sintomas associados à depressão e à fadiga. Por outro lado, aumenta o desempenho mental ao melhorar a capacidade de concentração e ajuda no combate à irritabilidade, hipertensão, falta de apetite, insônia e cansaço relacionado à atividade física ou intelectual intensa.

Saiba mais: Qual é a alimentação ideal para hipertensos?

GINSENG COREANO

  • Nome botânico: Panax ginseng
  • Família: Apiaceae
  • Parte utilizada para fabricar o adaptógeno: raiz

Possui efeito antiestresse e é muito valorizado na fitoterapia. Em uma pesquisa realizada, ao ser adicionado à base multivitamínica, melhorou parâmetros físicos e emocionais de quem participou do estudo. Esse tipo de ginseng é indicado contra o estresse crônico, já que tem efeito diante do hormônio cortisol.

ALCAÇUZ

  • Nome botânico: Glycyrrhiza glabra L.
  • Família: Fabaceae
  • Parte utilizada para fabricar o adaptógeno: raiz e rizoma (caule subterrâneo)

Utilizado na Medicina Tradicional Chinesa, tem efeito benéfico contra úlceras pépticas, hepatite C, doenças pulmonares e de pele, além de ações anti-inflamatórias, antivirais, antimicrobianas, antioxidantes, anticancerígenas, imunomoduladoras, hepatoprotetoras e cardioprotetoras. Por ter efeito de cooperação com o cortisol, seu uso é indicado apenas sob prescrição médica. No caso de doses erradas, pode haver piora em algum quadro de saúde.

CÚRCUMA ou AÇAFRÃO-DA-TERRA

  • Nome botânico: Curcuma longa L.
  • Família: Zingiberaceae
  • Parte utilizada para fabricar o adaptógeno: raiz e rizoma (caule subterrâneo)

Mais conhecida como açafrão, açafrão da terra, gengibre amarelo ou raiz de sol, é um potente antioxidante e tem propriedades anti-inflamatórias, além de efeitos neuroprotetores (convulsões e traumatismos), anticancerígenos, antimicrobianos e cardioprotetores.

Na Índia, é bastante utilizada no tratamento de doenças respiratórias, do trato digestivo e feridas na pele. Em períodos longos, e em maior concentração, tem efeito antidepressivo e ansiolítico.

Nesse sentido, a curcumina (substância encontrada na cúrcuma) parece melhorar as concentrações desses neurotransmissores e sintomas relacionados à depressão”, explica Fernanda Taveira.

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Indicações diversas de cada terapia

Como cada modalidade de terapia que citamos anteriormente possui as próprias características e peculiaridades, elas são indicadas para o tratamento de diversas doenças. Ansiedade, depressão, problemas intestinais e dores de cabeça são alguns exemplos. E é justamente por serem diferentes que a consulta médica é tão necessária.

Adrielle afirma que é muito importante uma avaliação individualizada para a escolha da terapia mais indicada em cada caso, levando em consideração as particularidades e necessidades do paciente, entre outros fatores.

A especialista ressalta que pacientes nunca devem interromper outros tratamentos sem orientação:

Em alguns casos, as Pics podem constituir a abordagem inicial. Em outros, pode ser necessária a combinação de ambos. Uma vez prescrito o tratamento convencional, não é indicado suspendê-lo sem orientação prévia, pois isso poderá impactar no agravamento do quadro. Apenas o profissional da saúde, avaliando a condição e as características do paciente, poderá indicar a substituição de um tratamento de forma segura

A depender do quadro do paciente, a especialidade médica pode variar. Em cada caso, pode ser indicado um tratamento alternativo ou adicional por um médico clínico geral, médico integrativo, endocrinologista, nutrólogo, homeopata e até mesmo um ortopedista, no caso de lesões.

Como em qualquer outro recurso de saúde, mesmo os preventivos, caso sejam utilizadas da maneira errada, as terapias complementares podem oferecer riscos.

No caso dos óleos essenciais, por exemplo, as substâncias extraídas estão bastante concentradas, o que pode impactar em maior risco de toxicidade, sendo fundamental a correta indicação de dose e via de utilização, segundo Adrielle. Ela completa, ainda, que é necessário também que o paciente comunique ao profissional da saúde sobre o uso de qualquer terapia para avaliação de potenciais interações medicamentosas e efeitos adversos.