Hanseníase tem cura se devidamente tratada

Hanseníase tem cura se devidamente tratada

Embora carregue um estigma muito grande, a doença tem tratamento gratuito pelo SUS acessível a toda população brasileira

Manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou avermelhadas. Esses são os principais sintomas da hanseníase, ou lepra, nome pelo qual a enfermidade era conhecida no passado. Essa é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. Embora seja uma doença estigmatizante, a hanseníase tem cura.

Embora seja basicamente cutânea, a doença também pode afetar os nervos periféricos, os olhos e, eventualmente, alguns outros órgãos. O que os cientistas acreditam é que a transmissão se dê pelas secreções das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva. O período de incubação pode durar de 6 meses a 6 anos.

Os sintomas da hanseníase vão além das manchas na pele. Confira:

  • Manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou eritematosas, às vezes pouco visíveis e com limites imprecisos;
  • Alteração da temperatura no local afetado pelas manchas;
  • Comprometimento dos nervos periféricos;
  • Dormência em algumas regiões do corpo causada pelo comprometimento da enervação. A perda da sensibilidade local pode levar a feridas e à perda dos dedos ou de outras partes do organismo;
  • Aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos;
  • Alteração da musculatura esquelética, principalmente a das mãos, o que resulta nas chamadas “mãos de garra”;
  • Infiltrações e edemas na face que caracterizam a face leonina, característica da forma virchowiana da doença.

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Hanseníase tem cura; veja tratamento

O tempo de tratamento pode variar de seis meses em pacientes que têm a forma mais branda da doença, a até 12 meses em pacientes que têm o tipo mais grave. Embora seja longo, é muito importante seguir a o tratamento à risca para eliminar completamente os bacilos.

Ambos os tipos de hanseníase (paucibacilar e multibacilar) são tratados com o antibiótico rifampicina, durante 6 meses no tipo paucibacilar, e 1 ano no tipo multibacilar. A medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e administrada em doses vigiadas (o paciente precisa tomar na presença dos profissionais de saúde) nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) sob a supervisão de médicos ou enfermeiros de acordo com normas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A rifampicina elimina 90% dos bacilos. Por isso, é necessário complementar o tratamento com outra droga (DDS), que pode ser tomada em casa diariamente, até o final do tratamento.

Recuperação

Para quem tem o tipo mais leve, mesmo após o tratamento, pode não recuperar totalmente a sensibilidade nos locais das manchas. Em casos mais graves, pode haver sequelas como perda de força que impõe limitações físicas para usar as mãos ou andar, por exemplo.

Por isso, é importante ressaltar que o tratamento não deve ser interrompido. Mesmo sendo longo, ele é eficaz. Além disso, a primeira dose do medicamento é quase uma garantia de que a doença não será mais transmitida.

Outro ponto importante é indicar que os familiares e pessoas próximas ao doente procurem uma UBS para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família.