Sódio na água mineral? Ela faz bem à saúde e ponto final.

Sódio na água mineral? Ela faz bem à saúde e ponto final.

Publicações nas redes sociais levantam concentração de componente da água mineral no rótulo de forma errada, confundindo o consumidor. Entenda.

Água faz bem à saúde e é indispensável para seu bem-estar, mas, recentemente, tem circulado nas redes sociais alertas sobre a sua concentração de sódio na água mineral e outros componentes. Sim, a água possui sódio e também magnésio, cálcio, zinco, fósforo e ferro. Mas será que é necessário algum tipo de cuidado quando consumir a sua marca preferida?

Vamos ponto a ponto sobre o assunto, mas antes esclarecer de forma conclusiva – a concentração de sódio estampadas na rotulagem nas águas minerais, com ou sem gás, não faz mal nenhum à saúde. Não há necessidade de se preocupar, e a legislação garante isso.

Vamos entender o sódio na água mineral

Aqui temos seis marcas de grande circulação no mercado que foram, inclusive, citadas no reels que está viralizando nas últimas semanas. Vamos ler e entender a tabela a concentração de sódio na água mineral:

A quantidade ideal de água a ser consumida por dia é de aproximadamente 2 litros variando de acordo com a idade e intensidade física diária assim como a temperatura ambiente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Se levarmos em consideração as marcas citadas, a ingestão de sódio iria corresponder entre 0,1% e 7,9% da ingestão diária permitida, comparando com o %VDR (Valor de Referência Diária) de alimentos e bebidas regulados nutricionalmente, seu aliado presente em toda a rotulagem.

É isso: nós temos uma indicação diária de sódio. O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de até de 2.000 mg (2 g) do mineral por dia. Inclusive, isso traz benefícios, e, na quantidade equilibrada, pode reduzir o risco de pressão alta e de doenças cardiovasculares e renais. Seu consumo moderado ajuda a manter o equilíbrio dos fluidos no organismo, permitindo a transmissão de informações entre as células nervosas.

Até mesmo a marca Sferriê, que apresenta a maior concentração (7,9%), tem cerca de 13% do limite máximo estabelecido como potável (liberada para consumo), pelo Ministério da Saúde. De acordo com órgãos responsáveis, o padrão de potabilidade estabelecido por meio da Portaria de Consolidação MS nº 5 (28/09/2017) esse valor é de até 600 mg/L de sódio.

Ainda assim, de acordo com a legislação de água envasadas (RDC Nº 717, 1°/ 07/2022), se a concentração de sódio ultrapassar 200 mg/L o rótulo deve trazer a frase: “Contém sódio” – um alerta a mais a saúde e segurança do consumidor, o que não é o caso nem da Sferriê (79,35 mg/L) e de nenhuma outra marca citada.

Atenção com responsabilidade

Isso não quer dizer que não estamos alertas a essa questão. Em agosto de 2022, na edição da REVISTA PROTESTE, sete marcas de água mineral com gás foram avaliadas. A água é essencial para a sobrevivência, mas não é por isso que o consumidor vai beber qualquer uma. E o sódio foi um dos itens analisados.

“A ideia não foi, necessariamente, um comparativo entre as marcas, mas levamos ao laboratório para avaliar alguma adulteração que colocasse em risco a saúde do consumidor. Todas estavam de acordo”, esclarece Rafael Moura, coordenador técnico do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE.

Atenção na medida certa

E quando o alerta é necessário, informamos baseados em dados laboratoriais e pesquisas científicas. Nesse teste de água mineral com gás foram avaliadas mais de 60 substâncias que poderiam oferecer risco.

“No teste encontramos uma concentração nitrato e nitrito chamaram a atenção. Nenhuma água testada apresentou concentrações acima do limite máximo permitido por lei. Mas todas tinham valores superiores aos declarados nos rótulos. Fizemos os esclarecimentos necessários, tranquilizando e informando o consumidor.

Na hora de comprar

Sobre os cuidados, quando foi confirmado o comércio de água adulterada no Rio de Janeiro – já lançamos o alerta. Segue mais uma vez nossas dicas que colaboram com a segurança na hora do consumo.

“O rótulo é seu grande aliado. Verifique se as embalagens apresentam marcação de lote e validade”, aponta Rafael. A legislação brasileira determina as regras necessárias para o controle e a segurança dos produtos, ou seja, as letras, às vezes nem tão pequenas, têm função e valor. Vale a pena você conhecer e, sempre que possível, conferir. De acordo com o coordenador, no rótulo da água mineral é importante verificar:

  • Nome da fonte (local de extração da água);
  • Local da fonte, Município e Estado;
  • Nome do laboratório, número e data da análise da água;
  • Número e data da concessão de lavra, e número do processo seguido do nome “DNPM”;
  • Nome da empresa concessionária e/ou arrendatária, se for o caso, com o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ, do Ministério da Fazenda;
  • Composição química, expressa em miligramas por litro, contendo, no mínimo, os oito elementos predominantes.

Essas são algumas informações que o consumidor precisa avaliar e, mais uma vez, lembramos: não compre o produto com sinais de arranhão, com a embalagem fosca e amassada ou, ainda, com o rótulo saindo muito fácil ou descolando. “Não que as garrafas virgens não possam ganhar uma dessas características durante o armazenamento, mas, na dúvida, opte por embalagens com o melhor aspecto possível”, esclarece Rafael.

Indiscutivelmente, informações equivocadas ou ainda descontextualizadas são um desserviço. “Enfim, esclarecemos o sódio. Sobre os benefícios de cálcio e outros minerais – são indiscutíveis e todas que estiverem reguladas pela Anvisa e a legislação brasileira – cumprem o papel. Mantenha-se informado por fontes críveis de dados e consuma água”, conclui Rafael.

E pra que fique ainda mais tranquilo, confira o resultado de nosso teste de água mineral com gás.

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