Teste de psicopatia: dá para saber se você tem o transtorno?

Teste de psicopatia: dá para saber se você tem o transtorno?

Escala hare de psicopatia (PCL-R) testa se pessoas são psicopatas ou não

Pessoas com transtorno de personalidade antissocial, isto é, psicopatia, estão espalhadas pelo mundo e às vezes pode bater a dúvida se se você faz parte deste grupo específico ou não. As informações são do Viva Bem, do UOL.

Em 30 de agosto de 2021, os réus Raissa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues foram condenados pelo assassinato de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira de 18 anos. Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado por Raissa ter interesse em matar alguém para “saber se era ou não uma psicopata”.

“Testar” a psicopatia não necessariamente envolve crimes. Até porque, apesar de existir um número considerável de psicopatas por aí, estima-se que entre 1% e 3% da população parece conviver com o transtorno e a maioria deles não se torna violento.

Mas existe uma espécie de avaliação conhecida, chamada escala hare de psicopatia PCL-R (Lista de Verificação de Psicopatia-Revisitada, em tradução livre), criada pelo psicólogo canadense Robert Hare.

Ele estudou o transtorno em presídios de alta periculosidade, na década de 1970, e sua pesquisa resultou em uma lista com 20 itens que podem ser pontuados de 0 a 2 (0 = não se aplica; 1 = presente em certa medida; 2 = definitivamente presente). Quando a pessoa atinge uma pontuação maior que 30, o diagnóstico de psicopatia pode ser estabelecido.

Tópicos que são avaliados no teste:

  • traços de manipulação;
  • falta de remorso ou culpa;
  • incapacidade de responsabilidade pelos seus atos;
  • falta de metas realistas de longo prazo;
  • delinquência juvenil;
  • versatilidade criminal.

O resultado, porém, não decorre apenas da entrevista. É preciso levar em conta o histórico profissional, pessoal e criminal da pessoa.

Para Jacqueline Segre, psiquiatra e vice-coordenadora da pós-graduação de psiquiatria forense do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), um diagnóstico como esse exige experiência e conhecimento nas escalas para serem corretamente aplicadas e interpretadas. Ela alerta que o teste deve ser conduzido apenas por profissionais —psicólogos e psiquiatras— experientes e habilitados.