Nova rotulagem de alimentos integrais: o que mudou?

Nova rotulagem de alimentos integrais: o que mudou?

Pães, biscoitos e massas adaptam as embalagens e trazem mais clareza ao consumidor

Se você consome produtos integrais, nos últimos meses, encontrou alegações nas embalagens como: “vida”, “natural” ou “nutrição” – no lugar da citação: integral. Essa mudança está acontecendo diante das regras da nova rotulagem de alimentos integrais para classificação e identificação dos produtos, definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – a RDC 712/2022.

A nova resolução determina que, para o produto ser considerado um alimento integral, sua composição deve conter, no mínimo, 30% de ingredientes integrais. Além disso, a quantidade desses ingredientes deve ser superior a medida de ingredientes refinados, como, por exemplo, farinha branca. Outra diferença é que essa porcentagem deve estar visível na embalagem.

Benefícios para o consumidor

A nova resolução não indica que, antes da norma, os produtos comercializados como integrais não tivessem em sua composição cereais integrais. A diferença é que a essa determinação define mais claramente os requisitos mínimos de identificação e de classificação, uniformizando o processo e garantido ao consumidor uma escolha mais consciente.

“As novas regras proporcionam mais equilíbrio ao mercado. Antes as empresas adotavam critérios próprios para o uso do termo ‘integral’”, explica Rafael Moura, coordenador do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE.

Ingredientes integrais

A resolução não se aplica às farinhas integrais e aos produtos feitos exclusivamente por cereais integrais, como o arroz integral. Na prática, o consumidor encontrará a informação, por exemplo, em pães, torradas e biscoitos.

As novas regras da Anvisa valem para alimentos que contêm cereais, como trigo e milho; ou pseudocereais, aqueles que não pertencem à família das gramíneas, mas têm sementes parecidas com os grãos dos cereais, como a quinoa e o trigo sarraceno. Assim, antes de definir se um produto pode ser considerado integral, é preciso verificar os ingredientes dele. Por isso, a Anvisa começou a resolução separando o que são ingredientes integrais e refinados.

De uma forma geral, os cereais integrais são aqueles que não passam pelo processo de refinamento, conservando elementos externos como a casca e mantendo a maior parte das fibras, vitaminas e minerais.

Transição da rotulagem de alimentos integrais

A Anvisa deixa claro que a regra está valendo para os produtos fabricados a partir de 22 de abril de 2023. Apenas as massas alimentícias, devido à complexidade das adequações, terão um prazo maior, até 22 e abril de 2024, como são os casos do macarrão ou massas de pizzas.
De acordo com a agência, “os produtos fabricados durante o prazo de adequação poderão ser comercializados até o final de seus prazos de validade. Assim, nesse período de transição, o consumidor irá encontrar produtos que cumprem os novos requisitos de rotulagem e também produtos fabricados ainda com os rótulos anteriores.”, explica Rafael.

O integral do leite é o mesmo do pão?

O termo “integral” tem o mesmo significado no caso do leite e do grão. Ambos estão completos e não perderam nenhuma parte durante o processamento. Só que, quando falamos dos lácteos, a parte que se mantém é a gordura, que é benéfico para todos. Mas quando o assunto são as massas, biscoitos e outros alimentos integrais, estamos nos referindo aos grãos e cereais.

O processo de refinamento em um cereal é como se fosse uma limpeza do alimento, retirando cascas e películas protetoras. O seu principal objetivo é deixar a cor do grão mais uniforme, removendo as partes mais externas. Mas são nas camadas descartadas que estão a maior quantidade de nutrientes, como os minerais e as fibras. Quando elas são retiradas, os grãos e cereais se tornam mais pobres em relação a esses nutrientes.

Benefícios a saúde

No geral, alimentos integrais são mais indicados porque têm lenta absorção no organismo. Eles são ricos em fibras tanto solúveis quanto insolúveis. Vamos entendê-las:

  • Fibras insolúveis – elas aumentam a saciedade e ampliam o bolo fecal, contribuindo para estimular os movimentos peristálticos (contração e relaxamento do intestino) e diminuindo as chances de câncer de intestino;
  • Fibras solúveis – elas auxiliam na redução do colesterol ruim e também libera o açúcar dos alimentos mais lentamente no sangue. Isso reduz os picos de glicose, prevenindo, inclusive, a diabetes. Também são uma importante fonte de vitaminas, minerais e carboidratos complexos.

Alimentos integrais são orgânicos?

A resposta é não – alimentos integrais não são necessariamente orgânicos. Os “integrais” são os grãos e cereais que mantém as suas características originais, sem ter passado por nenhum tipo de refinamento. Já orgânicos são alimentos cultivados sem agrotóxicos ou adubos químicos. Os dois tipos são opções saudáveis de alimentação, por isso talvez a dúvida. De qualquer forma, estas duas características podem estar presentes em um produto.

Alimentos integrais engordam?

Embora muito nutritivos, os alimentos integrais também são calóricos. Assim, se consumi-los em uma quantidade maior do que o seu corpo gasta no dia a dia, eles podem gerar ganho de peso. O ideal é você conversar com um nutricionista e entender a sua necessidade calórica diária.

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