Obesidade infantil: causas e consequências para vida adulta

Obesidade infantil: causas e consequências para vida adulta

A obesidade traz sérios riscos para a saúde das crianças e, caso não tratada, pode acarretar complicações que vão acompanhar a pessoa durante toda a vida adulta.

O excesso de peso é uma condição que atinge 15% das crianças de até 2 anos, 12% das crianças entre 2 e 5 anos e 25% das crianças entre 5 e 10 anos, segundo a Universidade Federal de São Paulo. Esses dados mostram o cenário agravante diante de um tema que merece cada vez mais a nossa atenção: a obesidade infantil.

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A obesidade traz sérios riscos para a saúde das crianças e pode acarretar complicações que vão acompanhar a pessoa durante toda a vida adulta.

No artigo de hoje, vamos abordar esse importante tema no contexto da saúde, explicando o que é a obesidade infantil, quais são as causas e as consequências da doença, bem como dicas e cuidados para prevenir e tratar a condição que acomete tantas crianças. Vale a pena conferir com atenção!

O que é obesidade infantil?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade infantil é uma doença crônica, decorrente do excesso de gordura no corpo da criança, que já é considerada uma epidemia global. O diagnóstico da doença é feito com base na distribuição do peso do corpo em relação à altura ou à idade. Esses cálculos são feitos a partir de parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde, relacionados às curvas de crescimento e utilizados para classificar o estado nutricional infantil.

Vale ressaltar, no entanto, que a obesidade infantil não pode ser analisada apenas pelo número na balança. Para entender a doença, é preciso levar em conta fatores como crescimento e desenvolvimento da criança, acesso a uma alimentação saudável, entre outros aspectos.

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Quais são as causas da obesidade infantil?

Não há um único fator que explique o desenvolvimento de um quadro de obesidade infantil, mas a mudança de hábitos alimentares ao longo das últimas décadas e a inserção de alimentos industrializados na alimentação das crianças podem ser considerados responsáveis pelo aumento da incidência de obesidade infantil no Brasil. De toda forma, precisamos considerar outros aspectos que podem contribuir para o excesso de peso.

Fatores genéticos e ambientais

Diversos estudos comprovam que fatores genéticos têm influência no desenvolvimento da obesidade infantil. Na prática, crianças que são filhas de pais obesos podem herdar do pai ou da mãe genes que aumentam a chance dela sofrer de obesidade ao longo da vida.

Mas, ao longo dos últimos anos, vem crescendo o número de estudos que mostram que fatores sociais e culturais que influenciam a alimentação das crianças podem ser, na verdade, os grandes responsáveis pelo desenvolvimento da obesidade infantil. Crianças que não têm acesso a uma alimentação balanceada, que sofrem a interrupção precoce do aleitamento materno ou que são constantemente expostas a alimentos pouco saudáveis, como os ultraprocessados, têm mais propensão de se tornarem obesas.

Sedentarismo

A obesidade, na prática, é o resultado de comportamentos que fazem com que a gente consuma mais energia do que gasta. E o mesmo vale para crianças. Os pequenos que mantêm hábitos sedentários, especialmente aqueles que envolvem o uso excessivo de telas e a inatividade física, têm mais potencial de desenvolver a obesidade infantil.

Alimentação desequilibrada

A alimentação, sem dúvida, é o fator chave quando o assunto é obesidade. Quando falamos do contexto das crianças, a discussão fica ainda mais importante, visto que elas ainda não têm autonomia ou conhecimento suficiente para escolher os alimentos mais adequados para seu desenvolvimento saudável. É aí que entra a responsabilidade de pais e responsáveis, que precisam fazer escolhas conscientes pensando na saúde a curto, médio e longo prazo dos pequenos. A especialista do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE, Fernanda Taveira, destaca:

“O consumo excessivo de gorduras saturadas, sódio e açúcares adicionados na infância e na adolescência contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, a obesidade. A partir de outubro deste ano, os produtos que estiverem acima dos limites estabelecidos pela legislação brasileira, deverão estampar nos rótulos a lupa que sinaliza concentrações elevadas desses nutrientes. Tais indicadores contribuirão para que os pais façam escolhas mais conscientes para a alimentação mais equilibrada de seus filhos a fim de prevenir e tratar a obesidade e as outras doenças associadas”. 

Outros fatores de risco

Assim como nos adultos, além de fatores genéticos, sedentarismo e alimentação, outras características também podem contribuir para o desenvolvimento de obesidade nas crianças. É o caso, por exemplo, de distúrbios mentais, como ansiedade e depressão, e distúrbios de sono, como a insônia.

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Quais são as consequências da obesidade infantil?

Especialistas defendem que o quadro de obesidade infantil precisa ser revertido em caráter de urgência, especialmente considerando as consequências envolvidas nesse cenário. A primeira delas, claro, é que crianças obesas têm mais chance de se tornarem adolescentes e adultos obesos — e a obesidade, como sabemos, vai ganhando contornos mais graves com o avançar da idade.

Além disso, a obesidade costuma ser porta de entrada para muitas outras doenças crônicas, como é o caso da hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e problemas nas articulações e nos ossos.

Na prática, uma criança obesa que não tem sua condição tratada e se transforma em um adulto obeso corre mais risco de ter uma vida mais curta e cheia de desafios relacionados à sua saúde.

Guia-do-consumidor

Como prevenir a obesidade infantil?

Assim como acontece com qualquer outra doença, o melhor tratamento para a obesidade infantil é a prevenção. Existem muitos caminhos para prevenir a doença. O primeiro deles passa pelos cuidados com a mãe, começando pelo período pré-natal. O estado nutricional materno adequado e o aleitamento materno exclusivo, por exemplo, são práticas altamente recomendadas para a prevenção da obesidade infantil.

Além disso, é preciso ter atenção redobrada com a alimentação na primeira infância. É fundamental a introdução alimentar adequada, respeitando as restrições alimentares de cada criança e oferecendo uma grande variedade de alimentos nutritivos. É neste momento da vida que começamos a descobrir nossos gostos e preferências e quanto mais variada for a alimentação, maior a chance dela desenvolver hábitos saudáveis.

Pais e mães que têm enfrentado dificuldade nesse sentido podem contar com o e-book Ajude seu Filho a Comer Bem, que foi desenvolvido pela PROTESTE e pode ser adquirido por apenas R$ 9,90. O material oferece dicas de cuidado com a rotina alimentar das crianças e mostra como o comportamento dos adultos influencia diretamente os hábitos alimentares dos pequenos.

Vale ressaltar ainda que há outros comportamentos que podem ser incentivados entre as crianças, para que o corpo se desenvolva de maneira saudável e adequada. Consumo de alimentos variados e minimamente processados, estímulo a brincadeiras ao ar livre e de movimento do corpo, não exposição exagerada a telas e um ambiente seguro e favorável para a saúde mental são fatores fundamentais para que a obesidade não se torne uma realidade na vida dos pequenos.

Como tratar a obesidade infantil?

Quando falamos no tratamento da obesidade infantil, é preciso ter em mente que estamos falando de um contexto complexo e multidisciplinar. Isso porque tratar essa doença em crianças passa por mudanças de comportamento e estilo de vida, que vão muito além dos aspectos médicos.

Normalmente, profissionais de pediatria, nutrição e psicologia precisam trabalhar juntos para avaliar todo o contexto no qual a criança está inserida. Como dissemos anteriormente, fatores ambientais, socioculturais e psicológicos precisam ser levados em conta, visto que influenciam diretamente nos hábitos alimentares da criança.

O tratamento, geralmente, envolve o apoio de um nutricionista para a substituição de hábitos alimentares, a inserção de atividades físicas na rotina e o acompanhamento psicológico, que visa identificar possíveis transtornos desenvolvidos pela criança — que podem ser causa ou consequência da obesidade infantil.

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Qual o papel das empresas no contexto da obesidade infantil?

Além de todas as políticas e diretrizes conduzidas pelo poder público, as empresas também têm um papel fundamental na prevenção da obesidade infantil. O contato de crianças com publicidade que incentivam o consumo de alimentos ultraprocessados pode ser um fator para a aquisição de hábitos alimentares ruins.

A PROTESTE, organização sem fins lucrativos que visa apoiar os consumidores em suas relações de consumo, está atenta ao tema e realizou, recentemente, um teste comparativo de snacks. A maior associação de consumidores da América Latina analisou a composição nutricional de sete produtos disponíveis no mercado e mostrou qual é a melhor opção entre eles. Para ter acesso ao resultado, é preciso ser um associado PROTESTE, o que também vai proporcionar diversos outros benefícios para o seu dia a dia como consumidor.

Auxiliar o consumidor com informações de qualidade que o ajuda a tomar as decisões mais acertadas no dia a dia é uma das missões da PROTESTE. É por isso que disponibilizamos um canal exclusivo no Telegram e o aplicativo PROTESTE, para acompanhar, de forma fácil e gratuita, os conteúdos produzidos pela associação. Os consumidores também podem fazer uso do canal Reclame, um espaço dedicado para o envio de reclamações diretamente para empresas e outras soluções oferecidas pela PROTESTE.

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Fernanda Taveira
Fernanda Taveira

Especialista do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ

Fernanda Taveira

Fernanda Taveira

Especialista do Centro de Competência de Alimentação e Saúde da PROTESTE Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ