Há tempos a ciência apresenta evidências de que não existe uma dieta única que funcione igualmente para todas as pessoas.
Por RedaçãoEm 21/10/2019 às 11:18 3minutos de leitura
Talvez o seu DNA possa ajuda a definir qual a melhor dieta para você. Mas como isso é possível? A questão é que há tempos a ciência apresenta evidências de que não existe uma dieta única que funcione igualmente para todas as pessoas.
Prova disso é que algumas pessoas se dão muito bem com uma dieta mais gordurosa, enquanto outros desenvolvem triglicerídeos ou colesterol altos se fizerem a mesma alimentação. Já alguns perdem mais peso quando reduzem os carboidratos. Por outro lado, outros emagrecem quando aumentam carboidratos complexos e reduzem a gordura.
Por isso, os médicos defendem que essas diferenças podem ser genéticas e que para encontrar a dieta ideal para cada um, basta avaliar o DNA. A nutricionista Diva Monica Reinagel explica que atualmente já existem testes genéticos que podem ser realizados facilmente. “A partir do resultado, é possível montar um programa de nutrição personalizado, com base no DNA”, afirma.
A partir do resultado, é possível montar um programa de nutrição personalizado, com base no DNA.
Para comprovar o funcionamento desse tipo de dieta, uma equipe de pesquisadores do Kings College, em Londres, e da Harvard Medical School realizou um estudo chamado PREDICT, para descobrir quais fatores determinam a resposta única de um indivíduo à comida. A pesquisa analisou 700 irmãos gêmeos idênticos, além de 400 não gêmeos. O trabalhou avaliou, entre outros pontos, como o açúcar e a gordura tinham impacto no sangue após a ingestão de vários tipos de alimentos. “Essas respostas podem esclarecer quais dietas seriam mais eficazes na prevenção de diabetes ou doenças cardíacas para um determinado indivíduo”, ressalta Diva.
Essas respostas podem esclarecer quais dietas seriam mais eficazes na prevenção de diabetes ou doenças cardíacas para um determinado indivíduo.
Os resultados preliminares do PREDICT confirmam o que já era uma suspeita: pessoas diferentes respondem de maneiras muito diferentes às mesmas informações nutricionais. Não existe uma abordagem alimentar que funcione melhor para todos.
Porém, se essas diferenças fossem geneticamente direcionadas, os gêmeos idênticos responderiam da mesma forma. Mas não foi isso que aconteceu. A genética parece ser responsável por menos de um terço das respostas de insulina e triglicerídeos dos indivíduos. A proporção específica de gorduras e carboidratos na dieta também não foi fortemente preditiva. Outros fatores, como hábitos de sono, exercício, estresse e micróbios intestinais, parecem desempenhar um papel muito maior em nossas respostas individuais à dieta.
Diva ressalta, portanto, que essa é uma má notícia para as empresas que estão vendendo dietas baseadas em DNA. “Mas são boas notícias para você e para mim. Não podemos mudar nossos genes. Mas podemos mudar quanto dormimos, como gerenciamos o estresse e quanto exercitamos”.
Por um lado, os principais componentes de uma dieta e estilo de vida saudáveis são bastante universais. Todos irão se beneficiar com a ingestão de mais alimentos integrais, evitando excesso de açúcar, álcool e alimentos processados, dormindo o suficiente e se mantendo ativos.
Por outro lado, quanto mais adaptados forem a dieta e ps hábitos de acordo com as necessidades, preferências e estilo de vida individuais, melhores e mais sustentáveis serão os resultados. “Não estou contra a nutrição personalizada, apenas estou dizendo que, atualmente, não parece que o teste de DNA seja a abordagem mais útil. Nossa melhor ferramenta ainda é observar como o seu corpo responde a uma determinada abordagem e ajustar com base nos seus resultados”, destaca a nutricionista.
