Novo exame de sangue determina idade biológica de órgãos e prevê riscos à saúde
A equipe de Stanford testou o procedimento em milhares de adultos
Pesquisadores da Universidade de Stanford acreditam que é possível avaliar as taxas de envelhecimento dos órgãos internos por meio de um exame de sangue, indo além da definição tradicional de idade baseada nos anos de vida de uma pessoa. Esse método poderia antecipar falhas iminentes em órgãos e ajudar na previsão de problemas de saúde futuros. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A equipe de Stanford testou o procedimento em milhares de adultos, encontrando que um em cada cinco adultos saudáveis com mais de 50 anos poderia ter pelo menos um órgão envelhecendo rapidamente.
O estudo monitorou 11 partes principais do corpo, incluindo cérebro, coração, pulmões, vasos sanguíneos, fígado, rins, intestino, gordura, tecido imunológico, pâncreas e músculo. Ao analisar os níveis de milhares de proteínas no sangue, os pesquisadores treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para fazer previsões sobre o envelhecimento de órgãos. A Universidade de Stanford já submeteu a documentação para patentear o teste, embora mais estudos sejam necessários para validar sua eficácia.
Os resultados revelaram que ter um ou mais órgãos envelhecendo rapidamente está associado a um maior risco de doenças e morte nos próximos 15 anos. No entanto, especialistas como o professor James Timmons, da Universidade Queen Mary de Londres, destacam a necessidade de mais validação em diferentes grupos populacionais. O pesquisador Tony Wyss-Coray enfatiza a importância potencial do teste em identificar órgãos em envelhecimento acelerado e tratar as pessoas antes que adoeçam.
Porém, outros especialistas, como o professor Paul Sheils, alertam para a importância de considerar o corpo como um todo ao avaliar a saúde de uma pessoa. A organização Age UK destaca a necessidade de oferecer apoio emocional e clínico caso esse tipo de exame se torne realidade.
