Terapia de reposição hormonal pode estar ligada ao Alzheimer? Veja novo estudo
Pesquisa britânica revela indícios de que a terapia de reposição hormonal pode acelerar a progressão do Alzheimer
Um recente estudo conduzido por cientistas britânicos sugere uma possível ligação entre a terapia de reposição hormonal (TRH) e o desenvolvimento da doença de Alzheimer em mulheres portadoras de uma variante específica do gene APOE. A pesquisa, publicada no Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, analisou dados de biomarcadores de fluidos de 136 mulheres e encontrou indícios de que a TRH pode acelerar a progressão da doença nessas pacientes.
O papel do gene APOE e4 e como a TRH funciona
O gene APOE codifica uma proteína essencial para o transporte de colesterol e outras gorduras no organismo. A variante APOE e4, presente em cerca de 25% da população, já era conhecida por aumentar o risco de desenvolver Alzheimer. No entanto, este novo estudo sugere que a combinação da TRH com a presença desse gene pode potencializar esse risco.
A terapia de reposição hormonal é utilizada para aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos e alterações de humor. A TRH repõe os hormônios estrogênio e/ou progesterona que deixam de ser produzidos pelo organismo feminino nessa fase da vida.
Implicações do estudo
Os resultados deste estudo levantam importantes questões sobre a segurança da TRH para mulheres portadoras da variante APOE e4. É fundamental que novas pesquisas sejam realizadas para confirmar esses achados e investigar os mecanismos moleculares envolvidos nessa associação.
É importante ressaltar que este estudo apresenta algumas limitações, como o tamanho da amostra e o design do estudo. Além disso, são necessários estudos de maior porte e mais longos para estabelecer uma relação causal entre a TRH e o desenvolvimento de Alzheimer em portadoras da variante APOE e4.
Próximos passos
Embora os resultados deste estudo sejam preocupantes, é fundamental que as mulheres não interrompam o tratamento com TRH sem antes consultar um médico. A decisão de iniciar ou continuar a terapia de reposição hormonal deve ser individualizada e baseada em uma avaliação cuidadosa dos benefícios e riscos, levando em consideração fatores como idade, histórico familiar e presença de outras doenças. As informações são do Catraca Livre.