Mulher engravida de gêmeas com inseminação caseira; saiba os riscos da prática
Inseminação caseira tem sido procurada por famílias brasileiras devido ao alto preço da fertilização in vitro
Luzia Aquino pensava em aumentar a família em 2017, quando se deparou com um grupo de inseminação caseira no Facebook. No entanto, ao ver que a questão do registro de nascimento da criança com o nome dela e da companheira seria um pouco mais complicada, acabou optando pela fertilização in vitro. As informações são do Viva Bem, do UOL.
O processo inteiro com quatro embriões, com inserção de dois de cada vez, custou aproximadamente R$ 30 mil. Ela conseguiu desenvolver uma gravidez, mas teve um aborto expontâneo um mês depois. Por conta do alto custo, Luzia e a esposa Danielle Matos desistiram de fazer outra fertilização in vitro.
Ao voltarem para a estaca zero, a inseminação caseira voltou ao pensamento da família. Em maio de 2021, ela conversou com possíveis doadores e em agosto do mesmo ano decidiu seguir com o procedimento. Dois meses depois, o casal se encontrou com o doador, e Luzia conseguiu engravidar.
Luzia optou por se encontrar com o doador em um hotel, que foi pago por ela. Chegando lá, o doador, como combinado, ejaculou em um pote estéril e, na sequência, Danielle “puxou” o material com uma seringa e inseriu o esperma no canal vaginal de Luzia.
Duas semanas após o procedimento, Luzia descobriu que estava grávida de duas meninas. Quando começou o quarto mês de gestação, ela entrou com uma ação para pedir que Helena e Heloísa fossem registradas com os nomes das duas mães.
A inseminação caseira pode até parecer incomum, mas já faz parte da vida de muitas famílias brasileiras por conta do alto preço da inseminação artificial.
Apesar de não existir regulação, a prática não é proibida no Brasil. Porém a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta sobre os riscos. O principal risco para as mulheres é a possibilidade de transmissão de doenças graves que poderão afetar a saúde da mãe e do bebê, entre elas HIV, hepatites B e C, e zika vírus.
Já do ponto de vista jurídico, existem algumas implicações. Ao UOL, a advogada Mariana Serrano, sócia na Crivelli Advogados, que atende tanto mulheres tentantes quanto doadores de esperma, disse que em casos que a mulher quer ser mãe solo, existem mais chances desse doador conseguir colocar seu nome na certidão da criança.
Além disso, por falta de regulamentação da inseminação caseira, os homens podem fazer quantas doações quiserem e não há registros formais a respeito.